José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Por obesidade, atual geração de crianças pode morrer mais cedo que os pais


Estudo levantou que a maioria das crianças fica mais tempo em frente a TV do que em atividade Foto: Getty Images
Estudo levantou que a maioria das crianças fica mais tempo em frente a TV do que em atividade
Foto: Getty Images
Milhões de crianças britânicas, que estão evitando comer vegetais e assistindo a muita televisão, fazem parte de uma geração que provavelmente irá morrer mais jovem que os pais, afirmam os especialistas.
Segundo o site Daily Mail, 80% das crianças entre 5 e 15 anos não consomem as cinco porções recomendadas de frutas ou vegetais diárias, no entanto, abusam de refrigerantes, chocolates e doces todos os dias. Os dados mostram ainda que 30% dos jovens e crianças até 16 anos são obesos no Reino Unido.
Para tentar contornar o problema, os médicos pedem que as tradicionais atividades infantis ao ar-livre sejam retomadas, já que 14% das crianças entre 2 e 15 anos ficam seis horas por dia inativas, apenas assistindo à TV ou jogando videogame.
Simon Gillespie, chefe da British Heart Foundation e responsável pelo estudo em parceria com a Universidade de Oxford, diz que os resultados são "simplesmente inaceitáveis".
"Os resultados nos alertam de que a maioria das crianças corre grande perigo de desenvolver doenças cardíacas no futuro se continuarem com este estilo de vida", afirmou.
Os estudos mostraram ainda que 2 em cada 5 pré-adolescentes de 13 anos bebem refrigerante todos os dias. Quase a metade dos meninos e 1/3 das meninas na mesma idade pulam a principal refeição do dia e saem de casa sem tomar café da manhã. Aos 15 anos, o número é ainda mais alarmante, com 57% das meninas e 38% dos meninos que não se alimentam pela manhã.
A maioria dos pré-adolescentes de 13 anos não faz uma hora de atividade física diária, como recomendado e, quase 3/4 deles ficam pelo menos duas horas por dia em frente à TV. 
Médico indica que os pais incentivem a retomada de atividades infantis para os filhos Foto: Getty Images
Médico indica que os pais incentivem a retomada de atividades infantis para os filhos
Foto: Getty Images
O assunto é tão preocupante que o primeiro-ministro britânico disse que a Grã-Bretanha vai deixar de ser competitiva mundialmente por causa dos futuros problemas de saúde da população.
"Temos uma geração que está crescendo e que potencialmente vão viver menos tempo do que a geração acima deles", disse o Dr. Gillespie. Ele alerta ainda que a retomada do equilíbrio deve ser imediata. "Moderação não é cortar de dois hambúrgueres por dia para um, mas é reduzir para dois lanches por semana apenas", comenta.

"8 truques para manter o peso!"


"8 truques para manter o peso!"


Atualmente, a investigação científica no âmbito da obesidade preocupa-se em perceber por que algumas pessoas conseguem manter o peso perdido durante muitos anos e por que outras (a maioria) tem muita dificuldade em fazê-lo.

Com esse objetivo, foi criado, nos Estados Unidos da América, um registo de controlo do peso, uma ferramenta muito útil para pessoas obesas.
Esse registo identifica o padrão de comportamentos adoptado por aqueles que são bem sucedidos na gestão do seu peso após a perda. O objetivo é fornecer ajuda a outras pessoas que necessitem de gerir o seu peso a longo termo.
O registo nacional de controlo do peso americano (NWCR) conta com a adesão de mais de 6.000 indivíduos que obtiveram sucesso a longo prazo na gestão do seu peso. Este é, por isso, o maior grupo bem sucedido na perda de peso e respetiva manutenção.
Com base no tratamento dos dados obtidos neste registo, na última década, foi identificado um padrão de comportamentos similar entre aqueles que obtiveram sucesso no controlo do seu peso, que permitiu elaborar oito recomendações para manter o peso após a perda:
1. A intervenção na manutenção do peso não deve ser idêntica à utilizada durante a perda de peso.
2. Certifique-se que é fisicamente ativo durante o processo de perda de peso.
3. As abordagens alimentares pobres em gorduras são melhores na prevenção do ganho de peso após a sua perda.
4. Tome o pequeno-almoço todos os dias.
5. Registe o seu peso periodicamente e regularmente, mantenha os registos alimentares e de atividade física diariamente.
6. Faça, pelo menos, uma hora de atividade física diária de intensidade moderada.
7. Mantenha um padrão alimentar regular.
8. Limite o tempo de permanência em frente à televisão.
O panorama português
Em Portugal, na Faculdade de Motricidade Humana, em parceria com a Direcção Geral da Saúde e com a Plataforma Contra a Obesidade e a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, foi criado o Registo Nacional de Controlo do Peso (RNCP). 
Este registo nacional, de participação voluntária, permitirá identificar indivíduos adultos com sucesso na redução e manutenção do peso a longo prazo, caracterizar os métodos associados à perda de peso bem sucedida. Além disso, com este método será possível descrever as estratégias de manutenção do peso adoptadas. 
O RNCP conta já com cerca de 200 casos de sucesso que constituem exemplos a seguir, especialmente por quem tem excesso de peso ou obesidade, que é o caso de mais de metade da população adulta portuguesa.
Estes relatos podem ajudar mais portugueses a transformar as suas tentativas de perda e manutenção de peso em casos de sucesso.

Nutricionistas da Itália querem resgatar dieta mediterrânea


CULTURA

Nutricionistas da Itália querem resgatar dieta mediterrânea

País ostenta fama de excelente cozinha, tanto em termos de sabor quanto de saúde. Mas estilo de vida moderno força italianos a abrir mão de suas tradições alimentares. E já são campeões europeus de obesidade infantil.
Há anos a dieta mediterrânea é considerada um modelo de nutrição saudável. Ela é rica em azeite de oliva, leguminosas e verduras, frutas e nozes, fibras e carboidratos não refinados, além de uma quantidade moderada de peixe e vinho, poucos laticínios e um mínimo de carne vermelha ou de aves.
Além de reduzir o risco de moléstias cardíacas e obesidade, constatou-se que essa dieta reduz a glicose sanguínea e promove perda de peso entre diabéticos tipo 2.
Um estudo recente realizado na Universidade de Navarra, na Espanha, demonstrou, ainda, que a alimentação mediterrânea aumenta a capacidade mental dos idosos e é melhor do que uma dieta de baixa gordura para os pacientes com risco de demência vascular.
Naturalmente, um dos países que mais se associa à dieta mediterrânea é a Itália, tão admirada e respeitada por sua reputação culinária. No entanto, a situação dos italianos modernos parece não ser nada melhor do que a de outras nações industriais, quando se trata de comer de forma saudável.
Vegetais na base, poucos produtos processados e animais: princípio da alimentação mediterrânea
Alimentação mudou com a vida
A Itália era tradicionalmente o país da pausa de almoço de três horas. As mães cozinhavam, a cada dia, suntuosos banquetes – deliciosos, nutritivos e frescos –, que eram seguidos por longas sestas.
Isso é coisa do passado, afirma Giulio Marchesini, professor de Ciências da Alimentação da Universidade de Bolonha e diretor da Clínica de Doenças Metabólicas e Dietéticas do Hospital Sant'Orsola. "A alimentação mudou porque a vida mudou", diz, referindo-se às pressões da sociedade moderna.
Segundo ele, hoje em dia os italianos estão sempre com pressa e não têm mais tempo de ir para casa na hora do almoço. "Às vezes comemos de pé, também jogando ou estudando ou fazendo alguma coisa no computador." Além disso, os italianos consomem atualmente muito mais comida embalada e processada do que antes.
A Itália contemporânea sofre de uma epidemia de obesidade e de um avanço radical do diabetes tipo 2, diz o especialista em nutrição. "Estamos no topo da lista da obesidade infantil na Europa, e isso é um problema, pois uma criança obesa tem quase 100% de probabilidade de se tornar um adulto obeso."
É certo que a maioria dos italianos segue consumindo muito azeite, massas e vegetais, mas muitos não têm ideia do que compõe, exatamente, uma dieta mediterrânea saudável. Alimentos de preparo fácil, como presunto, salame e queijo, são agora ingeridos diariamente; sobretudo no norte do país, a dieta é abundante em carne de porco, vaca e gorduras animais.
Peixe é alimento animal número um
Benefícios para a saúde
Na última década, uma série de estudos tem repetidamente enfatizado as vantagens da dieta mediterrânea na contenção de moléstias que vão desde o mal de Alzheimer e Parkinson, a doença cardíaca coronária e o infarto até o câncer.
Em 2013, a fundação inglesa Western Sussex Hospitals comparou os resultados de 20 estudos, a fim de investigar o impacto de sete dietas populares sobre os adultos portadores de diabetes tipo 2.
Tanto a variante mediterrânea como as de baixo carboidrato, de alta proteína e de baixo índice glicêmico reduziram o açúcar no sangue dos participantes. Porém a surpresa foi que a dieta mediterrânea acusou sucesso muito maior na redução do peso do que as de baixo carboidrato e de baixa gordura.
Marchesini aponta uma outra razão importante por que todos deveriam seguir a dieta mediterrânea: os recursos econômicos e ecológicos globais. "As dietas não mediterrâneas, ou seja, ricas em carne, não são mais sustentáveis em termos do impacto ambiental sobre o planeta."
Ele e sua equipe se empenham para promover o retorno ao modelo mediterrâneo. Pois, como ele enfatiza, a questão não é apenas o que se coloca na boca. Em sua clínica de doenças metabólicas e dietéticas em Bolonha, os pacientes não são mais enviados para casa com dietas para redução de peso.
"Oferecemos cursos educacionais e uma equipe de nutricionistas e clínicos. Temos especialistas em exercícios físicos, um psicólogo – tudo o que pode ajudar as pessoas a mudar seu estilo de vida", descreve o professor.
E Marchesini também põe em prática aquilo que prega: come muitas leguminosas, frutas, legumes e verduras, e todos os dias vai para o trabalho de bicicleta – faça chuva, faça sol.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estudo monta novo cálculo para necessidades energéticas diárias das crianças

Método desenvolvido pelos especialistas é uma esperança contra obesidade infantil

Reprodução
DO MSN


Os médicos e pais podem não estar percebendo o número de calorias que as crianças com obesidade infantil estão comendo. É o que sugere um novo estudo publicado online dia 30 de julho na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology. O trabalho, desenvolvido por médicos do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos EUA, prevê uma atualização do modelo matemático utilizado para calcular as necessidades de calorias diárias em crianças e adolescentes.

O novo modelo tenta estimar com mais precisão as necessidades energéticas para meninas e meninos em crescimento. Ele prevê que o metabolismo das crianças é mais alto que o dos adultos, e leva em conta a queda na atividade física que pode acontecer com a idade - como crianças ativas que se transformam em adolescentes mais sedentários. Em suma, o modelo mostrou que é preciso muito mais calorias para as crianças ganharem peso do que os especialistas haviam realizado.

Por exemplo, o velho modelo estimava que para uma garota de cinco anos entrar na faixa do sobrepeso aos 10 anos, ela precisaria comer cerca de 40 calorias extras por dia - o equivalente a uma maçã pequena. O novo modelo prevê que ela precisaria comer muito mais do que isso - cerca de 400 calorias extras por dia, o equivalente a uma porção média de batatas fritas no fast-food - para obter o mesmo resultado.

Usando dados históricos coletados pelos Centros dos Estados Unidos para Controle e Prevenção de Doenças, os pesquisadores calcularam que as crianças hoje em dia tem uma média de 13 quilos a mais do que as crianças da mesma idade no final de 1970, antes do início da epidemia de obesidade. Para ganhar esses quilos extras, as crianças consumiram cerca de 200 calorias a mais por dia.

Segundo os pesquisadores, essa diferença nas calorias pode ser ainda mais gritante em determinadas faixas etárias, variando inclusive conforme o sexo. Por exemplo, o modelo estima que um menino de 11 anos de idade hoje come cerca 320 calorias extras por dia, se comparado com seus colegas de peso saudável - e consequentemente está 18 quilos acima do peso. Enquanto isso, uma menina que tem a mesma idade e também está com 18 quilos a mais do que o recomendo precisou consumir 301 calorias extras diárias.

Os autores afirmam que os novos números dão aos pais e médicos um roteiro mais preciso para entender como algumas crianças chegaram à obesidade infantil. No entanto, eles afirmam que o método não é exatamente o caminho de volta a um peso normal. Isso porque cortar as calorias apontadas pelo cálculo seria apenas diminuir o excesso ? e para emagrecer seria necessário consumir menos calorias ainda. 

Proteja seu filho da obesidade infantil

Manter as crianças dentro de uma dieta saudável dá trabalho, principalmente quando elas adoram ir ao supermercado e ficam com olhos gulosos para cima da sprateleiras de salgadinhos, doces e congelados. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada três crianças no Brasil está acima do peso, podendo chegar à obesidade (situação em que os quilos sobrando já são encarados como doença). "Educar o paladar das crianças é a melhor forma de evitar problemas com a balança na idade adulta", afirma a nutricionista Raquel Maranhão, da empresa BeSlim. Ela e outros especialistas listam uma série de guloseimas campeãs de popularidade entre a turma infantil, mas que devem ser consumidas com muita moderação:

Alimentos congelados

Hambúrgueres, empanados de frango, lasanhas e outras refeições prontas podem levar a obesidade, hipertensão e aumento do risco de doenças cardiovasculares. Segundo a nutricionista Raquel Maranhão, da empresa BeSlim, esse tipo de alimento possui um alto teor de gordura, sódio e conservantes. "O ideal é consumi-los, no máximo, uma vez por semana e prepara-los grelhados ou assados ao forno, evitando a adição de óleos e molhos gordurosos", diz. A frequência com que esses alimentos devem ser consumidos é de uma a duas vezes ao mês.

 Salsicha

Paixão da maioria das crianças, as salsichas são comumente consumidas em lanches, acompanhadas de condimentos, purê de batatas, queijos amarelos e pão branco. Essa combinação acaba acrescentando muitas gorduras à refeição. "A melhor forma de consumir a salsicha é em uma refeição padrão, com arroz, feijão e legumes", conta Raquel Maranhão. Outro problema das salsichas é que elas são preparadas com restos de carnes de animais, incluindo partes altamente gordurosas, fora os conservantes e produtos utilizados para realçar o sabor.

