José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Dona de casa com obesidade mórbida pede ajuda para cirurgia

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dona de casa com obesidade mórbida pede ajuda para cirurgia



  • Para fazer a cirurgia, dona de casa terá que desembolsar cerca de R$ 12 mil
"Quero voltar a sorrir". O desabafo é da dona de casa Eliana Amaral, 31 anos, que sofre de obesidade mórbida e pesa 228 quilos. Morando em uma casa simples de um bairro periférico de Feira de Santana (a 108 km de Salvador) ela necessita de uma cirurgia de redução do estômago e pede ajuda para conseguir ser operada, já que na cidade o procedimento só é feito em hospitais particulares e custa R$ 25 mil.
Em março, Eliana foi operada para colocar um balão gástrico, que foi doado por um laboratório de Salvador. A cirurgia foi realizada pelo cirurgião do aparelho digestivo Fernando Farias e os custos foram pagos por uma ONG na cidade.
"Com o balão perdi 15 quilos, mas tenho que retirá-lo até dezembro pois faz nove meses que coloquei. O médico que me acompanha analisou o quadro e disse que já posso fazer a cirurgia, mas não tenho condições de arcar financeiramente", afirmou a dona de casa.
O médico Reinaldo Atayde, que é cirurgião bariátrico e está acompanhando Eliana, diz que na Bahia apenas dois hospitais em Salvador fazem a cirurgia gratuitamente pelo SUS, mas que a liberação demora até 4 anos. "Se a paciente der entrada agora, provavelmente ela só consiga ser operada daqui a 4 anos, e ainda depende da fila de espera", explicou.
Ele explicou que para fazer a cirurgia a dona de casa terá que desembolsar cerca de R$ 12 mil, já que ele dispensou os seus honorários. "Ela está com 228 kg, sendo que o risco é maior, e as complicações também. Então, é melhor que ela faça logo a cirurgia para evitar maiores problemas", disse.
Sobrevivendo com uma renda mensal de um salário mínimo, proveniente do emprego de carregador do esposo, Eliana tem dificuldade de manter a dieta que a nutricionista lhe recomendou. "Não temos como arcar com os custos dos produtos, então faço uso da comida que compramos para meus filhos, evito doces, massas e gorduras", contou.

Dificuldades - Eliana recebe acompanhamento do Centro de Referencia de Assistência Social (Cras), mesmo assim tem dificuldades para receber atendimento médico e fazer exames. "Tenho um preventivo para fazer e não o fiz porque é difícil a locomoção e a enfermeira não pode vir aqui. Sem falar em médicos", frisou.

Devido ao peso, a dona de casa anda com dificuldade, sente muitas dores de cabeça e nas costas, além de ter problemas de circulação e falta de ar. Quando precisa sair de casa ela enfrenta outro problema, que é arranjar um veículo que a comporte. "Tem motorista que não vem nem aqui, temos que chamar carros grandes. Mas evito sair, pois o constrangimento é grande e sem falar do preconceito que as pessoas não fazem questão de esconder", desabafa emocionada.
Mãe de cinco filhos, Eliana diz que há cerca de três anos deixou de participar de eventos e reuniões na escola dos filhos, já que sempre era o centro das atenções. A situação dela acaba por atingir a família, que é vitima constante de bullying. "Tenho vergonha de falar sobre o peso de minha mãe, porque os meninos ficam chamando de baleia e outro nomes. Já briguei na escola por isto. Gostaria que ela emagrecesse e voltasse a ser feliz", disse um dos filhos de 14 anos.

Medo - O caso do técnico em eletrônica Wellington Cortes Conceição, 33 anos, que também morreu semana passada por complicações da obesidade mórbida, deixou a dona de casa assustada. Uma sobrinha de Eliana, que preferiu não ser identificada, fez um apelo. "Gostaria de pedir que se tiver algum órgão, ONG ou até empresário que possa arcar com a despesa da cirurgia nos ajude, pois temos medo que minha tia morra", apelou.

Sensibilizados pela luta da dona de casa, vizinhos e amigos resolveram fazer uma campanha para arrecadar fundos e arcar com a cirurgia. Eles estão promovendo rifas e sorteios de produtos que são doados, como um kit de produtos de beleza e dois carneiros. "Conheço ela há mais de 20 anos e sei o quanto ela está sofrendo sem poder participar de nada. Ela não vive, vegeta, pois as poucas vezes que senta aqui na porta logo entra, pois sempre passam engraçadinhos para soltar piadas. Gostaria de vê-la sorrindo como antes", destacou a vizinha Ana Célia Santos.   
Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelos telefones (75) 8855-7453/8155-5437.
FONTE: http://atarde.uol.com.br/materias/1468030

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