José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: 'Faltam nutricionistas nos serviços de saúde para combater a obesidade'

sexta-feira, 30 de março de 2012

'Faltam nutricionistas nos serviços de saúde para combater a obesidade'

29 de Março, 2012
A única candidata a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas defende o aumento de nutricionistas e dietistas nos serviços de saúde para combater a obesidade, lembrando que é possível fazer uma refeição saudável com apenas um euro.
Alexandra Bento, única candidata a Bastonária da Ordem das Nutricionistas, considera que este organismo, criado no início do ano passado, deve trabalhar para garantir a ética e deontologia profissional, mas também lutar pelo «direito humano a uma alimentação adequada».
Em entrevista à agência Lusa, Alexandra Bento defende a criação de uma política alimentar de prevenção que reúna vários ministérios: «É urgente desenhar uma política alimentar centrada na prevenção e que seja trans-governamental, com a Saúde, a Educação e a Agricultura. Não pode ser qualquer coisa de circunstancial com medidas avulsas».
No entanto, segundo a especialista, para garantir o êxito do projecto é preciso aumentar o número de nutricionistas e dietistas nos hospitais e centros de saúde: «Não há profissionais suficientes nos cuidados de saúde. Não me parece que seja fácil desenhar e implementar as políticas sem nutricionistas nem dietistas suficientes».
Alexandra Bento lembrou ainda os estudos que apontam para uma maior prevalência de casos de obesidade e excesso de peso entre as classes sociais mais desfavorecidas. A solução, defende, pode passar por dar mais informação aos cidadãos para que façam escolhas saudáveis.
A especialista garante que uma alimentação saudável não é sinónimo de refeições mais caras, mas admite que exige sempre «muita literacia e muita vontade» de conseguir refeições a preços equilibrados.
«A Associação Portuguesa de Nutricionistas apresentou refeições com sopa, prato e fruta, que não ultrapassavam um euro e guias alimentares completos, com as seis refeições diárias, que não ultrapassavam os cinco euros», recorda.
No entanto, existem casos onde a opção parece ser exactamente a contrária, como na Universidade do Minho, que desde meados de Março apresenta um menu para os alunos que custa apenas 1,95 euros porque foi retirado o pão, a sopa e a fruta.
«Esta situação preocupa-me tremendamente. Reduzir o preço da refeição retirando duas partes integrantes de uma importância extrema para a nossa saúde, como é a sopa e a fruta, é tremendamente importante. Veria a situação com outros olhos se a Universidade incentivasse precisamente o contrário, ou seja, incentivasse o consumo de fruta e sopa», lamenta a ex-presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
As eleições para os órgãos da Ordem dos Nutricionistas realizam-se a 14 de Abril, havendo apenas uma lista candidata, que é liderada por Alexandra Bento, que defende que uma das principais funções da Ordem é ser «um parceiro activo na elaboração de políticas públicas na área da alimentação e nutrição».
Lusa/SOL 
FONTE: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=45328

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