STÉFANIE MEDEIROS
Da Reportagem
Considerada por especialistas como a maior epidemia do século
21, a obesidade atinge aproximadamente 30 milhões de brasileiros. Se
forem incluídas as pessoas com sobrepeso, esse número aumenta para 70
milhões. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para um
aumento de 75% nos casos de obesidade da população mundial nos próximos
dez anos, passando de 600 para 700 milhões.
Em Cuiabá, 52% das
pessoas têm excesso de peso e 17% são obesas. De acordo com o presidente
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Ricardo
Cohen, os primeiros passos para uma pessoa perder peso incluem adotar
hábitos de alimentação saudáveis e fazer exercícios. Caso seja
necessário, o paciente então pode fazer o uso de remédios para auxiliar
no processo, com acompanhamento médico.
Se nenhuma dessas
alternativas for bem sucedida por pelo menos dois anos de tratamento, só
então a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como cirurgia de
redução de estômago, é recomendada.
Para ser qualificado a se
submeter ao processo de redução de estômago, Cohen explica que a pessoa
deve ter Índice de Massa Corporal (peso, em kilogramas, divido pela
altura ao quadrado) igual ou superior a 40. Caso haja alguma doença
associada, o índice de massa corporal considerado é 35.
Na
primeira semana após o procedimento, o paciente só pode ingerir
líquidos. Na segunda semana, já consegue consumir alimentos pastosos e a
partir da terceira está liberado para comer normalmente. Cohen explica
que o índice de mortalidade da cirurgia bariátrica é muito baixo, de
aproximadamente 0,15% dos procedimentos. “Qualquer outra doença
associada tem uma porcentagem 10 vezes maior”, diz.
De acordo com
Cohen, uma pessoa obesa tem mais chances de desenvolver um câncer,
doenças articulares e cardíacas. “Após a cirurgia a pessoa tem uma
qualidade de vida muito melhor. Ela passa a ter menos fome e mais
saciedade, deixa te ter dificuldades ao caminhar, melhora seu
condicionamento físico e fica menos suscetível à doenças. As vantagens
são muito maiores que as desvantagens”.
A pediatra e advogada
Evelyn Bidigaray, 58 anos, pesava 140 Kg antes da cirurgia. Após sete
meses que o procedimento havia sido realizado, ela perdeu 40 Kg. “A
minha cirurgia foi muito tranquila, não teve nenhuma complicação. No dia
seguinte eu já recebi alta”, conta.
Ela diz que demorou dois
meses para fazer todos os exames necessários para realizar a cirurgia,
sempre acompanhada por diversos médicos. Evelyn explica que vivia
doente, não conseguia dormir direito e tinha dificuldade para andar.
Depois de tentar várias dietas e não conseguir perder peso, ela optou
por se submeter ao procedimento. “A que eu fiz não reduz o estômago de
fato. Ele é diminuído, mas continua no meu corpo, por isso esse
procedimento é reversível.”
Nos primeiros meses, Evelyn conta que
perdeu 30% do cabelo e deixou de absorver algumas proteínas. Com
acompanhamento de um médico, ela toma essas substâncias necessárias e
tem uma alimentação saudável. “Eu não como as coisas demoradas de
digerir por opção, por que eu sei que não vai me fazer bem. Mas não tem
restrição nenhuma em relação à alimentação. Eu posso comer de tudo, só
que em quantidades bem menores que antes”.
FONTE: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=136347
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