José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Debate alerta para consequências da obesidade

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Debate alerta para consequências da obesidade

Evento promovido pelo Emagrece, Brasil! no SESC Santana discutiu o problema e mostrou as melhores maneiras de combatê-lo.

Debate alerta para consequências da obesidade
Por Marcia Melsohn

O Emagrece, Brasil! promoveu nesta quarta-feira, 14 de dezembro, o debate Os Caminhos para Vencer a Obesidade, que fez parte da exposição A Obesidade pelo Olhar da Infografia, em cartaz no SESC Santana até o dia 30 de dezembro. Lúcia Helena de Oliveira, diretora da revista SAÚDE, conduziu o evento, que contou com a participação de Angélica Banhara, diretora de BOA FORMA, e do endocrinologista Filippo Pedrinola, autor do livro Um Convite à Saúde, lançado por SAÚDE, da Editora Abril, com o selo do projeto Emagrece, Brasil!.

A diretora de SAÚDE aproveitou alguns dados dos infográficos da mostra para, além de apresentar números e dar boas explicações, fazer perguntas ao médico convidado. Assim, Filippo Pedrinola teve a chance de esclarecer várias dúvidas e curiosidades das mais de 100 pessoas que compareceram ao auditório do SESC, todas buscando saber mais sobre o peso da atual epidemia de obesidade na nossa saúde e como vencê-la.

"Estamos falando de um problema bastante democrático. Cerca de 50% dos brasileiros estão acima do peso e 15% são obesos. Menos de uma década atrás, essa incidência era de 11%", disse Lúcia Helena. "A obesidade vem crescendo muito em todas as regiões do país e em todas as faixas etárias, sem exceção", completou Angélica Banhara.

Filippo Pedrinola relacionou o estilo de vida moderno com os quilos a mais e explicou que a forma como cada um de nós percebe seu estado de saúde é como a ponta de um iceberg. "Só enxergamos parte do problema. Esse estado de saúde visível, na verdade, é consequência das escolhas que fizemos ao longo da vida e que estão escondidas debaixo d’água", disse.

Segundo o médico, esse iceberg é composto de três andares. O primeiro é a atividade física. "Quem diz que não tem tempo para fazer exercício hoje vai ter que arrumar tempo mais tarde para se tratar de problemas", disse, enfático. "Além de queimar calorias, a prática esportiva libera substâncias que promovem bem-estar. E, quando a pessoa se sente bem, ela dorme melhor, fica menos estressada. Tudo isso também ajuda indiretamente a comer menos e a emagrecer."

O segundo andar, de acordo com o endocrinologista, é a alimentação. "Não existe um único vilão no prato. Para haver um equilíbrio, é preciso prestar atenção em três itens: o horário em que se come - nós devemos comer a cada três ou quatro horas --, a qualidade e a quantidade da comida", disse. Angélica Banhara salientou que a forma de preparar os alimentos faz enorme diferença também. "Um peito de frango frito é mais prejudicial que uma carne vermelha grelhada", exemplificou. "As pessoas ainda fazem esse tipo de confusão achando que, por ser frango, ele é sempre mais saudável. Mas, por sorte, hoje em dia a população já percebeu que dietas milagrosas não funcionam e podem até fazer muito mal."

O terceiro andar da pirâmide descrita por Pedrinola seriam as emoções. "A cuca é tudo", disse o médico. "Pessoas ansiosas e estressadas desistem de ir à academia. Aí ficam mais nervosas ainda, comem para obter conforto - é a história da comfort food - e engordam. Daí se deprimem porque se acham gordas, ficam mais aborrecidas ainda e... é um ciclo muito ruim."

Sempre questionado por Lúcia Helena, o especialista ainda relacionou a obesidade com problemas na coluna e com várias doenças - principalmente as cardiovasculares, o diabete e diferentes tipos de câncer, explicando com clareza as razões de tanta preocupação com essa epidemia. O debate durou cerca de uma hora e meia. No final, o público faz perguntas e, logo em seguida, todos foram convidados a visitar a exposição ao lado das jornalistas e do médico;

"Acho que a mensagem principal que nos foi passada é que tudo depende das escolhas que fazemos no nosso dia a dia. E isso acaba sendo muito encorajador", comentou a aposentada Maria de Lourdes Arroio, de 62 anos.

"A discussão foi muito boa. Achei interessante quando o dr. Filippo falou sobre a mastigação. Eu mastigo de um lado só e aprendi que preciso variar, além de comer mais devagar. Também entendi que nós temos o corpo que escolhemos, então, minha barriguinha fui eu que escolhi. Agora preciso mudar alguns hábitos", disse Maria Antônia Auxiliadora da Silva, de 61 anos, inspetora de alunos.

Na exposição, o público observou atentamente os 32 paineis, seguindo cada detalhe dos infográficos. "Nunca vi um material tão bem elaborado sobre esse assunto. É extremamente didático, com explicações simples e objetivas", disse Paulino Takano, engenheiro aposentado, de 60 anos, que faz ginástica multifuncional no SESC duas vezes por semana. "São informações fundamentais para que as pessoas tenham menos problemas na vida. Uma iniciativa como essa estimula o público a cuidar da saúde e, assim, ter uma qualidade de vida melhor", concluiu.

"Gostei muito, tanto do debate quanto da exposição. Eles mostraram direitinho o que fazer para ficar longe da obesidade. Sou de Salvador, na Bahia, e queria que essa exposição fosse para lá. Ajudaria muita gente, inclusive meu marido, que precisa emagrecer", disse Anésia Akiko, de 57 anos, aposentada.

O motoboy Eduardo do Nascimento, de 37 anos, foi visitar a exposição com o filho, de 7. "Meu pai é cardiopata e minha mãe tem diabete. Esse evento mostra por que o excesso de gordura é tão prejudicial à saúde e é mais um alerta para que eu volte a fazer atividade física regularmente e cuide melhor da minha alimentação", disse o motoboy.
FONTE: http://saude.abril.com.br/emagrece-brasil/debate-consequencias-obesidade.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário