José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Obesidade infantil atinge 11% de crianças em RP

quinta-feira, 22 de março de 2012

Obesidade infantil atinge 11% de crianças em RP

Hamilton Pavam
Nutriocionisna Naira Franco mede altura e calcula peso de garoto de 12 anos, que está com 110 quilos: o mau hábito alimentar é apontado como vilão da garotada
Mil e sessenta crianças de zero a nove anos atendidas pelo sistema público de saúde de Rio Preto (ou 11,54%) estão acima do peso indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É o que mostra o levantamento feito pela Secretaria de Saúde da cidade no último mês. Dessas, 607 (o equivalente a 6,61%) são classificadas como em situação de sobrepeso e 453 (4,93%) são consideradas obesas. Para fazer o levantamento, o órgão avaliou 9.181 crianças nessa faixa etária.

De acordo com a nutricionista, Naira Franco, para saber se a criança está acima do peso, tem que ser feita uma avaliação, que vai muito além da aparência física. O cálculo envolvendo a altura e o peso indica se o índice de massa corporal (IMC) está dentro do indicado pela OMS. “Para calcular o IMC temos que pegar o peso e dividir pela altura elevado ao quadrado. Se o número for de 25 a 29, a criança está acima do peso ideal (sobrepeso), de 30 a 34 já é considerado obeso e, acima disso, de 40 é obesidade mórbida”, explica.

O adolescente Fábio Jordão Junior, de 12 anos, luta contra a balança desde pequeno. Atualmente ele mede 1,74 e pesa 110 quilos, mas antes de iniciar o acompanhamento médico ele pesava 115 quilos. No caso de Fábio a má alimentação sempre foi um problema. “Quem cuidava dele quando pequeno era a avó e tudo o que ele queria comer, lanche, chocolate, refrigerante, ela dava. Desde pequeno ele sempre foi gordinho”, conta o pai Fábio Jordão, que também sofre de obesidade. Devido ao mau costume adotado desde criança, o adolescente admite que não gosta de frutas e verduras. “Odeio comer cenoura, alface e coisas verdes”, diz.

De acordo com o nutrólogo e especialista em obesidade, Hamilton Funes, o tratamento indicado para os casos de obesidade infantil é a reeducação alimentar. “Essa alimentação saudável tem que ser aliada à exercícios físicos. A cirurgia é indicada para pacientes acima de 18 anos”, explica. Segundo o médico do Hospital de Base, especialista em obesidade, Gilberto Brito, cerca de 60% da população de Rio Preto, que atualmente é de 408.258 habitantes, está acima do peso e outros 3% já apresentam obesidade mórbida.

Levantamento escolar

Outro levantamento confirma a tendência. Quatro em cada 20 alunos com idades entre seis e 10 anos estão acima do peso. É o que indica um estudo parcial que está sendo realizado nas escolas municipais de Rio Preto. Até ontem, sete dos 21 estabelecimentos de ensino municipal que aderiram ao Programa Saúde na Escola já haviam concluído a pesagem e medição dos alunos nessa faixa etária. “Além do sobre peso, esses alunos que estão obesos também acabam apresentando outras doenças como hipertensão. Após essa fase vamos fazerum relatório e orientar os pais sobre os hábitos saudáveis das crianças”, explica a nutricionista Naira Franco.

O tema é discutido na 1ª Semana de Mobilização Saúde na Escola faz parte do programa Saúde na Escola e é promovida pelo Ministério da Saúde, em parcerias com as secretarias de Saúde e Educação. As atividades seguem até sexta-feira e tem como foco orientar os estudantes como ter uma alimentação equilibrada e saudável e diminuir os índices de obesidade infantil.

Outros programas

Além de orientações nutricionais, os profissionais encaminharão os estudantes que estiverem com excesso de peso para as Unidades Básicas de Saúde. Outra medida adotada pelo município para reduzir os índices de obesidade infantil na cidade é o trabalho educativo com o tema nas escolas do município, por meio do programa Escola Saudável, onde são desenvolvidas ações de promoção de hábitos alimentares e prevenção da obesidade por meio de palestras à crianças, pais e professores sobre práticas alimentares saudáveis realizadas por profissionais da saúde.

Em outra frente, a Secretaria de Saúde dispõe ainda dos Grupos de Reeducação Alimentar Infantil (GRAs), que têm por objetivo educar a criança a comer equilibradamente, porém, de forma divertida. Os grupos são desenvolvidos em Unidades de Saúde e Escolares dos bairros Santo Antônio, Solo Sagrado, Jaguaré, Vila Toninho, Caic, Parque Industrial, Renascer, Cidadania, CSEstoril e Eldorado. Pode participar dos grupos qualquer criança com idade entre 7 e 12 anos.

Fila de espera tem 1 mil

Cerca de mil pessoas em Rio Preto estão na fila de espera para realizar a cirurgia bariátrica. No Hopsital de Base, há duas filas, uma com 500 pessoas que já estão realizando exames e aguardam a marcação da data para a realização da cirurgia, e uma outra fila com 400 pessoas que aguardam para começar a fazer o acompanhamento médico. No Hospital Ielar, que realizou sua primeira cirurgia bariátrica na semana passada, 88 pacientes estão fazendo acompanhamento e aguardam a data da cirurgia.

Com o credenciamento do Hospital Ielar para realizar cirurgias bariátricas, a cidade dobrou a capacidade de atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), passando de oito operações por mês para 16. O faturista Rodrigo César de Morais, 30 anos, depois de um ano de espera pela cirurgia será operado no próximo dia 15. Ele pretende ganhar uma nova vida depois do procedimento. Hoje Morais pesa 180 quilos e decidiu procurar ajuda médica, pois tinha fortes dores nas costas e hipertensão. “Eu não aguentava de dor nas costas e toda vez que ia no médico ele só aumentava as doses dos remédios para hipertensão, então resolvi procurar ajuda”,diz Morais.

De acordo com o médico cirurgião, especialista em cirurgia bariátrica, Hamilton Funes, a operação é indicada para pacientes com índice de massa corpórea a partir de 35 quilos por metro quadrado, quando o paciente já apresenta alguma doença como diabete e hipertensão arterial. Quando o índice é acima de 40 quilos por metro quadrado, a cirurgia pode ser realizada mesmo que o paciente não tenha nenhuma doença atrelada. “O que é muito difícil de acontecer, uma vez que a maioria dos pacientes obesos têm algum problema, seja ele cardíaco, ósseo, diabetes e assim por diante”, explica Funes.

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FONTE: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/noticias/Saude/88176,,Obesidade+infantil+atinge+11+de+criancas+em+RP.aspx
 

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