O Projeto Criança em Movimento teve seu inicio na teoria em 2004 com a elaboração do projeto escrito, em 2008 teve inicio a pratica das atividades na Caldance Academia.
Rio - Esqueça aquela rodinha de meninas e meninos brincando de ‘pêra, uva, maçã ou salada mista’. A maioria das crianças de hoje sequer conhece a cara dessas frutas. Essa é uma constatação que a diretora Estela Renner relata em seu documentário ‘Muito Além do Peso’, um filme que alerta para as causas e efeitos de um dos maiores problemas damodernidade: a obesidade infantil.
Aos seis meses, Guilherme consome seis mamadeiras de leite em pó por dia | Foto: ReproduçãoInternet
“Tem criança que nunca viu uma batata, só conhece a frita. Alguma coisa está muito errada quando um menino de oito anos olha para um chuchu e diz ‘coco?’. E uma menina da mesma idade, com um pimentão nas mãos, diz ‘abacate?’, observa a diretora.
Com estreia marcada para amanhã, nas salas de cinema Itaú-Unibanco, o filme atenta para o fato de que, pela primeira vez na história, as crianças apresentam sintomas de doenças de adultos. Problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2. Todos têm em sua causa a obesidade. Percorrendo diversas regiões do País, das grandes cidades a comunidades rurais, passando por aldeias indígenas, Estela encontrou crianças — mesmo nos ambientes mais rústicos — com péssimos hábitos alimentares.
Viciado em batatinhas chips, Yan, de 4 anos, tem problemas cardíacos | Foto: Reprodução Internet
Um exemplo disso é o de Yan, de 4 anos, morador de Careiro da Várzea, no Amazonas. Yan é viciado em batatinha chips e, para conseguir o pacote, chega a se jogar no chão e fazer birra com os pais. Como resultado, ganha o petisco e, de quebra, problemas cardíacos e de pulmão devido ao acúmulo de gordura no corpo.
Já Guilherme, de seis meses, morador de Manaus, ainda nem tem consciência de suas escolhas, mas já está muito acima do peso devido às seis mamadeiras diárias que toma de leite em pó ao invés do leite materno. Outro grande vilão retratado no filme é o refrigerante. “Mães dão refrigerante na mamadeira para crianças menores de um ano. Com certeza elas fazem isso porque não sabem que é inadequado”, alerta a endocrinologista Danielle Andreoni, que está no filme.
Welllington sofreu queda em casa e foi socorrido por Corpo de Bombeiros. Ele tinha 33 anos e sofria de diabetes e obesidade mórbida.
Obeso é transferido de hospital em Salvador (Foto: Egi Santana/G1)
Morreu na madrugada desta quinta-feira (15), em Salvador, Wellington Cortes Conceição, de 33 anos. Ele tinha obesidade mórbida e precisou ser resgatado de dentro de casacom auxílio de um guincho na sexta-feira (9), na cidade de Amélia Rodrigues, a cerca de 80 km de Salvador. Segundo a irmã Débora Cortes Souza, Wellington foi transferido para a UTI do Hospital Roberto Santos na manhã de quarta-feira (14) e o quadro de saúde dele se complicou.
Na tarde de terça-feira (13), o paciente tinha sido transferido do Hospital Geral do Estado (HGE) para o Hospital Geral Roberto Santos, também na capital baiana. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), ele receberia tratamento contra obesidade.
Segundo a família, Wellington começou a engordar aos 28 anos. Há pelo menos dois anos, parou de trabalhar porque já não conseguia nem andar. Uma irmã de Wellington também sofre de obesidade.
Parada cardíaca
Em coletiva realizada na manhã desta quinta, a diretoria do Hospital Roberto Santos explicou que a morte de Wellington foi causada por uma parada cardíaca, que provavelmente foi causada por uma embolia pulmonar.
O hospital informou também que o corpo do rapaz deve ser retirado do hospital com a ajuda do Corpo de Bombeiros. O enterro está programado para ser feito no cemitério Quinta dos Lázaros, na capital, mas o horário ainda não foi informado pelos familiares.
Entenda o caso
O rapaz foi hospitalizado na sexta-feira após sofrer uma entorse na perna, decorrente de uma queda no banheiro de casa. Após o atendimento no HGE, familiaresdemonstraram o interessede que Wellington iniciasse um tratamento específico contra a obesidade.
Uma amiga da família, Valdete Alves da Paixão, contou que devido à dificuldade de locomoção, Wellington passava o tempo todo dentro de casa, em Amélia Rodrigues.
Acidente
Solange Santos, esposa de Wellington, informou que após a queda, ela conseguiu tirar o marido do banheiro com ajuda de outras pessoas, mas não foi possível tirá-lo de casa para uma unidade de saúde devido à dificuldade de locomoção. A família acionou o Corpo de Bombeiros local e um guincho para que fosse possível fazer o resgate de Wellington, que durou quatro horas e meia.
Cerca de dez pessoas auxiliaram o trabalho de retirada do morador e uma parede precisou ser derrubada. Uma ambulância da concessionária Via Bahia foi cedida para transportar o paciente até o HGE.
No HGE, oito homens participaram da remoção do paciente da ambulância para uma maca.
Resgate durou cerca de quatro horas e meia em Amélia Rodrigues (Foto: Imagem/TV Subaé)FONTE: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/11/morre-homem-obeso-que-foi-resgatado-por-guincho-na-bahia.html
Nesta quarta-feira, 14, dia mundial do Diabetes, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – Abeso, estima que cerca de 50% dos portadores desta doença ainda não foram diagnosticados. Por conta disso, deixam de ter tratamento adequado, que previne complicações crônicas micro e macrovasculares como infartos, derrames e trombose. O motivo, segundo a Associação, é o fato de a doença ser insidiosa e pouco sintomática no início.
O aumento na incidência do diabetes mellitus tipo 2 está relacionado diretamente ao aumento do peso corpóreo e ao estilo de vida atual. Cerca de 80% desses pacientes estão acima do peso.
Se levarmos em conta os dados do IBGE de 2011 que mostraram uma elevação do índice de obesidade de 11,4% (em 2006) para 15,8% e do sobrepeso de 47,2% em homens e 38,5% em mulheres (também em 2006), para as proporções de 52,6% e 44,7%, no ano passado, respectivamente, compreenderemos a razão do aumento gradativo do diabetes tipo 2 no nosso meio.
Uma mulher obesa tem 93 vezes mais chance de desenvolver o diabetes tipo 2 do que uma com peso normal, no sexo masculino a chance de um homem obeso se tornar diabético é de 42 vezes mais.
O controle do excesso de peso, a reeducação alimentar e o aumento das atividades físicas são fundamentais no controle epidemiológico dessa doença. Mais informações no site http://www.abeso.org.br/.
Endocrinologista britânico explica como a operação afeta o gosto por açúcar e gordura e fala sobre o futuro da redução de estômago
Divulgação
Carel Le Roux participou do Congresso Brasileira de Cirurgia Bariátrica
Carel Le Roux é um dos nomes mais importantes da área de metabolismo e cirurgia bariátrica em todo o mundo.
O médico, que recentemente participou do Congresso Mundial de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em Maceió, acredita que a operação do estômago desponta como uma forma de prevenir o diabetes .
Le Roux lidera a equipe de controle de obesidade do Imperial College and King's College Hospital, em Londres. Uma de suas principais linhas de pesquisa investiga a mudança no paladar depois da cirurgia bariátrica.
“Antes da operação as pessoas dizem que sentem prazer em comer fast-food e comidas gordurosas, mas depois dela relatam satisfação em comer vegetais. Não é obrigação, mas sim gosto, elas têm prazer”, diz ele. Confira a entrevista:
iG: Quais são as novidades nos tratamentos contra a obesidade?
Carel Le Roux: Antes pensávamos que as pessoas deveriam ou tomar medicamentos ou passar pela cirurgia. Hoje vemos que as coisas se complementam. Hoje vemos que a cirurgia é o melhor que podemos oferecer. Ela torna todas as coisas mais fáceis para o corpo: a pressão e a glicose melhoram. Mas se incluirmos os remédios, podemos ter mais benefícios. É como uma pessoa que tem câncer: o que se faz é tirar a parte doente, e depois tratar com quimioterapia, radioterapia, ou seja, com medicamentos. Juntando as duas terapêuticas estamos atacando a doença de diferentes ângulos e as chances de sucesso aumentam.
iG: A combinação das duas coisas já está sendo empregada na prática?
Le Roux: Estamos apenas começando, mas isso ocorre porque estamos operando pessoas cada vez mais doentes e somente a cirurgia não tem sido suficiente. Se o paciente tem diabetes há 20 anos, por exemplo, só a cirurgia não será satisfatória. Então, se tratar com cirurgia e remédio vai perceber que será necessário muito menos remédio e o controle da doença será muito melhor. A cirurgia nos permite reduzir a quantidade de medicação e também fazer com que ela tenha melhor ação. Além disso, se o paciente está acima do peso e tem probabilidade de desenvolver diabetes, ou seja, tem histórico familiar da doença, ele pode passar pela cirurgia de forma preventiva. Neste ponto, você não vai precisar de remédios pós-cirurgia.
iG: Então uma das aplicações da cirurgia seria mesmo a prevenção do diabetes?
Le Roux: Sim. Isso já está provado em um estudo recém-publicado com 2 mil pacientes, estamos muito confiantes. Mas também sabemos que são poucos os que serão tratados preventivamente. Já para aquelas pessoas que têm diabetes por cinco anos, por exemplo, e estão usando medicação, 40% serão curadas do diabetes somente com a operação, sem necessidade de remédio. Em 60% dos casos, no entanto, ainda precisarão de medicamentos. E também temos aquele grupo de pessoas que tem diabetes há 20 anos, eles têm problema na visão, nos rins ou até já tiveram um ataque cardíaco. Nesses casos, sempre precisamos incluir os remédios.
iG: Uma das suas principais linhas de pesquisa é a mudança no paladar depois da cirurgia bariátrica. Isso realmente ocorre? Por quê?
Le Roux: Quando você prova alguma coisa, ativa três níveis de resposta. O primeiro é a sensação: se você toma um café adoçado, consegue me dizer se tem açúcar ou não. O próximo nível é a recompensa: ao beber café com açúcar, você gosta. E o terceiro é o fisiológico: ao colocar açúcar na boca, há produção de saliva. Se olharmos para os pacientes que passaram pela cirurgia de bypass, vemos que esses três níveis mudam.
Depois da cirurgia, se colocamos açúcar na água, por exemplo, os pacientes podem sentir o sabor de concentrações muito pequenas do doce. Então, em vez de colocar duas colheres de açúcar, agora ela precisa de apenas uma para ter a mesma sensação. O segundo ponto é a recompensa. E essa é a maior mudança que observamos. Antes, os pacientes contam que gastam muito tempo e energia pensando no que vão comer no almoço, ou no jantar. Depois da cirurgia, o mecanismo de recompensa ligado à comida muda. Eles não passam mais tanto tempo pensando em comida e comem menos.
Depois da cirurgia o terceiro nível (a fisiologia) também muda: quando a pessoa coloca açúcar na boca, produz menos saliva. É o corpo respondendo de forma menos intensa. As pessoas dizem que antes da operação sentem prazer em comer fast-food e comidas gordurosas, mas depois dela relatam satisfação em comer vegetais. Não é obrigação, mas sim gosto, elas têm prazer.
Le Roux: Ainda não sabemos exatamente qual é o mecanismo, mas achamos que pode estar relacionado com sinais que vêm do intestino. Este sinal vai para o cérebro, alguns são hormonais e outros nervosos, mas é definitivamente uma mudança nessa região.
iG: A mudança é observada somente nesse tipo de cirurgia?
Le Roux: O bypass foi a técnica mais estudada. A banda gástrica não tem esse efeito, por exemplo, e as outras parecem similares ao bypass.
iG: A bariátrica despontou como forma de combater a obesidade e agora está virando uma ferramenta para combater distúrbios metabólicos. Como é trabalhar com essa mudança?
Le Roux: Eu diria que as pessoas procuram os cirurgiões porque querem ficar magras e felizes. Mas se perdem 20% ou 25% do peso, no fundo ainda são as mesmas. Então, não ficam mais felizes, mas se tornam mais saudáveis e funcionais. O que eu escuto no consultório é que agora essas pessoas podem fazer coisas como brincar com os filhos ou amarrar o próprio tênis. E isso é a maior recompensa: torná-las saudáveis e funcionais, e fazer uma grande diferença na qualidade de vida delas.
* A repórter participou do Congresso Mundial de Cirurgia Bariátrica e Metabólica a convite da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Paciente estava na fila para ser cirurgia fora do Piauí, mas conseguiu liminar e foi operada na rede privada.
Uma decisão judicial obrigou o Governo do Piauí a pagar pela realização de cirurgia de redução de estômago de uma paciente em hospital particular. O procedimento foi realizado na última segunda-feira e teve despesas estimadas de R$ 40 mil, desde as primeiras consultas e exames até a operação em si. O caso é um precedente para outras pessoas com obesidade que aguardam na fila de espera para serem operadas em outro estado, em função da falta de hospitais habilitados para fazer a cirurgia pelo SUS.
Imagem de cirurgia bariátrica
Paula Rute Fernandes Pinheiro Maia, 36 anos, tem 1,61m de altura e pesa 118 quilos. Ela foi diagnosticada com obesidade mórbida nível três, que oferecia risco de diminuição de vida em até 11 anos. Como não existe hospital no Piauí habilitado pelo SUS para cirurgia bariátrica, a paciente entrou em uma fila de espera para ser operada em outra unidade da federação.
Inconformada, Conceição Mapurunga, cunhada de Paula, afirma que tentou obter junto ao Estado, ainda no final do ano passado, o pagamento da cirurgia em hospital privado, o que não conseguiu de imediato. A decisão judicial saiu há um mês e o Governo pagou cerca de 25 exames laboratoriais e as consultas com especialistas necessárias no pré-operatório, como nutricionista, cardiologista, endocrinologista, psicólogo, entre outros. "Isso abriu um precedente para outras pessoas fazerem a mesma coisa", disse.
Conceição Mapurunga espera que mais decisões judiciais semelhantes surjam e forcem o credenciamento de um hospital no estado para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS. Além do Piauí, só Rondônia, Paraíba, Goiás, Amazonas, Acre e Roraima precisam mandar pacientes para realizar a operação em outros estados.
A cirurgia de Paula Maia foi feita pelo médico Gustavo Santos. A paciente deve ter alta nesta quinta-feira (15). A expectativa é de que ela perca cerca de 50 quilos nos próximos meses.
Para os donos, os animais domésticos nunca estão acima do peso. Para
os veterinários, a obesidade de cães e gatos tem se tornado uma
epidemia
Eles chegam às clínicas com dificuldades para andar, ofegantes, com o
colesterol elevado e problemas nas articulações. Os donos até desconfiam
que o excesso de peso possa estar prejudicando seus mascotes, mas são
os primeiros a dizer não quando o veterinário diz que eles precisam
fazer uma dieta. Estima-se que em grandes cidades, como São Paulo, cerca
de 50% dos cães e gatos que vivem em apartamentos estejam acima do
peso. As principais causas desse mal que era apenas humano são o excesso
de calorias e a falta de atividades físicas.
Boa parte das clínicas veterinárias já oferece tratamento especial para
esse público, com programas de emagrecimento e especialistas como
endocrinologistas e fisioterapeutas. Para ajudá-los a emagrecer, muitas
delas passaram a oferecer sessões de ginástica em esteiras aquáticas de
caminhada. O exercício na água, segundo os veterinários, alivia a
sobrecarga de peso dos animais obesos, evitando lesões. As esteiras
marcam a velocidade, a distância percorrida e o gasto calórico do
animal. Mas exercício físico sem restrição calórica não funciona para os
animais que estão obesos, dizem os veterinários. Eles precisam comer
menos. “Além de rações especiais, temos maneiras de distribuir a
alimentação para suprir as necessidades do animal e ainda agradar o
dono”, diz Alessandra Vargas, da clínica veterinária Endocrinovet, de
São Paulo.
A aposentada mineira Terezinha Guimarães, de 69 anos, quase perdeu seu
yorkshire por mimá-lo com excesso de comida. “Lugui sempre me pedia uns
agradinhos enquanto eu almoçava e eu acabava cedendo”, diz. Lugui foi
engordando devagar. Seu peso passou de 2,2 quilos para cerca de 4
quilos. Ele tinha muita dificuldade para andar, problemas na coluna e um
problema respiratório. “Tive de mudar meus hábitos para beneficiá-lo.
Sempre que almoço, o Lugui fica em outro ambiente”, afirma. Lugui, de 17
anos, come ração para cães idosos e obesos. Para se reabilitar, faz
fisioterapia, aplicações de laser e natação.
A cadela Tósca, sem raça definida, desenvolveu um problema cardíaco por
conta do excesso de peso. A dona, Ednéia Rodrigues, que cuida de mais
de 80 animais resgatados da rua, diz que Tósca é gulosa e come a comida
dela e dos outros animais. “É difícil controlar”, diz. Ela conta que
sempre teve o hábito de, uma vez por dia, oferecer alimentação preparada
em casa, à base de arroz integral, brócolis, cenoura e carne. “A
veterinária disse que não tem problema, mas que as quantidades têm de
ser respeitadas e balanceadas, algo que eu não fazia.”
A motivação coletiva para emagrecer os mascotes inspirou a organização
PDSA’s Pet Fit Club a promover uma espécie de reality show de
emagrecimento de animais domésticos. Reuniu 16 cães, um gato e um
coelho. O cachorro Jack (da foto), que perdeu 6 quilos , foi o
vencedor.
>>Leia mais sobre dicas sobre o que fazer se seu bichinho estiver acima do peso na edição da ÉPOCA que está nas bancas.
O projeto prevê orientações com nutricionistas na prevenção e combate à obesidade
O projeto de Lei já tramita na Câmara do Recife e será analisado pelas comissões permanentes
De
autoria do vereador Almir Fernando (PCdoB), está em tramitação na
Câmara Municipal do Recife o projeto de lei nº 113/2012 que tem a
finalidade de implementar ações eficazes para a reeducação de peso no
combate à obesidade adulta, infantil e mórbida da população recifense. A
ideia é que o programa intitulado de ‘Combate à Obesidade e Sobrepeso’
fique sob a coordenação de um médico endocrinologista.
O projeto
de lei será analisado pelas comissões permanentes e ficará à disposição
dos vereadores da Casa José Mariano para receber possíveis emendas,
antes de ser votado em plenário. O documento apresenta diretrizes da
política de combate à obesidade, como a promoção e o desenvolvimento de
programas, projetos e ações, de forma intersetorial, que efetivem no
município o direito humano universal à alimentação e nutrição adequada;
como também a adoção de medidas voltadas ao atendimento de médicos
endocrinologistas e nutricionistas em ambulatórios e hospitais
municipais da cidade.
No documento, o vereador sugere que seja
firmado um convênio ou parceria com as faculdades de Nutrição,
Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física, Psicologia, entre outras, em
conjunto com os ambulatórios do município para montar serviços
direcionados ao atendimento a pacientes. As parcerias preveem a
obrigação de contratação de novos profissionais por parte da Prefeitura
do Recife que deverá oferecer oportunidades aos universitários
(sob-responsabilidade dos chefes dos serviços enriquecendo o currículo
de cada aluno e preparando-o para o futuro), como descreve parte do
documento proposto.
“A obesidade é mais do que um problema com a
aparência; é um perigo para a saúde. O SUS não está atendendo à demanda
necessária, pois está sobrecarregado com pacientes migrados de planos de
saúde. Por isso, se fazem necessárias parcerias ou convênios em prol de
amplo e melhor atendimento ao público alvo” justificou o vereador.
O
programa de Combate à Obesidade e ao Sobrepeso também prevê formas de
encaminhamento dos pacientes que forem obesos ou apresentam sobrepeso ao
serviço de nutrição que funcionará sob forma de reuniões em grupo. Os
encontros poderão ser estendidos para pacientes diabéticos, renais
crônicos, hipertenso, cardiopatas, dentre outros.
Hábito de consumo de salgadinhos entre crianças é um dos motivos para a pandemia / Imagem: Divulgação
Da Redação
Pela primeira vez na história da
humanidade, problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo
2, típicos de indivíduos adultos, acometem as crianças, em índices cada
vez mais alarmantes. E todas essas doenças estão relacionadas com a
obesidade, que já atinge 33% das crianças brasileiras. "Muito além do
peso", novo filme da cineasta Ester Renner, se debruça sobre essa
questão e busca respostas que envolvem governos, pais, escolas e
publicidade.
A diretoria Ester Renner (à esquerda) trabalhou um ano e meio sobre o tema / Imagem: Divulgação
A ideia do filme surgiu enquanto dirigia sua obra anterior, o
também documentário "Criança, a Alma do Negócio". Em entrevistas com
meninos e meninas de diversas idades, ela percebeu que grande parte
deles não reconhecia frutas básicas, como mamão, pera, figo e manga -
mas, por outro lado, tinham na ponta da língua os nomes de todas as
marcas de salgadinhos disponíveis no mercado.
Cartaz do filme, que estreia no dia 16 de novembro
O filme conta com entrevistas de crianças e famílias que já sentiam
a obesidade como problema, além de chefs como Jamie Olivier e Ann
Cooper, esta responsável pelo projeto liderado por Michele Obama,
primeira-dama dos Estados Unidos, que prevê a instalação de mais de 6
mil salad bars em escolas norte-americanas. "Muito além do peso" tem
pré-estreia para convidados na segunda, 12, no Auditório Ibirapuera e
entra em circuito nessa sexta, 16. Clique aqui e assista ao trailer oficial.
Muitas vezes, jovens obesos tornam-se motivo de piadas e são excluídos
das brincadeiras, gerando isolamento, inibição e perda da autoestima.
São muitas as consequências que a obesidade - durante a infância
e início da adolescência – gera, de forma negativa, na vida adulta da
pessoa, a começar pelo aproveitamento escolar, por vezes com alto número
de faltas e notas abaixo da média. Crianças e adolescentes estão em
plena formação de sua personalidade, e os impactos emocionais da
obesidade poderão acompanhá-las pelo resto da vida.
Muitas vezes,
jovens obesos tornam-se motivo de piadas e são excluídos das
brincadeiras, gerando isolamento, inibição e perda da autoestima.
“Devido aos impactos que a obesidade pode causar nos jovens, criam-se
estereótipos e posteriormente estigmas que, mesmo em caso de eliminação
do excesso de peso, pode continuar a atrapalhar o desempenho na vida
adulta”, afirma a psicóloga Ana Beatriz Cintra.
Para se ter uma
idéia da quantidade de jovens atingidos pelo problema, segundo pesquisa
do IBGE, uma em cada três crianças com idade entre cinco e nove anos
apresenta peso acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
“São crenças preconceituosas a respeito de si mesmo que se tornam
enraizadas no inconsciente. A criança passa a se sentir uma perdedora,
não tem vontade de sair de casa, não gosta da imagem que vê no espelho,
mostra-se mais tímida e retraída, com perda da espontaneidade e podendo
até desenvolver depressão”, alerta a psicóloga.
Sentimentos de
rejeição, baixa autoestima, autoimagem negativa, dificuldade de
relacionamento e dificuldade com a sexualidade tornam-se comuns devido
às situações desconfortáveis em que o jovem é frequentemente exposto,
justamente na época em que ele mais necessita de confiança e afirmação.
“É
uma fase em que passamos por intensas e rápidas mudanças, por vezes
transitórias, mas que irão marcar e formar nossa personalidade. É um
novo linguajar, novos valores, novos padrões de comportamento, mudanças
hormonais, instabilidades de humor. Enfim, todas essas alterações podem
ser assustadoras por si só e, quando agravadas pela obesidade,
resultarão em conseqüências para a vida adulta, interferindo nos
relacionamentos pessoais e desempenho profissional”, finaliza a
psicóloga.
Recomendação unânime de médicos é deixar a cirurgia para último caso.
Adolescentes devem tentar dieta e exercícios por, no mínimo, 2 anos antes.
O Ministério da Saúde diminuiu a idade mínima recomendada para fazer a
cirurgia bariátrica, de redução de estômago, pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) de 18 para 16 anos.
Essa mudança se tornou importante porque disponibilizou mais um recurso
para os adolescentes que sofrem com excesso de peso, como mostrou o Bem
Estar desta quarta-feira (7).
No entanto, a recomendação unânime dos médicos é de que a cirurgia deve
ser a última opção do jovem com obesidade. Ele deve tentar por pelo
menos dois anos esgotar todas as outras possibilidades de vencer o peso
com a mudança de hábitos, reeducação alimentar e exercícios físicos. Em
alguns casos, são utilizados também medicamentos, sempre orientados por
um médico, ou o balão gástrico como opções anteriores à operação.
Passado esse período de tentativa, o paciente pode procurar um médico
para se informar sobre a cirurgia bariátrica. É importante ressaltar, no
entanto, que no sistema particular de saúde não há restrição de idade
para a operação e que a maioria das cirurgias no Brasil são feitas em
clínicas particulares.
O primeiro passo é que o paciente se convença totalmente de que aquele
procedimento é a alternativa correta para sua saúde, ciente dos riscos e
possíveis conseqüências. Além disso, a indicação também considera se
ele tem IMC maior que 40 ou maior que 35 com problemas associados, como
hipertensão, colesterol alterado e diabetes (veja como calcular seu IMC
clicando aqui).
Alguns médicos dizem também que operar cedo pode ajudar a prevenir o
bullying nessa fase da vida, além de dar ao paciente a possibilidade de
aproveitar momentos importantes da adolescência. Para que a técnica seja
bem sucedida, é importante que a família do adolescente esteja
totalmente sincronizada e consciente para ajudar na recuperação e
mudança no estilo de vida do jovem.
Caso não haja esse apoio familiar, é possível que o adolescente volte
para o peso que tinha antes da cirurgia. Em geral, isso acontece porque
ele não se compromete com o tratamento e não segue o novo estilo de
vida; segundo os médicos, 1 a cada 10 pacientes operados volta ao peso
anterior no período de 10 anos.
É importante que os pais e parentes prestem atenção na alimentação dos
filhos após a operação. Sorvete, leite condensado puro e alimentos
batidos no liquidificados são “vilões” da dieta pós-bariátrica e podem
fazer mal à saúde, além de serem extremamente calóricos.
Ao contrário do que se pensa, a alimentação pós-cirurgia não é pobre; o
paciente come em poucas quantidades, seis vezes ao dia. O procedimento
também diminui a proteína animal do organismo, o que torna ainda mais
necessário repor essa quantidade e evitar doces, bolachas e também
bebidas alcoólicas.
Além da redução de estômago, o SUS também passou a oferecer a cirurgia
plástica reparadora do abdômen do paciente operado, para retirar as
sobras de pele que ficam após a bariátrica.
Viva Mais Leve
Os filhos da Rosângela, participante da série, também passaram por uma
transformação junto com a mãe. No começo do desafio, eles estavam muito
próximos do grau mais elevado de obesidade e um dos filhos estava também
com pressão alta e pré-diabetes, o que assustou a mãe.
O susto foi um estímulo para a família mudar a alimentação e adotar os
exercícios físicos. As crianças começaram a praticar esportes três vezes
por semana. Na volta ao médico, o resultado foi positivo: as medidas
das crianças mudaram, a pressão baixou e o peso também diminuiu.
A Rosângela também intensificou os treinos na reta final do desafio.
Com a ajuda do preparador físico Mauro Guiselini, ela se comprometeu a
ir à academia três vezes por semana. Todos os dias, ela fará musculação.
No primeiro dia, aula de jump e pilates; no segundo dia; aula de dança e
luta; e no terceiro dia, transport e abdominais. No total, são seis
horas e quarenta minutos de exercícios durante a semana para garantir a
melhora na saúde.
Segundo um estudo realizado em Lisboa, no âmbito do programa ‘Saúde
mais Próxima’, a obesidade - apontada como a epidemia do século XXI
- afecta 32% dos lisboetas, enquanto 37% estão em situação de
pré-obesidade.
Estes são apenas alguns dos resultados do inquérito feito junto de
2125 pessoas em cerca de 30 bairros municipais e históricos da capital
portuguesa durante os meses de Julho e Agosto, a que a agência Lusa teve
acesso - um projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) com o
apoio da Sociedade Portuguesa Para o Estudo da Obesidade (SPEO). O
objectivo era não só analisar os dados recolhidos para fazer um rastreio
dos níveis de obesidade, como também conhecer melhor os hábitos
alimentares e o estilo de vida da população.
Uma das conclusões é que, apesar de a maioria dos inquiridos (83%)
indicar que faz vigilância da saúde, “os resultados gerais (avaliação do
Índice de Massa Corporal, o ICM, e de outros factores, como colesterol e
glicemia) apontam cenários pouco positivos, que colocam a maioria dos
lisboetas em situação de pré-obesidade (37%) e obesidade (32%)”.
Segundo o documento, ao inquirir-se a população de Lisboa sobre os
seus hábitos alimentares e estilo de vida, “foram colocadas várias
questões que permitem estabelecer relações entre o grau de escolaridade e
o número de refeições realizadas por dia”. Por exemplo, constatou-se
que elevados níveis de escolaridade influenciam positivamente os hábitos
alimentares.
Outras relações, como entre o IMC e o número de peças de fruta
consumidas por dia, o consumo de produtos lácteos, a leitura de rótulos
ou o consumo de água, permitem perceber os hábitos alimentares dos
alfacinhas e a forma como estes se reflectem na condição física da
população.
Verificou-se igualmente, nos termos do relatório, que “a maioria da
população atendida é sedentária, tendência esta que se estende à
população com excesso de peso”.
“A população com excesso de peso investe menos tempo do seu dia na
actividade física comparativamente à população com o peso recomendado”:
57% da população com excesso de peso é sedentária versus 49% da
população com peso normal, indica o estudo.
Foi também possível concluir que “a grande maioria das pessoas quase
nunca planeia as suas refeições e actividade física diárias” e, de entre
as que planeiam, 25% têm excesso de peso e 20% têm o peso recomendado.
Quanto ao consumo diário de água, a maioria da população da capital
demonstrou ter cuidado, ingerindo entre um e dois litros (69%). Não se
registaram diferenças significativas entre os hábitos de consumo de
líquidos entre as pessoas com peso normal e com excesso de peso, refere o
estudo.
A obesidade é classificada em três graus - obesidade de grau I (IMC
entre 30 e 34,5 quilos por metro quadrado), de grau II (IMC entre 35 e
39,9 kg/m2) e de grau III ou obesidade mórbida (IMC igual ou superior a
40 kg/m2) – e, em todos eles, há mais pessoas do sexo feminino.
O Brasil é exemplo de conquistas na área de segurança alimentar e
nutricional. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, o país conseguiu reduzir a desnutrição infantil a
patamares iguais aos dos países desenvolvidos. A obesidade também é uma
questão a ser tratada e, para isso, vem o Plano Intersetorial de
Prevenção e Controle da Obesidade. Em Lages, há projetos com orientação
multiprofissional para mudar maus hábitos de alimentação e conscientizar
sobre como ter um corpo saudável.
O programa nacional, recém lançado, sugere melhorar o padrão de consumo
de alimentos, valorizar o consumo dos alimentos regionais, realizar
preparações tradicionais e promover o aumento da disponibilidade de
alimentos adequados e saudáveis à população. Estratégias para a troca de
alimentos processados por básicos, como grãos integrais, leguminosas,
oleaginosas, frutas, hortaliças e pescados; para promover a prática de
atividade física, especialmente em ambientes de trabalho, ambientes
urbanos seguros e escolas também estão incluídos.
