José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Obesidade e sedentarismo: o ataque silencioso ao seu coração

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Obesidade e sedentarismo: o ataque silencioso ao seu coração

As declarações dadas pelo médico Herbert Miotto, coordenador do CTI onde o cantor Wando foi atendido e tratado, após sofrer um infarto, e onde depois veio a falecer, chamam a atenção de quem estiver atento às questões de saúde. Segundo entrevista publicada no portal Uol, a obesidade e o sedentarismo contribuíram para a morte do artista, que não tinha nenhum problema crônico no coração, mas morreu por causa da falência desse órgão. Os fatores de risco no histórico de Wando foram agravados, também, pela hereditariedade e pelo fato de que ele era um ex-fumante.
O cardiologista e especialista em Medicina Interna Aécio Gois, que faz parte do corpo clínico aqui da Vita, esclarece algumas dessas questões para o nosso blog.
Sedentarismo
Segundo Gois, o sedentarismo é um dos maiores fatores de risco para o coração. Ele explica que sedentário, do ponto de vista cardiovascular, é quem não faz um total de 150 minutos de atividade física por semana. O melhor é que esse tempo de exercícios seja fracionado em períodos de 20 a 30 minutos, seis vezes por semana. Ou seja, aquela caminhada diária de meia-hora (sem interrupções e dentro do seu ritmo) pode fazer toda a diferença para a prevenção de problemas no coração.
“No dia a dia, a pessoa pode também aproveitar pequenas oportunidades de fazer exercícios, como subir seis andares de escadas, ao invés de ir pelo elevador. Mas isso só terá resultado se esse tipo de esforço for contínuo, ou seja, não adianta fazer de vez em quando; o ideal é fazer diariamente”, ressalta o especialista.
Obesidade
Segundo o dr. Aécio Gois, sem sombra de dúvidas, um obeso com rotina de exercícios está com o coração um pouco mais protegido. Mexer-se já é um começo, portanto.
Porém, para estar ainda mais distante dos riscos, a perda de peso é fundamental. “Sem sombra de dúvidas, estar acima do peso também aumenta o risco de problema cardíaco, porque predispõe à hiperglicemia (aumento de açúcar no sangue) e à hipertensão arterial sistêmica, que por sua vez predispõem à doença cardíaca”, explica.
Uma boa notícia, neste caso, é que ter sido obeso geralmente não deixa “cicatriz de risco cardiovascular”, conforme explica o médico. Assim, quem está acima do peso e na linha de risco, hoje, pode perfeitamente estar no peso ideal e fora de perigo amanhã. Mais um motivo para começar já a empreender esforços de manter a balança sob controle.
Por fim, o médico esclarece que obeso é que tem IMC (índice de massa corporal) acima de 30. Mas quem tem IMC acima de 25 já é considerado em sobrepeso e deve se preocupar com os riscos cardiovasculares. O IMC obtém-se através da divisão do peso do indivíduo por sua altura ao quadrado (calcule agora o seu IMC).
Outro ponto importante a observar é com o tipo de gordura acumulada. A chamada obesidade centrípeta, isto é, a gordura acumulada na barriga, está mais associada a riscos cardiovasculares. “Cintura abdominal maior que 94cm em homens e maior que 80cm em mulheres colocam esses indivíduos em zonas de risco, muito mais que o IMC em si”, esclarece. Então, olho na fita métrica também.
Estresse e hereditariedade
Apesar do sinal de alerta acender-se para os obesos, as pessoas magras também podem estar, sem saber, no grupo de risco de doenças no coração, devido a fatores como o já mencionado sedentarismo e, também, aos quadros de estresse e hereditariedade (que obviamente também podem agravar os riscos dos obesos).
“Se a pessoa for muito ansiosa e tiver o que chamamos de personalidade tipo A – aquela pessoa perfeccionista ao extremo -, ela tem aumentadas as chances de desenvolver algum problema cardíaco”, relata o médico.
Níveis elevados de estresse sobrecarregam o coração. “O estresse crônico predispõe à hipertensão arterial sistêmica, à hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue), além de espasmos coronarianos (contração muscular súbita). E tudo isso leva a uma doença cardíaca”, detalha o especialista. Em outras palavras, o equilíbrio emocional faz bem ao coração.
A hereditariedade também precisa ser observada. Ter pais e/ou avós com problemas crônicos ou que morreram do coração são informações que devem ser levadas em conta. Pessoas com esse histórico familiar devem estar ainda mais atentas às medidas preventivas.
Tabagismo
Fumantes têm cinco vezes mais riscos de sofrer doenças cardíacas. Ser ex-fumante também mantém o indivíduo numa zona de maiores riscos. Entretanto, quanto antes o hábito for interrompido, melhor.
Para além disso, pessoas que fumam geralmente encontram maior dificuldade para praticar exercícios e muitas vezes têm uma gestão complicada do estresse – o que agrava ainda mais os riscos, como já vimos.
Acompanhamento médico
Sair do sedentarismo, emagrecer, manter-se equilibrado emocionalmente, parar de fumar e gerir com inteligência os fatores hereditários. É preciso admitir que muitas vezes essas são coisas difíceis de serem alcançadas quando o indivíduo se vê engolido pela rotina e o ritmo alucinante do dia a dia.
Entretanto, a questão é: ou nos conformamos com isso e vivemos com um coração sobrecarregado, que pode parar a qualquer momento, sem aviso prévio; ou então buscamos ajuda profissional e, para além de aumentarmos as chances de viver mais, ganhamos mais qualidade de vida.
“Para emagrecer e sair do sedentarismo, a parceria entre um cardiologista e uma nutricionista pode ser muito boa para dar um suporte ao indivíduo”, ressalta Gois. “O cardiologista pode avaliar os riscos e orientar quanto aos exercícios físicos e o momento mais adequado para realizar”, explica ele.
Outros especialistas, como endocrinologistas e psicólogos, por exemplo, também podem ser acionados para ajudar, tanto na avaliação, quanto no suporte para uma mudança de hábitos.
O médico ressalta que ter o apoio e a orientação de profissionais é importante para que na ânsia de se cuidar, a pessoa não acabe incorrendo em exageros ou estabelecendo metas irreais e perigosas para si mesmo. “Ninguém com mais de 20 anos e, sobretudo, ninguém acima de 35 anos deve fazer atividades físicas sem avaliação do cardiologista”, alerta.
O especialista diz, ainda, que todas as pessoas com mais de 20 anos devem procurar um cardiologista para fazer um check up e, se elas tiverem história de doença cardíaca na família, devem fazer uma avaliação anual. “Mas se não têm e não foi encontrado nenhum fator de risco clássico para doença cardíaca, a pessoa pode fazer a cada cinco anos e, a partir dos 35, essas consultas devem ser anuais. Já os fumantes carecem de uma avaliação anual, independente da idade”, detalha o especialista.
FONTE: http://www.blogdavita.com.br/obesidade-e-sedentarismo-o-ataque-silencioso-ao-seu-coracao/

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