A nutricionista explica que o melhor é evitar a adição de sal, molhos, óleos e demais gorduras à preparação. "Além de cozidas em água, as salsichas também podem ser feitas na forma grelhada ou cozida ao forno", completa. Outra dica é optar pela salsicha de frango, mais saudável que a versão com carne vermelha. O consumo deve ser feito no máximo de 15 em 15 dias. 
hambúrguer com batata frita - 

Fast Food

Esse é outro vilão famoso amado pela maioria das crianças. Rico em sal, gordura e conservantes, os fast foods devem ser evitados e no seu lugar consumidos os lanches naturais. A nutricionista Paula Castilho, da Sabor Integral Consultoria em Nutrição, afirma que o fast food pode ser consumido uma vez por mês no máximo. "Ao escolher o lanche, é importante dar preferência aos sucos, hambúrgueres de frango ou peixe e lanches que contenham saladas, além de evitar molhos, batata frita e não adicionar catchup ou mostarda à refeição". 
frango e batata fritos - 

Frituras

"Para que o alimento seja frito, é utilizada uma grande quantidade de óleo e isso prejudica a saúde do coração, além de acrescentar muitas calorias ao prato", afirma Raquel Maranhão. Segundo a nutricionista, as preparações empanadas são ainda mais prejudiciais e calóricas, pois levam farinhas em sua preparação. "O ideal é sempre optar por preparações grelhadas, cozidas ou assadas, que são muito saborosas e bem recebidas pelas crianças." 
doces -

Guloseimas

Balas, chocolates e outros doces, geralmente, são bombas de açúcar, que não só podem levar ao ganho de peso como ao aparecimento de cáries. A nutricionista Paula Castilho dá a dica: "Podemos optar por balas de goma sem açúcar, gelatinas, frutas mais doces como a banana ou outras frutas com adição de mel". Se você não quer eliminar as guloseimas do cardápio dos seus filhos, restrinja o consumo a porções de 30 gramas, três vezes por semana. 
batata chips - 

Salgadinhos industrializados

Que criança não gosta de comer um pacote de salgadinhos entre as refeições ou durante um passeio com a família? Se o seu filho é amante desses produtos, prefira as versões assadas ou de soja, que têm menos gorduras (a embalagem informa a forma de preparo). "Algumas marcas já vendem salgadinhos sem conservantes e até mesmo integrais, duas ótimas opções", afirma Paula Castilho. Entretanto, o consumo de salgadinhos também deve se limitar a duas vezes por mês no máximo. 
bolachas recheadas - 

Bolinhos e bolachas recheadas

De acordo com as nutricionistas, esses alimentos são ricos em gordura trans e colesterol, tornando-se uma ameaça à saúde do seu filho de consumidos em excesso. "Da mesma forma que os salgadinhos, a frequência de consumo é de uma ou duas vezes ao mês e em pequenas quantidades, como uma unidade de bolinho ou três unidades de bolacha", afirma Raquel Maranhão. Nestes casos, ela firma que a melhor opção são os biscoitos de aveia, mais saudáveis e apetitosos. 
criança comendo um croissant - 

Lanches da escola

Apesar de os lanches da cantina serem assados, eles oferecem recheios muito gordurosos, à base de queijos amarelos e calabresa. As nutricionistas afirmam que a melhor opção é sempre o lanche feito em casa, pois assim a quantidade e os ingredientes adicionados têm a procedência e a quantidade controlada, além da possibilidade de variar o cardápio e deixar a dieta da criança mais rica. "As melhores opções são lanches feitos com queijo branco e verduras", afirma Raquel Maranhão.

