José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Acompanhamento médico e apoio familiar contra a obesidade infantil

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Acompanhamento médico e apoio familiar contra a obesidade infantil



Considerada atualmente como um dos mais sérios problemas de saúde pública, em escala mundial, a obesidade infantil está mobilizando profissionais da saúde, autoridades, escolas e sociedade em geral na busca por soluções preventivas. Caracterizada pelo excesso de peso em relação à altura, especialmente em pacientes de 0 a 12 anos, a obesidade infantil está relacionada a hábitos de vida inadequados como o consumo exagerado de alimentos calóricos e o sedentarismo. Outras causas, como distúrbios hormonais, fatores genéticos e distúrbios psicológicos também contribuem para o problema. Atento a este cenário, o Grupo Santa Casa BH oferece, desde 2009, atendimento especializado a pacientes neste quadro.
 
Os números são alarmantes: de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009, uma em cada três crianças brasileiras (34,8%), com idade entre 5 e 9 anos, estão acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Na faixa etária de 10 a 19 anos, o percentual é de 21,7%. Na década de 70, este índice era de 3,7%. 
 
Os maus hábitos alimentares e o sedentarismo são apontados como a principal causa da obesidade infantil. Para combatê-la são necessárias mudanças no estilo de vida da criança, como consumo prioritário de alimentos saudáveis (frutas, verduras, legumes, fibras), prática regular de atividade física e envolvimento da família durante o tratamento. Muitos especialistas evitam o uso de medicamentos antiobesidade para pacientes com menos de 12 anos. 
 
A obesidade ainda implica em prejuízos na vida social e possível surgimento de novas doenças. Segundo a endocrinologista do Grupo Santa Casa BH, dra. Roberta Rocha, “impactos na qualidade de vida e outros problemas de saúde podem ser decorrentes da obesidade infantil. Atualmente, ocorrências antes prevalentes em adultos são frequentes em crianças portadoras de obesidade, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e aumento dos níveis do colesterol. Tais crianças também apresentam um risco elevado de se tornarem adultos obesos”, afirmou.
 
ALIMENTAÇÃO
 
Um hábito alimentar inadequado consiste na ingestão excessiva de alimentos com alto valor calórico e baixo valor nutritivo - como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e sorvetes - associada ao consumo deficiente de alimentos saudáveis (frutas, verduras e legumes). Paralelamente à má alimentação, o sedentarismo é fator relevante. Em detrimento de atividades físicas, inúmeras crianças ficam inertes nos dias de hoje, por longos períodos de tempo, por conta de equipamentos eletrônicos (computadores, games, tablets e celulares).
 
De acordo com a dra. Roberta Rocha, “a obesidade na infância é um reflexo de um ambiente com hábitos de vida inadequados. O que se preconiza é uma dieta equilibrada, com quantidade moderada de calorias. Dietas muito radicais devem ser evitadas, pois a adesão ao tratamento torna-se comprometida e pode afetar o desenvolvimento da criança. Combater o sedentarismo também é importante. Estudos mostram que o tempo à frente de equipamentos eletrônicos, superior a 2 horas/dia, é fator de risco para desencadeamento da obesidade na infância. E só há sucesso no tratamento quando toda a família se integra. Observamos que mais de 90% dos pais de crianças obesas são também portadores de obesidade”, concluiu.
 
No Centro de Especialidades Médicas do Grupo Santa Casa BH são atendidos aproximadamente 32 jovens (com até 18 anos) por mês. O atendimento é feito pelos residentes de endocrinologia e metabologia da Instituição, sob a orientação da dra. Roberta Rocha. Após uma análise completa, com exames físicos e laboratoriais, os pacientes são encaminhados a nutricionistas e psicólogos. Acompanhados por um grupo multidisciplinar, essencial para manejo e avaliação periódica, os pacientes retornam ao CEM a cada 2 meses.
 
NOVOS HÁBITOS
 
Há um ano, Altiva Patrícia Martins acompanha o seu filho, Tiago Henrique Oliveira (13), nas consultas realizadas no Ambulatório de Obesidade Infantil do CEM Santa Casa BH: “eu mesma faço dieta alimentar e ajudo o Tiago com a dele. Na escola em que ele estuda também há nutricionistas atentos. Algumas crianças têm problemas por engordarem mais facilmente. É por isso que ajudo meu filho para não virar um problema mais sério”, disse. 
 
Tiago, que antes não incluia nenhuma atividade física no seu dia a dia, passou a praticar esportes e não teve dificuldades de adaptação com a nova rotina. “Agora estou fazendo exercícios, principalmente na escola. Jogo futebol, handebol ou queimada todos os dias. Também houve uma mudança no que eu comia antes e no que eu como agora, mas não foi difícil me acostumar”, alegrou-se.
 
Dra. Roberta Rocha durante atendimento ao adolescente Tiago:
dieta alimentar e atividade física
 FONTE: http://www.santacasabh.org.br/ver/acompanhamento-medico-e-apoio-familiar-contra-a-obesidade-infantil.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário