Karolina Lopes (redação@eshoje.com.br)

De acordo com a Coordenação de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, a escola é um ambiente fundamental para a formação de hábitos alimentares saudáveis. O Programa federal Saúde na Escola - que foi lançado em 2007 com o objetivo de prevenir e promover a saúde dos estudantes de 5 a 19 anos – aconselha a inclusão de uma disciplina que trate de educação alimentar na grade curricular. A seleção de alimentos deve agradar as crianças, mas precisa ter valor nutritivo e não trazer calorias em excesso. Alimentos variados e coloridos devem ser oferecidos, com a substituição de doces por frutas, refrigerantes por sucos e frituras por alimentos mais leves.
A reportagem do ESHOJE visitou escolas de ensino fundamental e médio das redes pública e particular de Vitória e constatou que as instituições se programam para oferecer alimentação de qualidade aos alunos. Todas as escolas públicas e algumas particulares oferecem merenda gratuita, ou inclusa no valor da mensalidade. Para esses casos, as unidades contam com nutricionista e profissionais responsáveis por preencher o cardápio com todos os nutrientes necessários para a formação das crianças.
“Nós temos um cardápio variado e pensado para a vida escolar dos alunos. Variamos entre lanches e refeições, sempre pensando na saúde dos adolescentes e levando em consideração fatores como horário e temperatura para determinados cardápios”, afirmou Solene Maria Shimith, diretora do colégio de ensino médio da rede pública estadual Arnolpho Mattos.
No entanto, no que se refere a cantinas – onde o aluno compra seu lanche em qualquer horário – há alguns problemas. São oferecidos aos alunos produtos condenáveis por pediatras e nutricionistas, como doces, frituras e refrigerantes.
“Nós terceirizamos o serviço da cantina, mas os produtos passam por fiscalização, não só para analisarmos o tipo de alimento oferecido, mas também a condição deles. Nós recomendamos a oferta de alimentos saudáveis, sucos, sanduíches naturais e salada de frutas, por exemplo, mas, muitas vezes, o alimento menos saudável é a preferência dos alunos e é mais barato. Precisamos ter todo tipo de oferta para que todos tenham a possibilidade de lanchar”, justifica a pedagoga, Mirian de Souza do colégio Americano Batista.
Dados do IBGE mostraram que uma em cada três crianças com idade entre cinco e nove anos e um em cada cinco adolescentes está com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A pediatra Eneida Fardim ressalta os perigos posteriores que uma criança obesa pode correr.
“Obesidade infantil é doença e como tal deve ser tratada. Muitas vezes a própria família acha bonitinho o quanto a criança come e não se dá conta de que isso pode trazer sérios danos. Um indivíduo que é obeso na infância tem grandes chances de ter problema de peso o resto da vida, além de maior probabilidade de desenvolver diabetes, pressão alta, doenças cardíacas entre outros”.
Quem conhece bem o drama da obesidade infantil são as mães de crianças com problemas de peso. A enfermeira Vanda Oliveira, 46, conta que o mais difícil é entender o sobrepeso do filho como uma doença. “Meu filho foi obeso até os 17 anos. Quando o Breno era novinho eu não tinha coragem de negar as coisas para ele e, por isso, acho que é muito importante a escola ajudar os pais. Se a criança entender a importância de ser saudável e tiver uma alimentação restrita fica muito mais fácil controlar o peso”, comenta a mãe.
Débora Silva, 39, também ressaltou que o apoio da escola foi fundamental para controlar o peso da filha Ana Clara. “Minha filha tem nove anos e há uns seis meses conseguiu chegar a seu peso ideal. Ela tem tendência a engordar, mas decidiu fazer regime por que sofria bullyng na escola. Foi um trabalho difícil, pois tivemos que reduzir muito o quanto ela comia e passei a não dar dinheiro para a ela lanchar. Assim, ela só come a merenda que a escola dá”, afirma.
FONTE: http://eshoje.jor.br/obesidade-infantil-ano-letivo-inicia-deixando-pais-e-educadores-atentos-a-alimentacao-das-criancas.html
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