José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Técnico de segurança alimentar diz que se as regras das ementas forem cumpridas não há razão para preocupações

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Técnico de segurança alimentar diz que se as regras das ementas forem cumpridas não há razão para preocupações



O que leva crianças a rejeitarem comida nas escolas são os hábitos que têm em casa

Se as regras que estão definidas para as ementas forem cumpridas não há razão para preocupações no que diz respeito à qualidade e quantidade dos pratos servidos aos meninos nas escolas.
Quem o diz é o técnico de segurança alimentar José Gonçalves do Centro de Formação Profissional do Sector Alimentar, responsável pela implementação e gestão de sistemas de segurança alimentar.
“O que leva muitas vezes as crianças a rejeitar certo tipo de alimentos são os hábitos que têm em casa”, explica o técnico que reconhece que é preciso apostar numa educação alimentar das crianças.
José Gonçalves lembra que tudo está perfeitamente definido desde os alimentos autorizados, quantidades até às técnicas culinárias. As ementas são definidas com produtos autorizados e portanto saudáveis.
“Quando se elabora uma ementa ou se estrutura uma lista de alimentos autorizados tudo foi pensado em termos energéticos e nutricionais. Obviamente que a escola proporciona aquilo que é o essencial”, ressalva o técnico referindo-se a eventuais carências que alguns meninos possam ter e que a escola só por si poderá não satisfazer. “Muitas vezes é na escola que as crianças tomam a sua única refeição quente”, alerta.
A quantidade e o tipo de alimentos servidos nas cantinas escolares tem motivado algumas queixas em escolas de Azambuja e Benavente como O MIRANTE noticiou.
No que diz respeito às cantinas escolares existe uma listagem de alimentos autorizados. A carne de vaca, por exemplo, só pode ser de primeira qualidade. A carne picada deve ser ultracongelada ou então consumida no próprio dia para evitar contaminações. Só produtos em perfeito estado de conversação podem ser usados.
As sopas devem ser de legumes e a canja ou a sopa de peixe só devem ser servidas duas vezes por mês. Os pratos de carne e peixe devem ser alternados e deve ser servido pão de mistura. A água será preferencialmente a bebida a oferecer às crianças nas cantinas escolares.
A sobremesa inclui fruta e em alguns casos doce, gelatina ou gelado de leite. O iogurte, como sobremesa, deve ser oferecido nos dias em que se serve peixe.
Semanalmente deve existir um prato de carne como costeleta ou escalope assado e um prato de peixe de posta, bem como um prato de aves. Fritos só uma vez em cada duas semanas. Mensalmente é obrigatória a inclusão de dois pratos de bacalhau e um prato à base de ovo substituindo a carne.
As empresas que fornecem alimentos devem garantir o controle e registo de temperaturas e respeitar a cadeia de frio. A qualidade dos óleos de fritura deve ser controlada e devem prevenir-se contaminações cruzadas.
Se em alguns casos são as próprias escolas que confeccionam as refeições há também empresas certificadas que têm esta função. Em ambos os casos as regras têm que ser cumpridas e os critérios uniformizados. Para verificar se tudo está a ser feito correctamente as entidades podem solicitar avaliações. A ASAE é a entidade que pode detectar irregularidades e levantar autos.
A higiene e segurança alimentar ganha particular relevância tendo em conta que as crianças são mais vulneráveis a toxinfecções de origem alimentar.
José Gonçalves lembra que problemáticas como a obesidade ou a diabetes, por via do consumo de alimentos com açúcar, têm cada vez maior incidência nos mais novos e devem-se a desregulações alimentares. As doenças cardiovasculares aparecem cada vez mais em faixas etárias mais jovens.
O tema da higiene e segurança alimentar em contexto escolar foi debatido na tarde de sábado, 4 de Fevereiro, no âmbito do ciclo de conferências “Museu e Educação: Espaço de Reflexão” organizado pelo Museu Municipal - Núcleo de Alverca.

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FONTE: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=534&id=81020&idSeccao=8885&Action=noticia

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