José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Campanha de Michelle Obama já provoca mudanças

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Campanha de Michelle Obama já provoca mudanças



Quando o poder público quer, a coisa acontece. Há dois anos a primeira-dama dos EUA Michelle Obama lançou a campanha Vamos nos mexer! nos jardins da Casa Branca, o que incluiu além de cenas de crianças e adultos rodando bambolês na cintura, a criação de uma horta orgânica. Cenas para a imprensa.
Nos bastidores da política, a campanha da primeira-dama americana foi mais ofensiva, dura, pesada, afinal o setor de alimentos em qualquer lugar do mundo, inclusive o Brasil, movimenta bilhões de dólares. Passados dois anos, ainda não é possível saber se os resultados na balança foram positivos.
Mas uma matéria publicada hoje no New York Times mostra que o setor mais poderoso envolvido nisso tudo já começou a se mover. Diz o texto:
” A campanha de Michelle Obama também levou a melhorias no acesso e mo conteúdo da merenda escolar, onde muitas crianças ficam com o grosso de suas calorias e nutrição. No final de 2010, um Congresso lame-duck (manco por estar sendo renovado) passou uma lei que, pela primeira vez em 30 anos, aumentou o financiamento para pequenos-almoços e almoços escolares com taxas acima de inflação. A lei também dá autoridade para o Departamento de Agricultura definir os padrões de saúde para todos os alimentos vendidos nas escolas, incluindo naquelas máquinas de venda automática. Melhor de tudo, também reduziu a papelada do governo para estabelecer a elegibilidade para refeições escolares gratuitas ou a preço reduzido, garantindo que dezenas de milhares de crianças tenham uma alimentação saudável.
Em conjunto com a campanha, três das maiores empresas de alimentos que operam cantinas escolares – Sodexo, Aramark e Chartwells – se empenharam em cumprir os níveis recomendados de açúcar e de gordura nos próximos 5 anos e em duplicar as frutas e legumes…
Houve também avanços importantes no setor privado. Wal-Mart, Walgreens, Supervalu e outras redes menores prometeram construir ou ampliar 1.500 lojas que vendem frutas e vegetais frescos em comunidades sem acesso a alimentos saudáveis. O Fundo FreshWorks, um grupo da indústria dos supermercados, bancos e organizações de saúde, se comprometeu em investir cerca de US$ 200 milhões para eliminar os chamados “desertos alimentares” na Califórnia, trazendo acesso a mantimentos nutritivos para milhões de pessoas.
Ainda mais impressionante foi o anúncio do Walmart: até 2015 a rede se compromete a remover todas as gorduras trans e reduzir o sal e açúcares adicionados em 25% e 10%, respectivamente, de milhares de alimentos embalados que a rede vende. Nós sabemos que quando o Walmart derruba 25% do sal, todo mundo vai derrubar porque quando Walmart exige que os fornecedores alterem a forma como eles fazem os seus produtos, toda a cadeia produtiva é afetada. Então, a indústria que vende o mesmo produto para o Walmart e para outros, não irá mexer na composição do alimentos apenas para o lote Walmart… 
Se a campanha já deu resultado nos índice de obesidade infantil, não sabemos. Afinal, demoramos 50 anos para sermos uma bolha de gordura. Mas é possível afirmar que a campanha de Michelle Obama já começou, porém, a mudar a maneira como o setor de alimentos – produtores, restaurantes e mercearias – abordam os clientes mais jovens. Com a crescente consciência pública da importância da boa nutrição, as empresas estão mudando seus modelos de negócios, incorporando nutrição quando projetam e desenvolvem cereais, snacks, menus ou refeições escolares. Embora nem todas as empresas de alimentos mudaram, no entanto, o mercado está começando a obrigá-los a vender produtos mais saudáveis. A este ritmo, acredito que veremos as as taxas de obesidade infantil em declínio depois de algumas poucas colheitas na horta orgânica nos jardins da Casa Branca.

Enfim, quando a máquina do governo federal realmente deseja acabar com algo, consegue. Seja nos EUA ou no Brasil, basta desejo político.
A íntegra do texto está aqui. Vale a leitura!
FONTE: http://www.comerparacrescer.com/tag/obesidade/

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