Conflitos que podem fazer crianças comer compulsivamente


Países têm discutido cada vez mais os hábitos alimentares das crianças
Países têm discutido cada vez mais os hábitos alimentares dascrianças
A maioria das crianças gosta de comer. Mas, para algumas, um apetite insaciável faz com que elas sempre queiram mais o que pode causar sérios problemas para os pais. A dona de casa britânica Emily contou à agência britânica de notícias BBC que um episódio em particular a fez compreender quão voraz era o apetite da filha, de apenas quatro anos de idade.
- De manhã cedo, ouvi o alarme da porta do freezer tocar. Desci para a cozinha e encontrei minha filha comendo bolinhos de batata congelados direto do pacote. Não temos mais esse tipo de comida em casa, simplesmente não podemos.
Emily (o nome é fictício) descreveu esse momento como “o fundo do poço”, mas hoje já se conformou com a ideia de que a filha vai sempre ter vontade de comer o que quer que haja na casa.
- Me lembro de ver uma cenoura enorme no bolso da saia dela no primeiro dia da aula de teatro – contou. “Ela me disse que (a cenoura) era para o caso dela ficar com fome. É curioso e complicado ser mãe de uma criança que tem compulsão por comida.”
Problema global
Os índices de obesidade infantil estão aumentando em todo o mundo. Segundo estimativas feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2010, o número de crianças obesas com menos de cinco anos de idade seria de cerca de 42 milhões. Dessas, 35 milhões estariam em países em desenvolvimento.
Só na África, o número de crianças com menos de cinco anos que têm peso acima do recomendado triplicou nas últimas duas décadas.
Em países ricos, como a Grã-Bretanha, os hábitos alimentares das crianças são presença constante na mídia. Recentemente, os jornais do país noticiaram que quadruplicou na última década o número de crianças e adolescentes atendidos em hospitais da Inglaterra e País de Gales com problemas de saúde associados à obesidade.
Especialistas apontam para alimentação ruim (por exemplo, ênfase em alimentos pobres em nutrientes e ricos em gordura e açúcar), baixos índices de amamentação e estilos de vida sedentários como as principais causas do problema.
Temendo que o caso de sua filha venha a contribuir para estatísticas alarmantes como essas, Emily busca maneiras de administrar o apetite voraz da filha.
E apetite, dizem os especialistas, é algo que varia de pessoa para pessoa.
- Somos programados para ser diferentes – disse o especialista em obesidade Stephen Bloom, do Imperial College, em Londres.
Bloom, que estuda os sistemas de controle do apetite no corpo humano, disse que, assim como somos diferentes na aparência, também somos internamente.
Cansativo
Em um extremo, estão as crianças que comem feito passarinhos, no outro, as que comem quase constantemente.
Apesar do que muitos dizem, comer demais não é sempre uma questão de mau hábito, disse outra mãe, Michelle (nome fictício), à BBC. Seu filho, de 11 anos, está sempre com fome e ela disse que é complicado e cansativo controlar a dieta dele.
- Você com frequência fica frustrado e bravo com seu filho por estar tão faminto o tempo todo, e eles também ficam frustrados e bravos com você. Mas não acho que seja culpa de ninguém. Não tem nada de errado com meu filho, nenhum quadro médico ou questões (emocionais) em relação a comida – diz.
- Ele sente fome genuína, não é gulodice. Não me culpo, já que faço tudo o que posso para que ele tenha uma dieta saudável. É cansativo, você sempre tem de ser organizado. E você tenta não fazer muito alarde, porque não quer que seu filho desenvolva transtornos alimentares.
- Ele não está obeso no momento porque controlo a dieta dele. Também estou tentando ensiná-lo sobre alimentação e sobre as consequências de se fazer escolhas ruins. Mas ele não vai morar sempre em casa comigo e me preocupo sobre o que vai acontecer no futuro.
Em situações como essa, o peso da criança sempre é uma preocupação para os pais. Emily comenta que a filha sempre foi maior do que os irmãos – e mais faminta.
- Ela mamava bem quando bebê e estava sempre no topo da escala em matéria de peso quando bebê, enquanto seu irmão mais velho é pequeno.
(A questão) “não é o que ela come – ela ficaria satisfeita em comer ervilhas enquanto outra criança comeria um biscoito. Sou firme e às vezes ela grita e reclama, mas ela já aprendeu o que pode comer. Ela simplesmente adora comida”.
À medida que a criança fica mais velha, controlar sua dieta fica ainda mais difícil.
- Na primeira semana dela na escola, ela repetiu o prato todos os dias – disse Emily. “Então tive de optar por mandar o lanche de casa porque era a única forma de controlar a quantidade e o tipo de comida que ela come”.
Culpa dos pais?
Cientistas vêm estudando formas de se controlar o apetite.
- Sabemos muito pouco, o apetite é uma coisa tão complexa – disse Sadaf Farooqi, professora de metabolismo e medicina da Universidade de Cambridge.
Ela comanda um grande estudo sobre obesidade e genética, em que médicos, enfermeiras, cientistas e pesquisadores trabalham juntos para tentar entender por que algumas pessoas engordam mais facilmente do que outras.
- O que sabemos é que há um fator genético, herdado (dos pais) para o apetite mas ele também é regulado pelo ambiente e comportamento, entre outras coisas.
Gostos pessoais também interferem. Os cientistas sabem, por exemplo, que a experiência do paladar varia de pessoa para pessoa e o que tem sabor delicioso para uns pode ser absolutamente desagradável para outros.
Profissionais que trabalham com nutrição infantil dizem que, com frequência, são procurados por pais preocupados com o que parece ser um apetite excessivo por parte dos filhos.
Muitos desses especialistas, no entanto, são da opinião de que a causa do problema seriam comportamentos inconscientes dos pais. Por exemplo, servir porções de adultos, em pratos de adultos, para as crianças.
Alguns aconselham deixar as crianças comerem o que quiserem – desde que seja saudável. Esse tipo de orientação se baseia em estudos que indicam que crianças naturalmente tendem a comer o necessário para saciar sua fome.
- Crianças geralmente não comem mais do que precisam – disse Tam Fry, porta-voz do National Obesity Forum, o Fórum Nacional da Obesidade na Grã-Bretanha.
- Se você deixa que as crianças façam suas próprias decisões, aprendem a regular sua alimentação. Se estão engordando, você aumenta a quantidade de exercício que estão fazendo. É uma questão de equilibrar a energia que entra e a energia que sai.
Mas alguns pais negam que estejam contribuindo para o problema e dizem que essas afirmações fazem com que se sintam isolados.
- Já me disseram isso antes – disse Michelle. “Em relação ao meu filho, eu simplesmente não concordo que seja o caso, ele é assim”.
Qualquer que seja a opinião dos profissionais, os pais têm de adotar estratégias próprias para lidar com o problema.
- Conversei com meu marido. Criamos regras claras e as explicamos para a nossa filha – disse Emily. “Estamos conseguindo controlar a situação no momento, mas sabemos que conforme ela fica mais velha, haverá outros desafios”.

