José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: COMO OS PAIS DEIXAM OS FILHOS OBESOS

terça-feira, 16 de abril de 2013

COMO OS PAIS DEIXAM OS FILHOS OBESOS


Saiba como os pais prejudicam a alimentação dos filhos. E descubra como mudar o hábito e rotina para uma vida e peso ideiais.


Texto: Cristiana Almeida/Ilustração: Luiz Lentini/ Foto: Divulgação/Adaptação: Letícia Maciel
A obesidade pode ser causada não só pela má alimentação dos pais, a baixa autoestima,
dificuldade de se separar dos pais e baixo rendimento escolar podem fotores que levam
ao consumo de alimentos gordurosos pouco nutritivos. Ilustração: Luiz Lentini.
Tal pai, tal filho. Esse lema descreve como a família tem um papel importante no avanço de uma doença que, em 30 anos, triplicou sua incidência na infância e juventude: a obesidade. Quando as crianças vivem num ambiente onde há desatenção com a qualidade dos alimentos ingeridos e o sedentarismo, as chances de que elas se tornem obesas na idade adulta aumentam em 33,3%.
Segundo uma pesquisa realizada na Suécia, por Melinda Sothern, professora de Saúde Pública da Universidade de Nova Orleans (EUA) a síndrome metabólica (desequilíbrio nos níveis de glicemia, colesterol e pressão arterial) é mais comum entre filhos de mulheres que engordaram muito na gravidez, ou em crianças que nasceram acima do peso, e também abaixo, mas que são sedentárias.


Causas complexas

 Além da Síndrome Metabólica, as conseqüências desse fenômeno são o aumento de doenças como diabetes do tipo 2, hipertensãoproblemas cardiovasculares e apneia do sono. Na opinião do pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, coordenador clínico do Setor de Medicina do Adolescente da Unifesp, a progressão desordenada da obesidade na juventude possui causas complexas, que incluem a carga genética de cada um, passam pela alimentação incorreta, e ainda contam com fatores emocionais emetabólicos. Entretanto, completa: “Acredito que a redução maciça da atividade física habitual, principalmente aquela não relacionada diretamente à prática de exercícios, é a principal causa da alteração que temos testemunhado nos últimos 30, 40 anos". Para saber quando uma criança é obesa, o índice de massa corpórea (IMC)  é acima de 25 (IMC entre 25 e 30 é igual a sobrepeso; a partir de 30, obesidade).

Driblar maus hábitos

nutricionista Flavia De Conti, da Nutrociência Assessoria em Nutrologia, concorda e acrescenta que, do ponto de vista cultural, psicológico e social, a criança absorve as influências de seu meio. “Por isso, os pais precisam ficar atentos às suas próprias atitudes, sobretudo à ingestão diária de alimentos considerados não saudáveis.” Quando o problema já se instalou a sugestão da Academia Americana de Pediatria é viver uma vida mais ativa. E essa atitude não se limita apenas a driblar o sedentarismo e os fast-foods. Esse novo paradigma exige ações como a consulta a um pediatra. O primeiro objetivo é pesquisar possíveis causas físicas ou emocionais. “A maior parte dos especialistas está capacitada para detectar aspectos que merecem cuidados psicológicos. Mas o encaminhamento não é uma prática comum, embora seja cada vez mais freqüente”, afirma Patrícia Spada, psicóloga clínica do Hospital Infantil Sabará . “Superada essa fase, seguem-se as práticas que serão construídas por profissionais e pela família”, observa a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp. “Cada grupo familiar deve ser compreendido e acolhido com sua história, valor, crença e saber”, observa. Por isso, o diagnóstico de obesidade é sempre um drama para a família, pois ele reflete seu desespero e impotência. A situação requer mudanças e isso pode ser bastante desconfortável para todos.

Como se livrar da obesidade

Patrícia Spada explica que, algumas vezes, quadros de obesidade podem estar vinculados a dificuldades de socialização, baixa autoestimabaixo rendimento escolarreações agressivas sem motivo aparente (em casa ou na escola), dificuldade em se separar dos pais (dormir, comer, vestir-se sozinhos) ou realizar tarefas de rotinatristeza significativa ou ansiedade que se refletem na forma e quantidade de alimentação. “Não raramente, a criança se sente pressionada demais pelos pais, sem condições emocionais, e muitas vezes físicas, para responder às suas expectativas”, completa a psicóloga. É preciso uma conscientização dos pais, principalmente no impacto familiar que é causado quando o hábito alimentar começa a mudar,"Seja num tratamento ou na prevenção da obesidade, o segredo é mudar os costumes alimentares da casa e da criança, aumentando a prática de atividades físicas”, comenta a nutricionista Marize Martins, da Clínica Médica Desportiva Cardiomex (RJ). É necessário agir em conjunto com a família para ter mais qualidade de vida e alimentação saudável.

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