José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Obesidade infantil: uma responsabilidade de todos

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Obesidade infantil: uma responsabilidade de todos

Os cuidados com a saúde devem começar cedo. Ainda na infância é preciso ter atenção para o tema. A época em que as crianças rechonchudas eram sinônimo de saúde e que as músicas incentivavam o ganho de peso já ficaram para trás.
Hoje, todos temos consciência de que os problemas de saúde da vida adulta podem ser gerados ainda na infância, principalmente na escola. Os primeiros dez anos de vida são importantíssimos nesse campo. Pais e professores precisam encorajar dietas saudáveis e atividades físicas, além de apoiarem a manutenção da prática por toda a adolescência. É necessário que os pais analisem suas preferências alimentares e definam a saúde como prioridade. Por mais que o refrigerante seja gostoso, é melhor deixá-lo para uma refeição especial de fim de semana do que incorporá-lo ao dia a dia. As escolas, por sua vez, devem ter nutricionistas capacitados tanto para oferecer alimentos adequados, como para orientar alunos e famílias.
A preocupação é justificada. Só nos Estados Unidos, cerca de 17% (ou 12,5 milhões) de crianças e adolescentes, com idades entre dois e 19 anos, são obesos. Desde 1980, a prevalência de obesidade nessa população quase triplicou, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano. No Brasil, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, em 20 anos os casos de obesidade mais do que quadruplicaram entre crianças de cinco a nove anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas).
O problema de excesso de peso não distingue classe social. No Brasil, especialmente, é um fenômeno crescente. O esforço para a prevenção da obesidade na infância tem o objetivo de evitar que as crianças convivam com o sobrepeso e entrem para as faixas de risco de várias doenças crônicas e degenerativas que acompanham as famílias para sempre. O sobrepeso provoca, por exemplo, o acúmulo de colesterol nas artérias musculares das crianças e a formação de estrias de gordura que podem, em alguns indivíduos, progredir para lesões ateroscleróticas avançadas em poucas décadas. No entanto, é um processo reversível se identificado no início.
A maioria das recomendações para prevenir a obesidade infantil deve ser seguida por pais e irmãos, obesos ou não. A solidariedade familiar com as crianças e jovens é um dos principais fatores de sucesso desta iniciativa e deveria ser encarada com seriedade. Sabemos das dificuldades de convencer as crianças sobre a adoção de hábitos alimentares. Pedir para uma criança comer verduras ou frutas, em vez de hambúrgueres ou doces, é uma missão complicada.
Para além das famílias e escolas, os governos têm responsabilidades. Medidas como
políticas de caráter educativo ou controles sobre ingredientes e qualidade dos produtos
consumidos pelas crianças devem estar na pauta de nossas autoridades. Os legislativos
têm papel fundamental.  Sejam vereadores que cuidam, por exemplo, das escolas
municipais, ou os deputados, responsáveis pela elaboração das leis nacionais.
Os veículos de comunicação também devem ter preocupação com o que divulgam e evitar,
entre outras medidas, a publicidade de alimentos sabidamente não saudáveis. Os
empresários, por sua vez, poderiam praticar seus discursos de responsabilidade social e
se absterem de vender produtos nocivos à saúde de crianças e adultos.
FONTE:  http://jblog.jb.com.br/asuasaude/2011/12/13/obesidade-infantil-uma-responsabilidade-de-todos/

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