O ministério irá financiar 30 projetos de educação alimentar em
universidades públicas; educação alimentar nos serviços
socioassistenciais, com oferta de cartilhas; campanha de alimentação
saudável nas Centrais de Abastecimentos (Ceasas), em parceria com a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); formação de mil agentes
multiplicadores para a educação alimentar; e um curso de educação à
distância para 2 mil técnicos do Bolsa Família.
A educadora física, Sara Córdova Duarte, faz parte do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (NASF III), formado por um assistente social,
psicólogo, farmacêutico, educador físico e nutricionista que também
orienta a população em relação ao sobrepeso. No bairro Habitação, o
último grupo teve início em agosto e término em outubro. Mas acontece há
três anos e o projeto já foi trabalhado no bairro Santa Catarina
Centenário e Copacabana. Durante dez encontros, os profissionais
mostraram a importância da mudança de hábito para controlar
triglicerídeos, reduzir colesterol e aumentar a qualidade de vida.
Duarte explica que os participantes levam informação à família e o foco
não é a balança. A pessoa é pesada no primeiro dia e depois no final,
para não ficar obcecada em perder peso. “O objetivo é reeducar para
mudanças saudáveis. Entra a atividade física de acordo com o perfil de
cada pessoa, ao que ela tem acesso e gosta”, afirma a educadora física.
Autoestima
A educadora física Sara Córdova Duarte observa que a pessoa que chega
com sobrepeso tem o perfil depressivo, quieto ou bravo. Conforme vai
mudando os hábitos, o intestino funciona melhor, assim melhora o humor.
“Isso também dá mais ânimo para continuar. Temos casos de gente que saiu
de uma depressão; e outro de uma pessoa com cirurgia bariátrica que
desmarcou”, relata.
Ela afirma que não tem como manter o peso se não se movimentar. No
frio, ingere-se mais alimentos calóricos para manter o calor. Por isso,
na região da Serra Catarinense, a necessidade de atividade física é
maior para compensar a ingestão de alimentos calóricos.
Luciana Aparecida Monteiro é auxiliar de serviços gerais e participou
do grupo de sobrepeso. Ela fazia muitos pães caseiros por semana,
comprava dois ou três pacotes de trigo. Já perdeu 6,5kg e percebeu
mudanças até na autoestima. Comia pão, macarrão, não comia muita salada,
“Eu vi que é bom para mim e para minha família. Como agora eu estou
mudando, eles mudam também”, diz Monteiro.
Obesos
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 74
milhões de pessoas estão com excesso de peso no país. A maior parte são
adultos, mas há 5,7 milhões de crianças entre 5 e 9 anos, e 6,8 milhões
de adolescentes entre 10 e 19 anos.
Uma vida stressada pode ser um
factor de risco para a obesidade dos filhos. É o que diz um estudo
realizado no Hospital Infantil de Filadélfia, nos Estados Unidos, que
conclui que esse comportamento dos pais está directamente relacionado
com um maior consumo de fast-food e consequente excesso de peso nos seus
filhos.
Outra das consequências da obesidade infantil é um maior risco de certas doenças como a hipertensão e a síndrome metabólica.
O stress em causa pode ser provocado por diversos factores, como problemas económicos ou de saúde e o desemprego.
A conclusão de que os filhos destes pais consomem mais
fast-food resultou de um questionário a que foram submetidos 2 119 pais
ou encarregados de educação e adolescentes com idades entre os três e
os 17 anos.
Relatos sobre o estado de saúde, a situação financeira
e a estrutura familiar ajudaram a equipa de cientistas a medir os
factores que provocam o stress.
Entre estes estavam as doenças, o ser submetido a tratamentos, enfrentar dificuldades financeiras e ser mãe solteira.
A percepção do nível do stress pelos próprios pais foi
levado em consideração pelos cientistas, que lhes pediram para avaliar,
numa escala de um a dez, o nível de stress que eles achavam que
estavam a viver.
As conclusões do estudo mostraram uma ligação directa
entre o maior número de factores stressantes nos pais e o probabilidades
dos filhos serem obesos.
Em especial, filhos de três e cinco anos de pais que
se achavam mais stressados mostraram-se mais propensos a consumir mais
fast-food
O maior consumo de alimentos calóricos por parte dos
filhos pode estar relacionado, segundo os autores do estudo, ao facto de
os pais stressados, em regra, não terem paciência para cozinhar e
preferirem levar os filhos a consumir fast-food.
Segundo estudo, hábitos do sono podem influenciar ganho de peso
O desequilíbrio na quantidade de energia que o corpo recebe durante o
sono pode influenciar no ganho ou perda de peso. A informação vem de um
estudo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics,
que se baseia na revisão de estudo anteriores, feitos num período de
até 15 anos.
Conduzido pelo Departamento de Ciências Nutricionais da Universidade
Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o levantamento aponta que
35% dos americanos são obesos e que 28% dormem menos do que seis horas
por noite.
Enquanto mudanças no estilo de vida e na dieta, além da prática de
exercícios devem ser aplicados para ajudar na perda de peso, alterações
nos hábitos de sono também podem ter influência.
"Vários estudos apontam para mudanças no peso corporal como efeito da
privação parcial de sono. A relação entre a falta de sono e o excesso
de adiposidade é ponto de interesse no controle do peso, principalmente
para a perda de quilos", disse a professora Sharon M.
Nickols-Richardson.
Para o estudo, foram analisadas pesquisas realizadas entre 1996 e
2011 e dados de pacientes que apontavam o consumo de energia, o gasto
energético durante o dia, as quantidades de hormônios, como insulina,
glicose, cortisona, entre outros.
