Crianças nascidas de cesárea não são mais propensas à obesidade que aquelas nascidas de parto vaginal, segundo estudo feito no Brasil.
O trabalho contradiz os resultados de pesquisa anterior, também brasileira, que apontava risco 58% maior de ficar obeso na idade adulta entre os nascidos por cesárea. O contato precoce do bebê com as bactérias da flora vaginal da mulher durante o parto ajudaria a proteger os indivíduos do excesso de peso, de acordo com os pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto.
Ambos os estudos foram publicados no periódico American Journal of Clinical Nutrition.
No Brasil, as cesarianas representaram mais da metade dos partos em 2009. Nos EUA, a proporção é de 30%, mas o número tem crescido.
Segundo o pesquisador Fernando Barros, da Universidade Católica de Pelotas, o que pode ter ocorrido é que os pesquisadores da USP de Ribeirão Preto não levaram em conta todas as variáveis, como peso e altura das mães, além de fatores socioculturais.
Barros e equipe utilizaram dados de três grupos de pessoas nascidas no Sul do Brasil em 1982, 1993 e 2004. Ao todo, cerca de 4.000 indivíduos de cada grupo entraram no levantamento. Os jovens mais velhos contemplados na pesquisa tinham 23 anos.
Ao analisar os números brutos, os cientistas observaram que aqueles nascidos por cesariana eram mais propensos ao excesso de peso, com taxas de obesidade que variaram de 9% a 16%. Entre os nascidos por parto vaginal, as taxas variaram de 7% a 10%.
No entanto, ao se ajustar variáveis como peso, altura e nível socioeconômico das mães, a diferença desaparece. O novo estudo também contou com mais participantes - a equipe de Ribeirão Preto analisou dados de 2.057 pessoas entre 23 e 25 anos.
O trabalho pode ser lido na íntegra, em inglês, na edição online da revista científica (http://www.ajcn.org/content/95/2/465).
(Com Reuters)
FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2012/02/07/parto-cesarea-nao-aumenta-risco-de-obesidade-diz-novo-estudo.jhtm
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