José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: julho 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Uma nova causa para obesidade é descoberta


zzzobe
Micro-organismos presentes no intestino podem gerar o aumento de peso.
O tipo de dieta alimentar consumida não figura mais como fator determinante para o aumento de peso. Estudo do Centro de Tratamento de Diabetes da Divisão de Endocrinologia do Hospital Cedars-Sinai, de Los Angeles, divulgou que já é possível detectar se um organismo tem tendência à obesidade por meio de uma análise da ação respiratória dos micro-organismos existentes no intestino.
O estudo foi publicado no “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism” da Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos. O periódico revelou que pessoas cuja respiração bacteriana no intestino possui alto teor de hidrogênio e gases de metano, têm maior propensão à obesidade. O que revela uma associação entra a produção de gás e o peso corporal.
Participaram da pesquisa 792 pessoas que tiveram a respiração da microbiota do intestino avaliada. Foram detectados quatro padrões depois de serem realizados testes de respiração nos participantes.
Pessoas com níveis de gases normais, com as concentrações mais elevadas de metano, com altos níveis de hidrogênio ou níveis mais elevados de ambos os gases, metano e hidrogênio. Os últimos apresentaram níveis mais elevados de massa e gorduras corporais. É que o metano está associado a um micro-organismo denominado “Methanobrevibacter smithii“. Quando sofre alteração, esse micro-organismo altera o equilíbrio, levando ao aumento de peso. Isso ocorre porque, para produzir metano, a Methanobrevibacter smithii se utiliza do hidrogênio produzido pelas bactérias vizinhas, que emitem o elemento químico quando retiram nutrientes dos alimentos. Quanto mais hidrogênio usado pelos produtores de metano, mas as bactérias da digestão são estimuladas a melhorarem o aproveitamento nutricional da comida, o que acaba por gerar o aumento do peso corporal.
Por Yasmin Barcellos
Fonte: Bemstar.globo.com

Criança paraibana de 3 anos que sofre de obesidade recebe tratamento em SP e é destaque na Record

Mãe revela que tem problemas financeiros e não encontrou na Paraíba a assistência de saúde adequada.

TV Correio/Record 12
Com tratamento, Miguel já perdeu 8 kg em 4 meses
Educar uma criança, garantir acompanhamento médico e alimentação saudável para os filhos exige não só dedicação, mas também uma boa condição financeira para que tudo seja feito com qualidade. No caso da família de Maria Vitória Gomes de Oliveira, a pouca renda e a deficiência na assistência de saúde pública do Brasil atrapalharam a educação do filho dela, Miguel de Oliveira Gomes que tem apenas 3 anos e em fevereiro de 2013 pesava 37 kg, o peso do irmão dele, que tem 8 anos.
A família se mudou de Cuité, a 235 km de João Pessoa, para São Paulo e agora cuida para reverter os problemas com o peso de Miguel, que, segundo as avaliações médicas feitas na capital paulista, tem 14 dentes com cáries, problemas ortodônticos e uma ligeira elevação nas taxas de insulina, colesterol e triglicérides. Apesar disso, os médicos também dizem que ele não tem problemas genéticos, cardiológicos ou hormonais e que precisa apenas de uma reeducação alimentar com dieta balanceada, atividades físicas específicas para a idade e orientação correta.
Segundo Maria Vitória, ele se alimentava somente de leite, com até 10 mamadeiras por dia, nunca havia mastigado alimento sólido nem escovado os dentes. É possível que as dores na arcada dentária atrapalhassem o apetite da criança e tenham interferido no descontrole do peso. A mãe do menino confirma que deveria ter dedicado mais atenção ao caso, mas diz que enfrenta problemas financeiros, além de não ter encontrado a assistência de saúde adequada e necessária no interior da Paraíba.
Nos últimos quatro meses, Miguel já perdeu 8 kg depois de ser acompanhado por pelo menos sete especialistas, como pediatra, endocrinologista, ortodontista, fonoaudiologista, cardiologista, neurologista e ortopedista.
O problema é abordado pelo programa matinal Hoje em Dia da Record/TV Correio. Veja a matéria exibida em fevereiro deste ano, com o início do tratamento de Miguel, que continua em andamento através de cuidados que devem permanecer por toda a vida.

Focar no peso do jovem e na gordura gerou menos incentivo para adoção de hábitos mais saudáveis

Focar no peso do jovem e na gordura gerou menos incentivo para adoção de hábitos mais saudáveis

Falar sobre peso nunca é um assunto fácil, principalmente com adolescentes, que já sofrem pressão demais na sua implacável busca por aceitação. Mas como resolver o problema da obesidade nos jovens sem conversar? Para pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Minessota (Estados Unidos), o caminho certo é na forma como o assunto é abordado. Isso foi comprovado em seu estudo, publicado no dia 24 na versão online do Journal of American Medical Association, edição JAMA Pediatric.

Os estudiosos entrevistaram 2.793 adolescentes com idade média de 14 anos e 3.709 pais, perguntando sobre a forma como eles conversavam sobre excesso de peso, hábitos não saudáveis de controle da alimentação e compulsão alimentar. Após cruzar os questionários, os especialistas perceberam que os maus comportamentos são mais comuns em jovens cujos pais abordam o assunto focando em quanto peso eles precisam perder e não. Para compensar o problema, eles tendem a adotar estratégias mais extremas e menos saudáveis para emagrecer.

Já os adolescentes que tinham conversas sobre a importância de uma alimentação mais saudável estavam mais propensos a se engajar em alternativas saudáveis para se comer melhor. Além disso, eles notaram que os conselhos funcionam melhor quando os pais também os seguem. 

Mudanças para toda a família
Já que o exemplo é o mais importante para influenciar os adolescentes, pais e filhos podem adotar hábitos saudáveis para evitar ou reverter a obesidade. Não sabe por onde começar? Confira quais os maiores erros cometidos no combate a esse mal: 

 
 
DE 7
Maçã e sanduíche na balança - Foto Getty ImagesIgnorar as calorias totais da dieta

"A alimentação desequilibrada é um dos principais fatores relacionados à obesidade", afirma a educadora física e doutoranda em nutrição Ana Dâmaso, coordenadora do Grupo de Estudo da Obesidade (GEO) da Unifesp. Segundo ela, quando este fator está associado ao excesso de peso, tona-se necessária a reeducação alimentar. Tudo começa estabelecendo um limite máximo de calorias que podem ser consumidas diariamente. "Uma pessoa acima do peso provavelmente ingere muito mais calorias do que seu metabolismo é capaz de queimar", afirma a especialista. Para isso, procure um bom nutricionista que possa elaborar um cardápio individual.

Especialistas debatem tratamento medicamentoso para obesidade

O endocrinologista Walmir Coutinho espera aprovação de novo medicamento para tratamento da obesidade no Brasil / Divulgação/SBEM-PE

O endocrinologista Walmir Coutinho espera aprovação de novo medicamento para tratamento da obesidade no Brasil

Divulgação/SBEM-PE

Tratar a obesidade não tem sido uma tarefa fácil para os médicos, pois exige um arsenal terapêutico que inclui mudanças comportamentais, medicações e, em alguns casos, cirurgia bariátrica. Pessoas que necessitam de tratamento medicamentoso para combater o excesso de peso vivenciam uma grande luta, já que o Brasil passa por uma inércia terapêutica para a obesidade, considerada síndrome complexa por ter como causa fatores que agem isoladamente ou em conjunto. Entre eles, estão a ingestão aumentada de calorias, o sedentarismo, fatores genéticos e emocionais.

Esse foi um dos destaques do EndoRecife, considerado o maior evento regional de endocrinologia do País, que terminou ontem (29/6) no Summerville Beach Resort, na Praia de Muro Alto (Litoral Sul de Pernambuco). O congresso, que reuniu cerca de 500 profissionais de saúde, foi presidido pelo endocrinologista Lúcio Vilar, chefe do serviço de endocrinologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE).

Os especialistas que estudam obesidade concordam que, diante da epidemia de obesidade em todo o mundo, faz-se necessária uma oferta maior de medicamentos capazes de beneficiar os pacientes que lutam contra o sobrepeso e as conseqüências decorrentes dele, como taxas irregulares de colesterol e triglicérides, hipertensão arterial, diabete tipo 2 e apneia do sono.

Desde 2011, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de inibidores de apetite do tipo anfetamínico, a população que precisa de fármacos antiobesidade está praticamente órfã desses produtos.
Novo medicamento aprovado nos EUA traz associação de substâncias que inibe o apetite e controla a compulsão alimentar
“Alguns pacientes ainda podem usar a sibutramina, que acabou ficando no mercado brasileiro após várias discussões entre a Anvisa e os médicos. Também contamos com o orlistat, medicamento que reduz a absorção da gordura ingerida e que é subutilizado”, diz o endocrinologista carioca Walmir Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade (Iaso, na sigla em inglês). “A questão é que esses medicamentos, isoladamente, não emagrecem. Eles apenas facilitam o seguimento de uma dieta para perda de peso”, complementa Lúcio Vilar.

Nos Estados Unidos, onde a sibutramina não é mais vendida pelo fato de o FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de produtos no país) alegar que o produto aumenta riscos de problemas cardiovasculares, foi aprovada recentemente uma medicação que combina duas substâncias: fentermina e topiramato de liberação prolongada. “É uma associação que pode ser efetiva para tratar a obesidade, pois inibe o apetite e controla a compulsão alimentar”, frisa o endocrinologista Luciano Teixeira, do HC/UFPE.

Ele salienta que existe a possibilidade de essa medicação chegar ao Brasil, mas suspeita de que seja difícil a liberação pela Anvisa porque a fórmula contém um inibidor de apetite. Para Walmir Coutinho, a aprovação do medicamento pode ser tranquila porque a substância tem passado por estudos muito confiáveis. “Ao ter acesso a bons resultados, existe a possibilidade de a agência reguladora no Brasil não encontrar problemas para liberar o produto”, destaca Walmir Coutinho. Até o momento, a medicação não foi submetida para aprovação pela Anvisa.