Cerca de 100 pacientes estão participando do Programa de Assistência à Obesidade Mórbida e de Cirurgia Bariátrica e aguardam para fazer o procedimento realizado pelo Sistema Único de Saúde. Mas a lista de pessoas cadastradas é bem maior, só que elas não estão frequentando o programa e não está sendo possível contato com esses pacientes, porque o endereço e telefone estão desatualizados. Se esses pacientes não fizerem o recadastramento e participarem o programa, terão o nome retirado e não poderão fazer a cirurgia.
Para atualizar os dados os pacientes devem procurar o ambulatório do Hospital Municipal, onde funciona o Programa de Assistência à Obesidade Mórbida e de Cirurgia Bariátrica. O atendimento é feito de segunda à sexta, das 14h30 às 16h30 e, às segundas e terças-feiras, das 11 às 14h30. As cirurgias são feitas seguindo a lista de cadastro no programa e de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Para fazer o procedimento é preciso frequentar os encontros que acontecem uma vez por mês. Atualmente estão sendo realizadas mensalmente de quatro a seis cirurgias de redução de estômago.
São muitos os cuidados que devem ser tomados para a cirurgia, por isso, é importante a frequência do paciente no programa. Participam pessoas que têm o índice de massa corporal (IMC) que atinge valores 40 kg/m2 ou 35kg/m2 associado à alguma doença. O cálculo é feito multiplicando a altura da pessoa, depois divide o peso pelo índice da altura. Encaminhados por um médico os pacientes chegam ao programa onde o primeiro atendimento é feito por uma enfermeira. Ela será responsável pela inclusão no programa e encaminhamento as próximas etapas.
O programa conta hoje com quatro grupos, formados por cerca de 25 pessoas. Uma vez por mês, todas as segundas, das 14 às 15 horas, os pacientes participam de palestras com nutricionista e também recebem atendimento individual. Das 15 às 16 horas o encontro é com o psicólogo. Esse acompanhamento é feito para melhorar as condições de qualidade de vida e saúde dessas pessoas antes da cirurgia.
“A lista para o procedimento é aberta e todos que fazem parte do programa sabem que lugar ocupam e têm uma previsão de quando farão a cirurgia,” destacou a enfermeira Franquine Ferreira. A cirurgia bariátrica, redução de estômago, feita pelo programa é com a técnico chamada Capella, que além da restrição causada pela diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.
Antes do procedimento é importante o acompanhamento do nutricionista e psicólogo. Também são necessárias avaliações clínico-laboratoriais com exames de sangue, radiografia de tórax, ultrassonografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia digestiva e avaliação da função respiratória (mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso). Caso o paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio, a cirurgia só ocorrerá quando ele apresentar uma boa condição clínica.
Após a cirurgia o paciente segue recebendo atendimento do programa. Sete dias após o procedimento é retirado o dreno e, os pontos, quinze dias depois da cirurgia. Após esse período a pessoa já pode voltar à atividade, com limitação apenas para levantar pesos. Durante o primeiro ano da cirurgia serão necessários exames trimestrais de sangue com hemograma e de avaliação de minerais e vitaminas.
Os obesos que passam por uma cirurgia bariátrica necessitam de orientação nutricional para suplementar a dieta com compostos ricos em proteínas, vitamina B12 e ferro. Cuidados especiais para evitar casos de desnutrição após a cirurgia.
Nos primeiros meses após o procedimento, a redução no peso chega ser de sete a oito quilos/mês. Isso reflete também na melhora de doenças associadas à obesidade como diabetes, hipertensão arterial, disfunções respiratórias. Todos os tipos de tratamento da obesidade, do mais simples ao mais radical, exigem empenho e determinação. Sendo necessário um suporte multiprofissional e a adequação da dieta às metas a serem alcançadas.
FONTE: http://correiodobrasil.com.br/programa-municipal-de-assistencia-a-obesidade-morbida-esta-recadastrando-pacientes-para-cirurgia/382082/
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