Lages, 03 e 04/11/2012, Correio Lageano
O Brasil é exemplo de conquistas na área de segurança alimentar e
nutricional. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, o país conseguiu reduzir a desnutrição infantil a
patamares iguais aos dos países desenvolvidos. A obesidade também é uma
questão a ser tratada e, para isso, vem o Plano Intersetorial de
Prevenção e Controle da Obesidade. Em Lages, há projetos com orientação
multiprofissional para mudar maus hábitos de alimentação e conscientizar
sobre como ter um corpo saudável.
O programa nacional, recém lançado, sugere melhorar o padrão de consumo
de alimentos, valorizar o consumo dos alimentos regionais, realizar
preparações tradicionais e promover o aumento da disponibilidade de
alimentos adequados e saudáveis à população. Estratégias para a troca de
alimentos processados por básicos, como grãos integrais, leguminosas,
oleaginosas, frutas, hortaliças e pescados; para promover a prática de
atividade física, especialmente em ambientes de trabalho, ambientes
urbanos seguros e escolas também estão incluídos.
O ministério irá financiar 30 projetos de educação alimentar em
universidades públicas; educação alimentar nos serviços
socioassistenciais, com oferta de cartilhas; campanha de alimentação
saudável nas Centrais de Abastecimentos (Ceasas), em parceria com a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); formação de mil agentes
multiplicadores para a educação alimentar; e um curso de educação à
distância para 2 mil técnicos do Bolsa Família.
A educadora física, Sara Córdova Duarte, faz parte do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (NASF III), formado por um assistente social,
psicólogo, farmacêutico, educador físico e nutricionista que também
orienta a população em relação ao sobrepeso. No bairro Habitação, o
último grupo teve início em agosto e término em outubro. Mas acontece há
três anos e o projeto já foi trabalhado no bairro Santa Catarina
Centenário e Copacabana. Durante dez encontros, os profissionais
mostraram a importância da mudança de hábito para controlar
triglicerídeos, reduzir colesterol e aumentar a qualidade de vida.
Duarte explica que os participantes levam informação à família e o foco
não é a balança. A pessoa é pesada no primeiro dia e depois no final,
para não ficar obcecada em perder peso. “O objetivo é reeducar para
mudanças saudáveis. Entra a atividade física de acordo com o perfil de
cada pessoa, ao que ela tem acesso e gosta”, afirma a educadora física.
Autoestima
A educadora física Sara Córdova Duarte observa que a pessoa que chega
com sobrepeso tem o perfil depressivo, quieto ou bravo. Conforme vai
mudando os hábitos, o intestino funciona melhor, assim melhora o humor.
“Isso também dá mais ânimo para continuar. Temos casos de gente que saiu
de uma depressão; e outro de uma pessoa com cirurgia bariátrica que
desmarcou”, relata.
Ela afirma que não tem como manter o peso se não se movimentar. No
frio, ingere-se mais alimentos calóricos para manter o calor. Por isso,
na região da Serra Catarinense, a necessidade de atividade física é
maior para compensar a ingestão de alimentos calóricos.
Luciana Aparecida Monteiro é auxiliar de serviços gerais e participou
do grupo de sobrepeso. Ela fazia muitos pães caseiros por semana,
comprava dois ou três pacotes de trigo. Já perdeu 6,5kg e percebeu
mudanças até na autoestima. Comia pão, macarrão, não comia muita salada,
“Eu vi que é bom para mim e para minha família. Como agora eu estou
mudando, eles mudam também”, diz Monteiro.
Obesos
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 74
milhões de pessoas estão com excesso de peso no país. A maior parte são
adultos, mas há 5,7 milhões de crianças entre 5 e 9 anos, e 6,8 milhões
de adolescentes entre 10 e 19 anos.
Foto: Francielli Campiolo
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