Para os donos, os animais domésticos nunca estão acima do peso. Para os veterinários, a obesidade de cães e gatos tem se tornado uma epidemia
Eles chegam às clínicas com dificuldades para andar, ofegantes, com o
colesterol elevado e problemas nas articulações. Os donos até desconfiam
que o excesso de peso possa estar prejudicando seus mascotes, mas são
os primeiros a dizer não quando o veterinário diz que eles precisam
fazer uma dieta. Estima-se que em grandes cidades, como São Paulo, cerca
de 50% dos cães e gatos que vivem em apartamentos estejam acima do
peso. As principais causas desse mal que era apenas humano são o excesso
de calorias e a falta de atividades físicas.
Boa parte das clínicas veterinárias já oferece tratamento especial para
esse público, com programas de emagrecimento e especialistas como
endocrinologistas e fisioterapeutas. Para ajudá-los a emagrecer, muitas
delas passaram a oferecer sessões de ginástica em esteiras aquáticas de
caminhada. O exercício na água, segundo os veterinários, alivia a
sobrecarga de peso dos animais obesos, evitando lesões. As esteiras
marcam a velocidade, a distância percorrida e o gasto calórico do
animal. Mas exercício físico sem restrição calórica não funciona para os
animais que estão obesos, dizem os veterinários. Eles precisam comer
menos. “Além de rações especiais, temos maneiras de distribuir a
alimentação para suprir as necessidades do animal e ainda agradar o
dono”, diz Alessandra Vargas, da clínica veterinária Endocrinovet, de
São Paulo.
saiba mais
A aposentada mineira Terezinha Guimarães, de 69 anos, quase perdeu seu
yorkshire por mimá-lo com excesso de comida. “Lugui sempre me pedia uns
agradinhos enquanto eu almoçava e eu acabava cedendo”, diz. Lugui foi
engordando devagar. Seu peso passou de 2,2 quilos para cerca de 4
quilos. Ele tinha muita dificuldade para andar, problemas na coluna e um
problema respiratório. “Tive de mudar meus hábitos para beneficiá-lo.
Sempre que almoço, o Lugui fica em outro ambiente”, afirma. Lugui, de 17
anos, come ração para cães idosos e obesos. Para se reabilitar, faz
fisioterapia, aplicações de laser e natação.
A cadela Tósca, sem raça definida, desenvolveu um problema cardíaco por
conta do excesso de peso. A dona, Ednéia Rodrigues, que cuida de mais
de 80 animais resgatados da rua, diz que Tósca é gulosa e come a comida
dela e dos outros animais. “É difícil controlar”, diz. Ela conta que
sempre teve o hábito de, uma vez por dia, oferecer alimentação preparada
em casa, à base de arroz integral, brócolis, cenoura e carne. “A
veterinária disse que não tem problema, mas que as quantidades têm de
ser respeitadas e balanceadas, algo que eu não fazia.”
A motivação coletiva para emagrecer os mascotes inspirou a organização
PDSA’s Pet Fit Club a promover uma espécie de reality show de
emagrecimento de animais domésticos. Reuniu 16 cães, um gato e um
coelho. O cachorro Jack (da foto), que perdeu 6 quilos , foi o
vencedor.
>>Leia mais sobre dicas sobre o que fazer se seu bichinho estiver acima do peso na edição da ÉPOCA que está nas bancas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário