José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Tipos de obesidade; Tipos morfológicos; Principais causas da obesidade; Complicações provocadas pela obesidade; Obesidade nas várias etapas da vida

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tipos de obesidade; Tipos morfológicos; Principais causas da obesidade; Complicações provocadas pela obesidade; Obesidade nas várias etapas da vida

A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo excesso de gordura no corpo, devido a um desequilíbrio entre os mecanismos de criação e de destruição das células adiposas.
Consideram-se obesas as pessoas cujo peso ultrapasse em 25% o valor estimado como desejável, no caso das mulheres, e 20%, no caso dos homens. A obesidade está a tornar-se, cada vez mais, um flagelo de saúde pública em todo o Mundo.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, uma em cada duas mulheres, um em cada três homens e uma entre cada seis crianças têm problemas de excesso de peso, que geram graves distúrbios de saúde. Nos países industrializados, pelo menos metade dos adultos têm excesso de peso e 15% podem ser considerados obesos.
Tipos morfológicos
A obesidade pode ser generalizada, situação em que o excesso de gordura se encontra distribuído por todo o corpo; ou localizada, quando se engorda mais em determinadas partes do corpo. A gravidade da doença depende quer do grau de excesso de peso quer do tipo de obesidade.
Existem duas morfologias desta doença:
• Obesidade Ginóide - Neste tipo de obesidade, a gordura acumula-se na metade inferior do corpo, nomeadamente nas ancas, nádegas e coxas. Mais frequente nas mulheres, é também conhecida como obesidade em forma de pêra, ou pélvica, pois a cintura mantém-se estreita. Provoca essencialmente problemas nas articulações: coluna, joelhos, tornozelos, etc.
• Obesidade andróide - A gordura deposita-se na metade superior do corpo, sobretudo na região abdominal, e a cintura quase desaparece. Também conhecida como obesidade em forma de maçã, diz-se ser do tipo masculino, pois é mais típica nos homens do que nas mulheres. O tipo andróide é mais prejudicial e pode colocar, inclusive, a vida do doente em perigo. Entre as várias complicações de saúde, destacamos os casos da diabetes, a hipertensão arterial, a hiperlipidémia e as doenças cardiovasculares.
Principais causas da obesidade
A obesidade pode ser originada ou desencadeada por factores internos, conjugados com factores externos:
1. Comer demasiado, em quantidade e em qualidade, para além das necessidades nutricionais do organismo. É a chamada obesidade por hiperfagia.
2. Comer mal, isto é, praticar uma alimentação desequilibrada e de má qualidade; por exemplo, ingerir muitas gorduras e açúcares e abusar do consumo do álcool.
3. Sobrealimentação durante a infância.
4. Tendência para engordar. Pode nascer de uma predisposição genética ou de factores externos - uma alimentação incorrecta e um défice de exercício físico -, ou de ambos.
5. Alterações do ritmo de vida; deixar de fumar, praticar menos exercício físico, etc., mas também o stress, as perturbações emocionais e as carências ou os choques afectivos.
6. Uso de medicamentos. É o caso da maior parte dos anti-depressivos e outros. Em algumas mulheres, a pílula contraceptiva provoca um aumento do peso.
7. Hormonais; embora as doenças endócrinas, que causam obesidade, sejam raras (constituem 5% dos casos) e nunca resultem em casos graves, é de referir o hipotiroidismo.

Complicações provocadas pela obesidade
Se não for tratada no devido tempo, esta doença tem tendência para se tornar crónica e pode, inclusivamente, colocar em perigo a vida do doente. Para além dos problemas já mencionados na obesidade andróide, pode-se ainda referir, como consequências da obesidade, a osteoartrose, a gota, a insuficiência respiratória, a subida dos índices do colesterol, o sentimento constante de cansaço, os cálculos biliares, etc. Diversos estudos referem também uma maior incidência de vários tipos de cancro nos doentes obesos. No homem, existe um risco maior de cancro na próstata, no cólon e no recto. Na mulher, aumenta o risco de cancro nos ovários, na mama ou no colo do útero.
Em conjunto ou em separado, qualquer um destes problemas de saúde é razão mais do que suficiente para começar a fazer exercício físico e a pensar duas vezes antes de preparar as suas refeições e as dos seus filhos.

Obesidade nas várias etapas da vida
A infância
Um dos maiores erros que os pais podem cometer é permitir que os filhos engordem excessivamente.
Em regra, uma criança gordinha será, no futuro, um adulto obeso, com todas as consequências nefastas que daí advêm. Para além dos problemas de saúde, a obesidade infantil pode trazer ainda problemas de índole psicológica, pois a criança vê-se sujeita às críticas dos colegas e sente-se marginalizada por ser diferente das outras crianças.
Uma criança bem alimentada é aquela que tem um peso adequado para a sua idade, sexo e altura. O Ministério da Saúde distribui, gratuitamente, a todas as mães um Boletim de Saúde Infantil e Juvenil. Este boletim, que deve acompanhar os pais em todas as consultas ao pediatra dos filhos, é um instrumento precioso para verificar a evolução da curva de crescimento nos percentis de peso e altura e para controlar, se necessário, quaisquer desvios que possam ocorrer.
Os hábitos alimentares saudáveis criam-se na infância. Por isso, ensine o seu filho a comer de tudo e não apenas aquilo de que gosta e apetece. A pouco e pouco, eduque-lhe o gosto. Habitue-o a comer frutos e legumes e evite dar-lhe gorduras e fritos (as batatas fritas são o eterno problema!), bebidas açucaradas, chocolates, gelados ou outras guloseimas e tente reduzir a quantidade de sal na sua alimentação. Também é muito importante que o faça cumprir os horários das refeições.
Mas é essencial que os pais dêem o exemplo; que eles próprios façam uma alimentação variada e equilibrada e que os estimulem a praticar exercício físico, desde pequeninos.
As actividades conjuntas, mesmo as mais simples, são as que podem trazer mais resultados. Por exemplo: dançar, brincar às escondidas, andar, correr, fazer passeios de bicicleta, etc. A actividade física e o desporto mantêm as crianças ocupadas e ajuda-as a queimar as calorias em excesso. Por outro lado, evite a televisão e o computador e estimule os hábitos de leitura do seu filho.
A adolescência
A adolescência é uma fase de crescimento e de desenvolvimento acelerados, com necessidades bastantes específicas, quer a nível físico quer psicológico. Durante este período, assiste-se a um aumento do ritmo do metabolismo basal, devido às enormes transformações físicas que se vão processando - o crescimento, a maturação sexual, o aumento brusco do tecido muscular, etc.
É a idade da puberdade e, tanto nos rapazes como nas raparigas, o aumento da secreção de hormonas sexuais faz desenvolver as características sexuais secundárias: o ciclo menstrual e a produção de óvulos e de esperma. Por outro lado, há que criar condições para um desenvolvimento psicológico saudável e equilibrado dos jovens.
Neste domínio, há vários aspectos a ter em consideração, nomeadamente, a escola, a ocupação de tempos livres, as amizades, as relações afectivas, o ambiente familiar, etc. Por vezes, qualquer desequilíbrio numa destas áreas é o suficiente para deixar o adolescente frustrado e angustiado, levando-o a compensar as suas carências através da alimentação.
Todas as transformações próprias desta fase reflectem-se, necessariamente, no apetite dos jovens. É nesta etapa da vida que o corpo vai modelar-se e, por isso, uma alimentação adequada é determinante para o seu desenvolvimento. Durante o período da adolescência interessa, mais do que nunca, fazer uma alimentação de qualidade, que seja bastante diversificada e que corresponda ao elevadíssimo nível de exigência do organismo.
É importante que a dieta deve promover o crescimento e não a adiposidade. Se os jovens conseguirem atingir o peso ideal e o mantiverem, então será muito mais fácil evitarem a obesidade na sua vida adulta. Se, pelo contrário, comerem excessivamente, arriscam-se a ganhar peso e, para tentarem reduzi-lo, terão de se submeter, mais cedo ou mais tarde, a um regime alimentar rigoroso. Nunca é de mais realçar que um jovem obeso será, potencialmente, um adulto obeso (estima-se que isto aconteça em cerca de 80% dos casos) e que este tipo de obesidade, tão prolongada no tempo, é muito mais difícil de superar do que as restantes.
Os adolescentes devem, também, ser encorajados a fazer desporto, pois a prática regular de exercício é determinante para garantir uma boa qualidade de vida.
Adulto
Num adulto saudável, do sexo masculino, a gordura deve corresponder a um máximo de 20% do seu corpo. A proporção de gordura, para uma mulher adulta, deve situar-se num máximo de 25%. Se estes valores forem ultrapassados, considera-se que existe excesso de peso.
Durante esta fase da vida, o ideal será manter um peso constante e adequado para a estatura de cada pessoa. Uma alimentação cuidada e a prática de exercício físico previnem das doenças. Um corpo saudável é mais resistente às doenças que vão surgindo na meia-idade. São muitos e variados os factores responsáveis pela obesidade no adulto: vidas profissionais exigentes, que desencadeiam fenómenos de ansiedade e stress inviabilizam refeições tomadas a tempo e horas; o abandono de práticas desportivas; e, ainda, a excessiva sedentarização a que a vida moderna nos habituou.
A gravidez
A mulher deve dar especial atenção à sua alimentação durante a gestação, pois esta é de vital importância para o desenvolvimento do feto. O controlo de peso na gravidez é não só importante e desejável como, também, obrigatório. Geneticamente, aconselha-se um aumento de peso de cerca de nove quilos durante esse período. Se esse aumento for significativamente inferior, corre o risco de ter um bebé com um peso mais baixo do que o que seria desejável; e o contrário (peso a mais) também se aplica. Para além disso, uma dieta alimentar cuidada e equilibrada facilita o parto e permite o nascimento de um bebé mais saudável. Durante o período de gestação, nunca siga uma dieta de emagrecimento. Quer os regimes com poucas calorias quer os que são baixos em hidratos de carbono podem afectar o desenvolvimento do cérebro do feto c provocar defeitos congénitos. De um modo geral, as mulheres que têm grande variação de peso no decorrer da sua vida correm mais riscos de engordar alguns quilos depois do parto. No entanto, com exercícios físicos específicos, todas as mulheres são capazes de recuperar o peso que tinham antes de engravidar.
A terceira idade
Os idosos são mais susceptíveis de sofrer de deficiências alimentares do que os restantes grupos da população, pois o organismo vai ficando debilitado com o passar dos anos. Diversos estudos comprovam que muitas das situações patológicas típicas da terceira idade podem ser precipitadas ou prolongadas por uma nutrição deficiente. Ou seja, uma série de doenças deste grupo etário deriva de erros alimentares graves, decorrentes do passado, que irão reflectir-se em problemas cardíacos, de hipertensão, insuficiência respiratória, doença de Parkinson, diabetes, artrite ou cancro.
Com o envelhecimento, se não tiverem cuidados especiais, as pessoas tendem a engordar. As necessidades de energia do organismo são habitualmente reduzidas, devido a duas ordens de factores: com a crescente inactividade, dá-se um aumento do tecido adiposo, cm detrimento da massa muscular, que fica reduzida; a diminuição do tecido muscular gera, por sua vez, uma redução do índice metabólico basal. A partir dos 70 anos, a taxa metabólica é cerca de quatro vezes inferior à que se tinha aos 20 anos de idade.
Mas, tal como há pessoas que tendem a comer excessivamente em relação às suas necessidades energéticas, também há muitos idosos que sofrem de subnutrição.
Existem razões diversas para isso acontecer: o envelhecimento pode provocar incapacidades físicas, como a artrite e a visão diminuída, que tornam difícil a preparação dos alimentos; a falta de dentes ou as dentaduras desajustadas podem fazer perder o interesse pelos alimentos; a atrofia dos sentidos do paladar e do olfacto podem fazer diminuir o apetite, etc.
Geralmente dá-se um ciclo vicioso e a própria privação dos alimentos também gera falta de apetite.
Para além disso, quando as pessoas são forçadas a tomar doses de medicamentos significativas, para combaterem eventuais doenças, por vezes estes interferem no metabolismo dos diversos nutrientes contidos na alimentação, debilitando mais ainda o organismo já enfraquecido.
Em suma, uma dieta alimentar adequada às necessidades especiais de nutrição dos idosos pode melhorar, substancialmente, a sua qualidade de vida. A prática de actividades físicas (como as caminhadas ao ar livre, por exemplo), consoante as possibilidades e a resistência de cada indivíduo, pode ser extremamente benéfica.
FONTE: http://www.medicoassistente.com/obesidade/obesidade-causas-e-solucoes

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