Foi identificado um padrão nos pacientes que dormiam poucas horas por
noite: a maioria apresentava redução da sensibilidade à insulina,
menores índices de leptina e aumento de grelina, conhecido como hormônio
da fome. As duas últimas substâncias influenciam o consumo de energia
entre os perfis estudados. "Essas alterações promovem maior sensação de
fome", disse a especialista.
Pesquisa nos EUA analisou artigos médicos publicados entre 1996 e
2011. Falta de sono altera níveis de hormônios que agem sobre controle
de peso.
Uma grande revisão de artigos médicos publicados entre 1996 e
2011 comprova que dormir menos que o necessário mexe com hormônios que
podem aumentar o apetite e favorecer a obesidade. As conclusões são de
cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, que publicaram o
estudo na revista "Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics".
Segundo
os autores, que elaboraram tabelas comparativas sobre o funcionamento
do metabolismo e o consumo energético dos pacientes, os níveis de
hormônios como grelina (que controla e fome) subiram e os de leptina
(que age sobre o apetite e o gasto de energia) diminuíram durante a
privação de sono, o que pode agir sobre o ganho de peso.
A equipe
também analisou as taxas de insulina (hormônio do pâncreas, que quebra o
açúcar), glicose (açúcar) e cortisol (hormônio do estresse) das
pessoas. Foi encontrada uma menor sensibilidade à insulina, o que pode
elevar o risco de diabetes.
Os pesquisadores, liderados pela
professora de ciências da nutrição Sharon Nickols-Richardson, destacam
que mudar o estilo de vida, como foco na alimentação e na atividade
física, é importante para controlar a gordura corporal, mas alterações
na rotina diária, como a adoção de melhores hábitos de sono, também
ajudam a regular o balanço energético.
O estudo diz que novos
trabalhos são necessários para determinar os efeitos da privação de sono
sobre a composição corporal – quanto há de gordura e músculos em cada
pessoa.
Dados americanos apontam que mais de 35% dos adultos estão obesos e 28% dormem menos de 6 horas por noite.
Pode ter-se maior ou menor propensão para engordar mas quando a
obesidade atinge as proporções actuais há seguramente factores
ambientais envolvidos. Esses factores incluem o tipo e quantidade de
alimentos que as pessoas consomem, a falta de actividade física, e,
provavelmente, muitos outros, como factores psicológicos condicionantes
da relação pessoal com a alimentação, e factores sociais de natureza
vária, como a forma como se organizam as refeições e regras de conduta à
mesa.
* Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Colunista de Ciência Hoje.
Um estudo muito bem feito publicado este ano (Wijlens et al: Effects of oral and gastric stimulation on appetite and energy intake. Obesity (Silver Spring). 2012. doi: 10.1038/oby.2012.131. [Epub ahead of print])
mostrou que a estimulação na boca, pelos alimentos, contribui duma
forma importante para a sensação de saciedade e menor ingestão alimentar
subsequente.
Isto é, se se comer devagar, ingerindo pequenas porções de cada vez e
mastigando calmamente os alimentos, alimenta-se a sensação de saciedade,
sendo necessária menor quantidade de alimentos para se ficar bem.
Note-se que, por este critério, as calorias que se ingerem nas bebidas
praticamente não têm efeito sobre a saciedade, uma vez que são
rapidamente engolidas.
Quando a obesidade atinge as proporções actuais há seguramente factores ambientais envolvidos
Três
estudos publicados no último número do New England Journal of Medicine
mostram, precisamente, como o consumo de bebidas açucaradas
(refrigerantes) têm a sua quota de responsabilidade na actual epidemia
de obesidade.
O primeiro (Qi et al: Sugar-Sweetened Beverages and Genetic Risk of Obesity. N Engl J Med 2012; 367:1387-1396. DOI: 10.1056/NEJMoa1203039) revelou como a ingestão de bebidas açucaradas acentua a obesidade em pessoas geneticamente predispostas.
No segundo (de Ruyter et al: A Trial of Sugar-free or
Sugar-Sweetened Beverages and Body Weight in Children. N Engl J Med
2012; 367:1397-1406. DOI: 10.1056/NEJMoa1203034), a ingestão duma
bebida açucarada por dia (250 mL, 104 kcal), por crianças com 5 a 12
anos de idade, durante 18 meses, levou a um maior aumento de peso e de
tecido gordo nestas crianças em comparação com os controlos.
O consumo de bebidas açucaradas (refrigerantes) têm a sua quota de responsabilidade na actual epidemia de obesidade
No último (Ebbeling
et al: A Randomized Trial of Sugar-Sweetened Beverages and Adolescent
Body Weight. N Engl J Med 2012; 367:1407-1416. DOI:
10.1056/NEJMoa1203388), uma intervenção que reduziu o consumo de
bebidas açucaradas por adolescentes com excesso de peso ou obesidade,
durante um ano, promoveu um menor aumento de peso durante esse ano
nesses adolescentes do que nos adolescentes do grupo de controlo (que
continuaram com o seu consumo habitual desse tipo de bebidas).
Ou seja, medidas aparentemente tão simples como banir o consumo de
refrigerantes, e outras, de muito maior complexidade mas fundamentais
para se regressar à vida civilizada, como passar a ter refeições
disciplinadas, em comunidade (família, amigos ou colegas), em que se
respeitam as regras de estar à mesa, poderão ter grande impacto na
prevenção do excesso de peso e obesidade que estão a afectar tanta gente
na sociedade actual.