Obesidade entre crianças pobres está em queda nos EUA




Obesidade entre crianças pobres está em queda nos EUA



















Um relatório dos CDCs (Centros de Controlo e Prevenção de Doenças) mostrou que a obesidade entre crianças de famílias carenciadas está em queda em 19 Estados americanos, se forem comparados os números de 2008 e 2011. Naquele país, uma em sete crianças pobres em idade pré-escolar é obesa.


As causas para a queda, que foi modesta, de cerca de 1%, ainda são desconhecidas, mas um aumento nas taxas de amamentação, uma redução da ingestão de calorias vindas de refrigerantes e uma melhor educação nutricional estão entre as possíveis explicações.

Desenvolvimento Infantil versus Atividade Física da Criança

Notícia publicada na edição de 02/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 11 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Existe uma grande preocupação mundial com o aumento da obesidade no mundo. A obesidade é um problema que não afeta somente os adultos, ela é uma doença que preocupa bastante pelo aumento dos seus índices na infância. A obesidade traz como consequências: aumento da pressão arterial, diabete, dislipidemia (aumento do colesterol) e mais recentemente, aumento dos casos de câncer. Com o aumento exagerado desta doença, existe uma preocupação mundial com a melhora dos hábitos alimentares e também com o incentivo à prática de exercícios. Já é consenso mundial que a prática de exercícios físicos diminui os índices de obesidade, melhora a massa óssea e a força muscular em adultos, além de melhorar a pressão arterial, diabetes, doenças inflamatórias crônicas, cognição, auto-estima e consequentemente melhora psicológica.

Desde 2006 existe uma preocupação em melhorar a prática de exercícios físicos em crianças, mas não se sabia o quanto de exercícios seria recomendado, qual o melhor tipo de exercícios e quais seriam os reais benefícios do exercício físico para as crianças. Hoje em dia já se sabe dos benefícios da prática de exercícios físicos para crianças e também dos benefícios para crianças bastante pequenas (zero a 4 anos de idade).
No Canadá, após avaliação de vários estudos científicos, desenvolveu-se um consenso sobre a prática de atividade física para crianças. Este consenso está de acordo com outros consensos dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália que preconizam as mesmas recomendações.

Por que a atividade física é importante para as crianças?
Porque melhora o desenvolvimento motor; melhora a aquisição de habilidades de motricidade fina; promove o crescimento; constrói ossos e músculos fortes; mantém e desenvolve a flexibilidade; promove a manutenção do peso adequado; melhora o sistema cardio-circulatório; melhora a postura; promove a oportunidade de amizades, e melhora a auto-estima.

Se você é pai ou cuidador de uma criança, você precisa ter consciência de dois ensinamentos importantes para promover a saúde e o bem estar delas: toda a criança necessita de pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a intensa todos os dias; criança não deve ficar mais de 2 horas do seu tempo por dia em aparelhos de televisão e ou eletrônicos (computador, jogos, internet) principalmente durante o dia.

Quais as atividades que são recomendadas: as atividades físicas recomendadas devem ser compostas por exercícios de moderada a forte intensidade, aquelas que deixam as crianças "sem fôlego", ditas aeróbicas, tais como: andar de bicicleta, nadar, correr, jogar futebol, basquete, ballet. Certamente estas atividades físicas devem ser realizadas de maneira que as crianças se divirtam com elas.

Como, nós adultos, podemos ajudar: servindo como exemplo, sendo ativos quando estamos com as crianças; incluir atividades físicas em programas familiares; estimular a ida à escola caminhando ou de bicicleta; pensar em uma atividade física quando ouvir: "não tenho nada para fazer, estou entediado"; estar sempre preparado para realizar com a criança uma atividade física, tendo em casa ou no carro bolas, pipas, bicicleta, frisbees (discos de plástico que servem para jogar em rotação); encorajar a criança a trocar TV, computador e jogos eletrônicos por atividades esportivas; negociar tempo de utilização de computadores, TV e eletrônicos; trabalhar junto com a escola no aumento das atividades esportivas para as crianças; quando presentear a criança, comprar brinquedos que estimulem a atividade física como, por exemplo: bicicletas, skates, cordas, pipas, discos de plástico, etc.

Crianças pré-escolares, de zero a 4 anos de idade também devem se exercitar diariamente. O tempo diário recomendado é maior comparado às crianças escolares e aos adultos. O que muda é o tipo de atividade física e a intensidade do exercício que varia conforme a idade da criança. A recomendação atual é de 3 horas durante o dia, em atividades que variam de acordo com sua faixa etária: 1 ano: brincar ou rolar no chão, gatinhar, brincar com bolas ou outros brinquedos que sejam seguros para a idade. Deixar a criança explorar o ambiente e para isso promover um lugar seguro sob supervisão de adultos ou educadores; 1-4 anos: promover atividades que estimulam o movimento como o caminhar, subir escadas, dançar, rastejar; brincar em lugares abertos para que se incentive o caminhar, o correr, subir obstáculos, pular.

Já estão comprovados os benefícios da atividade física para crianças pequenas e é consenso mundial que as crianças mantenham o mínimo necessário para manter a sua saúde. A atividade física para crianças de zero a 4 anos de idade melhoram e mantêm o peso da criança , melhoram as habilidades motoras, melhoram o aprendizado e a atenção, melhoram a pressão arterial e a resistência à insulina, melhoram a composição óssea, além de promoverem a maior disposição e felicidade.

Portanto, a atividade física é importante para lactentes, crianças pré-escolares e escolares e nós cuidadores devemos promover ambientes que permitam que as crianças se exercitem. Crianças não devem ficar paradas por períodos prolongados, a não ser que estejam dormindo. Todos nós precisamos ser mais ativos e dar o exemplo a elas.

* Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) - Conversando com o Pediatra - Depto. Científico do Comportamento e Desenvolvimento

Estudo britânico detectou sete crianças com mais de 120 quilos

Medições feitas a crianças com menos de 12 anos duas vezes em seis anos revelaram resultados preocupantes para o serviço nacional de saúde britânico.
30% das crianças analisadas tinham excesso de peso quando terminaram o ensino básico PÚBLICO
As últimas estatísticas sobre a obesidade entre crianças britânicas revelaram resultados preocupantes. Em medições realizadas entre 2006 e 2012 no âmbito de um programa do Serviço Nacional de Saúde britânico, foram encontradas sete crianças com menos de 12 anos com mais de 120 quilos de peso. Um dos casos mais graves de obesidade mórbida detectado foi o de uma menina, de dez anos, com mais de 150 quilos.Os números são avançados esta segunda-feira pela imprensa britânica e referem-se ao programa nacional de medição infantil, que inclui o registo do índice de massa corporal (IMC) e altura. Segundo medições realizadas duas vezes ao longo de seis anos a crianças em idade escolar com menos de 12 anos, uma em três tinha excesso de peso e cerca de 20% era obesa.
De acordo com as estatísticas agora avançadas, sete crianças sujeitas às medições tinham mais de 120 quilos. Uma menina de dez anos, de Hounslow, arredores de Londres, ultrapassou em cerca de 30 quilos esse peso, enquanto um rapaz de 11 anos tinha 146 quilos quando subiu a balança pela última vez, no âmbito do programa de saúde do Governo britânico. A menina tinha cerca de 1,50 metros de altura, enquanto o menino tinha pouco mais de 1,30. O IMC da rapariga era de 71 e o do rapaz de 84.
As restantes crianças que revelaram um peso superior a 120 quilos foram pesadas em escolas de Lancashire, Cum­­bria e Sul de Londres. Os dados oficiais indicam que 30% das crianças analisadas tinham excesso de peso quando terminaram o ensino básico.
O IMC é um cálculo que tem em consideração o peso corporal e a altura da pessoa. O resultado ajuda a saber se a pessoa tem um peso baixo, normal ou se pelo contrário tem peso a mais. O índice é calculado dividindo o peso (em quilogramas) pela altura ao quadrado (em metros). Se o resultado for inferior a 18,5 o peso é baixo e é normal se se situar entre 18,5 e 24,9. Entre os 25 e os 29,9 a pessoa tem peso a mais e acima de 30 é considerada obesa.
Abuso infantil?
Tam Fry, porta-voz do fórum nacional de obesidade britânico, uma organização que se dedica a alertar para os perigos do excesso de peso, disse ao Sunday Times que os dados agora revelados tornam-se ainda mais preocupantes quando se fala de crianças. “Acabámos por aceitar que 26% dos adultos no Reino Unido são obesos mas devíamos sentir-nos chocados quando 20% das crianças também o são”.
Para Fry, permitir que uma criança se torne “super, super obesa é em si um abuso infantil”, numa referência à falta de actuação dos pais quando têm filhos com excesso de peso.
A posição do porta-voz do fórum nacional de obesidade britânico surge numa altura em que as direcções das escolas foram aconselhadas pelo Serviço Nacional de Saúde britânico a não utilizarem um tom que seja considerado ofensivo quando alertam os pais por carta sobre o resultado das medições dos filhos. Até aqui, e segundo o The Mirror, quando era verificado que a criança tinha excesso de peso, os pais recebiam a seguinte mensagem: “Os resultados do seu filho ultrapassam em muito a escala de sobrepeso. Os médicos chamam a isso obesidade”.
Ao Sunday Times, Mitch Blair, do Royal College of Paediatrics and Child Health (o equivalente britânico a uma Ordem dos pediatras e da saúde infantil), alertou, por sua vez, que além do bem-estar físico da criança, o seu estado mental deve ser também acompanhado. “Ser obeso numa idade tão jovem tem claras implicações na saúde mental, além de incluir um maior risco de diabetes, problemas cardíacos e de articulações. Além disso, podem ocorrer sérias repercussões psicológicas. Os anos de adolescência são já duros o suficiente sem o fardo extra de ser obeso”, diz o professor.
fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/estudo-britanico-detectou-sete-criancas-com-mais-de-120-quilos-com-menos-de-12-anos-1602243

Está brigando com a balança? Descubra aqui três mitos sobre dieta


Dúvidas sobre regime? Veja aqui! Crédito: Getty Images.
Dúvidas sobre regime? Veja aqui! Crédito: Getty Images.

