José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: dezembro 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Saúde - OMS encara a obesidade como doença epidêmica do século 21

Saúde OMS encara a obesidade como doença epidêmica do século 21
Pesquisa realizada nas 27 capitais do país em 2008 mostra que 56% da população brasileira sofre com excesso de peso
06/05/2009 15:20:07
Foto: Divulgação
Thalita Rodrigues – 7° Período
  
            A obesidade aumenta em grande escala o risco de aparecimento, desenvolvimento e agravamento de outras doenças. Por essa razão a Organização Mundial de Saúde (OMS) encarou a obesidade como uma doença epidêmica global do século 21. “O resultado disso é o aumento de doenças crônicas como a hipertensão arterial, a elevação do colesterol, as diabetes, a ansiedade, o enfarte do miocárdio”, afirma o cardiologista Geraldo Margelo Sousa.
 
 
O cardiologista explica que a obesidade é uma doença caracterizada por um excessivo acúmulo de gordura nos tecidos. “Trata-se de um distúrbio que, além dos problemas de natureza estética e psicológica, constitui risco para a saúde. A obesidade e a pré-obesidade podem ser calculadas pelo índice de massa corporal (IMC), pelo cálculo do peso dividido pelo quadrado da altura, que mede o nível de corpulência diferenciado entre crianças e adultos e devidamente estabelecido pela OMS.”, destaca Margelo.
  
 
Segundo a OMS, considera-se que há excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25 e que há obesidade quando o índice é igual ou superior a 30. O diagnóstico de excesso de peso e de obesidade em crianças e adolescentes não é aplicável de modo igual ao dos adultos, devido às características dinâmicas dos processos de crescimento e de maturação que ocorrem durante o desenvolvimento infantil.
   
Calcule seu IMC (Índice de Massa Corporal):
  
“A falta de tempo é uma das desculpas para justificar o sedentarismo e explicar o aumento de peso”, detalha o professor de Educação Física Rogério Toscano. A obesidade já é considerada uma epidemia mundial independente de condições econômicas e sociais.
  
 
No Brasil, 56% da população brasileira sofre com excesso de peso. O estudo é da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), produzido pelo Ministério da Saúde e pela Universidade de São Paulo (USP), mostra que 43,3% da população estão com o peso acima dos níveis recomendados (sobrepeso) e 13% estão obesos.
   
 
Foram entrevistados adultos das 27 capitais do país, por telefone, entre junho e dezembro de 2008, sobre consumo de álcool e tabaco, padrão de alimentação, peso e altura, nível de atividade física, perfil sócio demográfico, atualização de exames preventivos e índices de doenças como hipertensão e diabetes.
  
 
Estima-se que o aumento das doenças provocadas pelo sobrepeso não esteja relacionado apenas a ausência de exercícios físicos, mas também ao estilo de vida contemporâneo. Entretanto, a prática de atividades físicas age de maneira preventiva. “O ideal é inserir a atividade física em quatro campos das atividades diárias: no trabalho, no lazer, nos trabalhos domésticos e no transporte, já que reduz em 50% o risco dos males ligados ao sedentarismo”, explica Rogério.
  
  
A estudante Priscila Bastos, 26 anos, diz estar mais preocupada em dançar e viajar do que em ficar controlando seu peso. “Como diz uma grande amiga minha: ‘Sou uma gordinha moderna e feliz! ’. Me considero inteligente, simpática e extrovertida e me acho bonita sim.”
  
 
Ela conta que já fez várias dietas, pratica esportes, mas não consegue reduzir seu peso. “Não tenho o menor problema em assumir um peso, que agora está cravado nos 100 kg. Não me deprimo, vivo como uma jovem normal da minha idade”, afirma.

Em busca da boa forma
Não é à toa que nos últimos anos, praças, parques e academias foram literalmente invadidos. Cada vez mais surgem estudos que comprovam a importância de exercícios diários e de uma boa caminhada.

O cardiologista Margelo Sousa destaca os benefícios de uma caminhada. “Andar a pé melhora o funcionamento dos sistemas respiratório, cardiovascular e até imunológico e hormonal.” Ele explica que durante o exercício, o coração bombeia mais sangue, o que acaba oxigenando melhor as células. Em decorrência disso, aumenta a capacidade pulmonar e circulatória.

Hellem Rodrigues, até os 19 anos, não praticava nenhum tipo de exercício. O que a incentivou a deixar o sedentarismo de lado foi uma amiga que a convidou para caminharem juntas. Hellem fala de como seu dia-a-dia melhorou. “Hoje acordo cedo para caminhar e tenho um dia cheio de disposição, sentia muitas dores nas pernas e agora não sinto nada”, conta.

Caminhar não tem contra-indicação, independe de sexo ou idade e é o exercício perfeito para os sedentários convictos. Margelo dá algumas dicas para quem quer fazer da caminhada um exercício saudável e destaca, primeiramente, a necessidade de praticá-la em local adequado. “É preciso obedecer a um período de pelo menos trinta ou quarenta minutos de exercício, num determinado ritmo e intensidade mínimos para que o cérebro comece a liberar as endorfinas – são essas substâncias que vão fazer com que as dores desapareçam”, explica.