Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas acompanha 5 mil pessoas desde o nascimento
Joice Bacelo | joice.bacelo@zerohora.com.br
Um estudo que acompanha 5 mil jovens gaúchos desde o nascimento, 19 anos atrás, lança um alerta sobre as perspectivas de saúde do brasileiro. Realizada em Pelotas e referência para decisões e programas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, a pesquisa teve seus resultados preliminares antecipados a Zero Hora. Os números apontam a presença de obesidade em 10% dos pesquisados.
Conduzido pelo Centro de Estudos Epidemiológicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o trabalho, ao constatar índices preocupantes de gordura corporal nos adolescentes, sugere que uma proporção crescente de adultos brasileiros pode ter alto risco de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
Neste momento, quando os pesquisados chegam à maioridade, já ocorreu a reavaliação de 80% dos participantes — a conclusão está prevista para o mês de março. A Coorte 93 (assim chamada porque monitora pessoas nascidas em 1993) está entre os maiores estudos da América Latina na investigação de dados completos sobre saúde.
Desde o nascimento, os pesquisados passaram por testes aos seis, aos 11 e aos 15 anos. O comparativo revela, por exemplo, uma queda regular e preocupante no nível de atividade física. Aos 11 anos, 42% praticavam ao menos uma hora de atividade física diária. Aos 15, o índice estava em 38%. Agora, recuou para 30%.
O momento é de reavaliação da turma de 1993. Ontem foi a vez de Sandro Willian, 18 anos. Ele entrou em um dos modernos equipamentos disponíveis, o Bod Pod, que mede o volume do corpo, fornecendo uma estimativa da quantidade de massa magra e gorda.
Gerações de 1982 e 2004 sob análise
A Coorte 93 é uma das três que são acompanhadas — também recebem a mesma atenção grupos de nascidos em 1982 e 2004. Nesses anos, o Centro de Pesquisas Epidemiológicas organizou plantões todos os dias nos hospitais de Pelotas a fim de identificar todas as crianças nascidas e conhecer dados de suas vidas.
Esses dados incluíam as condições de saúde da mãe e do bebê, o peso ao nascer, a alimentação, as condições ambientais da família e a qualidade da assistência médica. Os objetivos dessa investigação são conhecer o estado de saúde das populações, identificar as causas das doenças e desenvolver estratégias preventivas.
Com três décadas de acompanhamento, dados comparativos entre as gerações e mais de 500 artigos científicos publicados, os estudos da UFPel geraram conhecimento sobre temas como mortalidade infantil, amamentação, cesarianas, desnutrição, obesidade e doenças crônicas.
Em 2015, uma nova coorte de nascimento será desenvolvida. O estudo terá dois itens inéditos: acompanhamento desde a gestação e enfoque na atividade física.
As revelações
Conduzido pelo Centro de Estudos Epidemiológicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o trabalho, ao constatar índices preocupantes de gordura corporal nos adolescentes, sugere que uma proporção crescente de adultos brasileiros pode ter alto risco de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
Neste momento, quando os pesquisados chegam à maioridade, já ocorreu a reavaliação de 80% dos participantes — a conclusão está prevista para o mês de março. A Coorte 93 (assim chamada porque monitora pessoas nascidas em 1993) está entre os maiores estudos da América Latina na investigação de dados completos sobre saúde.
Desde o nascimento, os pesquisados passaram por testes aos seis, aos 11 e aos 15 anos. O comparativo revela, por exemplo, uma queda regular e preocupante no nível de atividade física. Aos 11 anos, 42% praticavam ao menos uma hora de atividade física diária. Aos 15, o índice estava em 38%. Agora, recuou para 30%.
O momento é de reavaliação da turma de 1993. Ontem foi a vez de Sandro Willian, 18 anos. Ele entrou em um dos modernos equipamentos disponíveis, o Bod Pod, que mede o volume do corpo, fornecendo uma estimativa da quantidade de massa magra e gorda.
Gerações de 1982 e 2004 sob análise
A Coorte 93 é uma das três que são acompanhadas — também recebem a mesma atenção grupos de nascidos em 1982 e 2004. Nesses anos, o Centro de Pesquisas Epidemiológicas organizou plantões todos os dias nos hospitais de Pelotas a fim de identificar todas as crianças nascidas e conhecer dados de suas vidas.
Esses dados incluíam as condições de saúde da mãe e do bebê, o peso ao nascer, a alimentação, as condições ambientais da família e a qualidade da assistência médica. Os objetivos dessa investigação são conhecer o estado de saúde das populações, identificar as causas das doenças e desenvolver estratégias preventivas.
Com três décadas de acompanhamento, dados comparativos entre as gerações e mais de 500 artigos científicos publicados, os estudos da UFPel geraram conhecimento sobre temas como mortalidade infantil, amamentação, cesarianas, desnutrição, obesidade e doenças crônicas.
Em 2015, uma nova coorte de nascimento será desenvolvida. O estudo terá dois itens inéditos: acompanhamento desde a gestação e enfoque na atividade física.
As revelações
:: GRAVIDEZ PRECOCE
Hoje, com 18 anos Aos seis meses Aos dois anos Aos 12 anos Os resultados preliminares da análise do grupo de jovens nascidos em 1993 e que agora chegam aos 18 anos: 14,7% das adolescentes de 18 anos acompanhadas pelo projeto desde 1993 disseram aos pesquisadores da UFPel já ter um ou mais filhos. Esse índice é considerado muito alto e deverá servir para o desenvolvimento de novos programas públicos de planejamento da natalidade.
:: VÍCIO PREOCUPANTE
Preocupa muito os pesquisadores e serve como alerta para novas campanhas o índice de pesquisados que fumam ou fumaram: aos 11 anos, 3% já tinham experimentado cigarro. Aos 15 anos, o índice subiu para 18%. Aos 18 anos, o grupo de fumantes chegou a 21%.
:: POSIÇÃO DO SONO SALVA
Os estudos mostram que colocar o bebê em posição correta para dormir pode reduzir em até 70% o risco de morte súbita. De barriga para cima. O alerta do Centro de Estudos Epidemiológicas reforça a orientação do Ministério da Saúde quanto à posição correta.
:: MENOS ATIVIDADES FÍSICAS
Os níveis de atividade física caíram na passagem da infância para a adolescência. Até os 11 anos, 42% faziam atividade física de pelo menos uma hora ao dia. Aos 15, o índice desceu para 38%. Aos 18 anos, caiu mais ainda, alcançando os 30%.
:: OBESIDADE PERSISTENTE
O percentual de obesos, de 11,6% quando o grupo de 1993 tinha 11 anos, caiu para 8,1% aos 15 anos. Agora, aos 18 anos, chegou a 10%, o que aponta para uma parcela considerável da população com risco de doenças crônicas no futuro.
:: ALEITAMENTO EM ALTA
Crianças que recebem o aleitamento materno por mais tempo têm menos hospitalizações e menos morte até um ano de idade. Recomenda-se a amamentação exclusiva por seis meses e complementar até os dois anos de idade ou mais.
CASA ZERO HORA PELOTAS
FONTE: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,3650152,Retrato-do-jovem-gaucho-obesidade-e-pouca-atividade-fisica-lancam-alerta-para-doencas-cronicas.html
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