A partir de março os alunos de 6 a 18 anos das escolas públicas do Paraná que apresentam taxas de sobrepeso poderão contar com um aliado no combate à obesidade. Trata-se do projeto Prevenção e Controle da Obesidade Infanto-Juvenil, cuja amostragem na primeira fase vai atingir 14 mil alunos de 400 escolas estaduais e municipais em 96 cidades dos 32 núcleos regionais de educação do Paraná. O projeto da Secretaria de Estado do Esporte (SEES) faz parte do Programa Paraná Saudável, uma iniciativa que reúne um conjunto de ações que visam o aumento da qualidade de vida do cidadão paranaense. A primeira fase do projeto será focada em 3 pontos principais: o treinamento dos avaliadores, a coleta de informações através da aplicação de um questionários aos alunos e seus familiares e a confecção de uma cartilha pedagógica. A segunda fase, mais extensa e que vai apresentar resultados práticos, vai atingir praticamente toda a população escolar do Estado e está programada para iniciar daqui a dois anos. “Temos um indicativo de pesquisas feitas neste mesmo grupo populacional que apontam uma tendência ao sobrepeso e obesidade da população escolar. No momento em que ela surge é preciso intervenção e a ideia do governador Beto Richa e do secretário Evandro Roman é de minimizar o impacto dos fatores associados a esses problemas: o que está gerando isso, por que e como podemos interferir nessa realidade de forma positiva”, explica Dilson Martins, gerente do Programa Paraná Saudável. “Após a conclusão do estudo teremos subsídios para combater isso nas famílias, nas escolas. Acredito que esta é a função primordial da implantação do programa”, avalia. Além da SEES, a prevenção da obesidade também envolve as Secretarias da Educação, Ciência e Tecnologia e da Saúde. Os dados colhidos pelos avaliadores, tanto na amostragem quanto na aplicação dos questionários, vão servir de referência para a produção da cartilha, que será distribuída gratuitamente aos alunos da rede pública de ensino. Ela será construída com base em informações científicas de estudos internacionais sobre obesidade infanto-juvenil, cujos dados serão cruzados com o que for obtido na amostragem. “Desta forma saberemos qual tipo de intervenção deverá ser feita. Isso pode nos auxiliar no apontamento das soluções específicas para cada região do Estado, uma vez que uma pode trazer resultados diferentes das outras devido à heterogeneidade do povo paranaense”, afirma Dilson. Números da obesidade infanto-juvenil na comunidade escolar do Paraná Na primeira fase do projeto serão contratados 16 avaliadores divididos em 4 equipes que vão percorrer todas as regiões do Estado. Serão pelo menos 60 dias de trabalho, visitando os alunos nas escolas, conversando com professores e com os familiares das crianças. “Até julho teremos o relatório completo da amostragem inicial dos 14 mil alunos. Hoje existe um levantamento preliminar que aponta que um terço desta população já apresenta sobrepeso, que é o primeiro indicativo da obesidade entre crianças com 6 e 18 anos. São prevalências idênticas às de países desenvolvidos”, compara Dartagnan Pinto Guedes, professor da Unopar e coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Obesidade Infanto-Juvenil da Secretaria do Esporte do Paraná. Ainda segundo o professor, o Paraná é o terceiro estado com maior número de alunos em sobrepeso da Federação. “O Paraná é um dos estados brasileiros que tem as maiores taxas de sobrepeso, só perdemos para o Rio Grande do Sul e São Paulo, respectivamente. Mas existem particularidades, não podemos comparar a região sudoeste com o norte, por exemplo. O que queremos com este estudo mais detalhado é identificar os fatores regionais que impactam na obesidade”, explica Dartagnan, que continua. “Na nossa maneira de ver, juntam-se dois fatores importantes: o mau hábito alimentar, já que hoje temos mais disponibilidade de alimento de qualidade inferior que em gerações passadas e, outro ponto, é que a criança está substituindo as atividades físicas, as brincadeiras por um lazer mais sedentário em frente à televisão, ao computador, games e coisas desse tipo. A somatória desses dois fatores é que desencadeia o aumento nos termos de sobrepeso e obesidade”, afirma. Prevenção e Tendência Ainda segundo o professor Dartagnan o sobrepeso não aparece de imediato, é ocasionado por uma série de fatores, que devem ser combatidos. “Estamos indo a campo porque temos projeções de que se na idade jovem o sobrepeso já atinge um terço da população escolar paranaense, a expectativa é de que quando esses jovens estiverem na idade adulta este número suba exponencialmente. O que queremos é prevenir, identificar fatores, intervir e modificá-los, por isso a família também tem que estar envolvida neste processo, uma vez que quem oportuniza as atividades esportivas e de lazer para a criança, na maioria das vezes, é a família”, explica Dartagnan. Para Dilson, a meta até 2014 é atingir com a pesquisa todo o universo escolar do Paraná, estimado em 2,1 milhão de alunos. “Daqui dois anos vamos ter uma nova pesquisa que vai apontar se houve diferença entre o antes e o depois da intervenção. A tendência é de que encontremos os mesmos índices apontados pelo professor Dartagnan, mas essa é uma hipótese, a realidade vai nos apontar os números. A partir daí vamos entender se as ações desencadeadas mudaram o quadro ou não. Se não mudaram, vamos descobrir porque e o que poderemos fazer para mudar”, encerra Dilson.
Foto: Secretário Roman recebeu em seu gabinete o coordenador de projetos especiais da SEES, Itamar Tagliari e o coordenador do Projeto Contra a Obesidade, Dartagnan Guedes.
FONTE: http://www.esporteguarapuava.com.br/noticias-variadas/no-parana-estudantes-tem-aliado-contra-a-obesidade-infanto-juvenil/
Foto: Secretário Roman recebeu em seu gabinete o coordenador de projetos especiais da SEES, Itamar Tagliari e o coordenador do Projeto Contra a Obesidade, Dartagnan Guedes.
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