Mulheres têm mais dificuldade de perder peso? Gordinhas não são saudáveis? Quais são os verdadeiros vilões da dieta? Quem responde essas dúvidas é o endocrinologista Alfredo Halpern,  responsável pela criação do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas, em São Paulo e autor de 14 livros sobre o assunto. As respostas foram publicadas na revista LOLA MAGAZINE. Olha só!
1. Mulheres têm mais dificuldade de perder peso?
Se olhar a porcentagem de obesidade no Brasil, a de mulher é um pouco maior. Mulher é mais gordinha pois tem mais quantidade de gordura no corpo. Homem emagrece mais rápido, tem mais massa magra.

2. Ser gordinha é sempre sinônimo de não ser saudável?
Não. Há gordinhos que são muito mais saudáveis do que magrinhos. Ser gordinho não é ter doença. Mas, claro, algumas doenças são mais frequentes entre as pessoas que têm sobrepeso. Estudos mostram que ser um gordinho que faz atividade física é mais saudável do que um magrinho que não se exercita.

3. Qual é o alimento vilão da vez?
Há 40 anos, o vilão era o açúcar. Hoje, para emagrecer, é preciso gastar mais calorias do que ingerir. A dieta dos pontos (criado por Halpern) vem da conscientização do que as pessoas podem comer de tudo, desde que controlem. Quem está sendo indiscriminada hoje em dia é a frutose. Tudo leva a crer que o problema não é a frutose em si, mas, do mesmo modo, o exagero. Teve a época da gordura trans saturada, artificial, produzida pela indústria. Hoje, para o especialista, as vilãs são as frituras. Se tiver que dar um recado para alguém é: tire a fritura.

(Com reportagem de Carol Vaisman para a revista LOLA MAGAZINE)

Projeto Bem Nutrir quer combater a obesidade infantil

Projeto Bem Nutrir quer combater a obesidade infantil
As estatísticas apontam que a obesidade infantil é a que cresce mais rapidamente no Brasil, e o cenário agravado por mudanças nos hábitos alimentares, ampla oferta de produtos hipercalóricos e menos atividades físicas nas horas de lazer preocupa médicos que lidam com o problema.
Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, indicam que, em 20 anos, os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas).
Hoje, um em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso normal para a idade. O fenômeno é grave também entre pessoas de 10 a 19 anos, faixa de idade em que o excesso de peso gira em torno de 20%.
Entre os fatores que levam ao aumento de peso ainda na infância, especialistas destacam mudanças no padrão alimentar, redução da prática de atividades físicas nas horas de lazer e diferentes hábitos nas refeições - não raro feitas de frente para a televisão.
"Os jogos antes eram na rua ou na pracinha, as crianças gastavam energia", diz o endocrinologista pediatra Paulo Solberg. "Hoje, as brincadeiras são no videogame."
Partindo deste princípio, a prefeitura entende que a prevenção da obesidade infantil deve ser realizada nos primeiros anos de vida, para que as crianças desde cedo se acostumem a comer alimentos saudáveis.
E como método de prevenção, a prefeitura municipal lança agora o Programa Bem Nutrir, que focado no combate a obesidade infantil espera promover uma educação alimentar com as crianças, e assim reduzir o número de adultos com diabetes, hipertensão, dislipidemia e problemas cardíacos.
Em um projeto piloto o programa começou a ser desenvolvido, e foi dividido em várias etapas, sendo que a primeira já foi concluída, que é a pesagem, onde as nutricionistas das secretarias de educação e saúde visitam as creches e coletam dados básicos como peso e altura de crianças de 0 a 5 anos.
Após a reunião dos dados, é feita uma avaliação caso a caso, e as crianças que apresentarem um quadro de desnutrição (abaixo do peso) são encaminhadas para atendimento nutricional, e as que apresentam sobrepeso, são divididas em grupos de acordo com o nível de sobrepeso.
Após a divisão dos grupos, começa um trabalho minucioso tanto com as crianças como com os pais. Com as crianças são realizadas atividades que induzem a criança a uma alimentação mais saudável e assim, a chegarem ao seu peso ideal.
Já com os pais são realizadas palestras e treinamentos para que saibam trabalhar de forma correta a alimentação dos filhos em casa, e até mesmo alterar a própria alimentação de forma que acostume o filho a um ambiente com alimentação saudável.
O trabalho é constante e realizado durante todo o ano, e periodicamente as crianças serão avaliadas para análise de resultados. O Prefeito Dr. Felipe ao se inteirar do projeto, afirma que seguindo esta linha, os resultados serão animadores.