José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Universidade de Évora monitoriza concorrentes do "Peso Pesado"

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Universidade de Évora monitoriza concorrentes do "Peso Pesado"

Universidade de Évora monitoriza concorrentes do 
“Peso Pesado”
Foto: Susana Rodrigues

Os participantes do programa da SIC “Peso Pesado” estiveram no pavilhão gimnodesportivo da Universidade de Évora a fazer a avaliação da composição corporal, força, equilíbrio e aptidão física. Após a perda de peso durante o concurso, nos próximos dois anos, o proto-departamento de Desporto e Saúde da Universidade de Évora vai monitorizar os ex-concorrentes com o objetivo de  permitir que estes possam manter o seu peso ideal.
“Peso Pesado”, o programa da SIC em que concorrentes com excesso de peso tentam perder a maior percentagem de peso, ao mesmo tempo que aprendem a viver de forma mais saudável, já terminou, e fora dos ecrãs, os concorrentes regressam à vida normal onde tentam implementar os conhecimentos adquiridos no concurso, quer em termos nutricionais, quer ao nível da atividade física. 
O proto-departamento de Desporto e Saúde da Universidade de Évora integra uma equipa multidisciplinar, composta  por investigadores da Universidade Lusófona, por psicólogos, especialistas da Fundação Champalimaud, por fisiologistas e especialistas em genética que tem como objetivo fazer o acompanhamento da atividade física, o aconselhamento nutricional, bem como o acompanhamento psicológico desta amostra de indivíduos que apresentavam, no início do programa, fatores de risco muito elevados de diabetes tipo II,  problemas cardiovasculares  e outras patologias associadas à obesidade .
Armando Raimundo, docente do proto-departamento de Desporto e Saúde, refere que até agora a manutenção de peso ideal de sujeitos com estas características, um ano após o fim das intervenções anda entre os “5 e os 10%. O objetivo desta equipa é chegar aos 50, 60% passados dois anos. As pessoas com excesso de peso têm uma predisposição superior para voltar a ter excesso de peso”. 
“Estes concorrentes podem ter recuperado entre 10 a 20 anos de vida. Alguns já estão bastante próximos do peso ideal, outros ainda estão a alguma distância daí se pretenda que continuem a perder peso e  em simultâneo que aumentem a massa muscular. No concurso conseguiram alterar os hábitos alimentares e integrar no seu estilo de vida a atividade física regular, agora pretendemos consolidar essa aprendizagem e  verificar se nos próximos dois anos de follow-up  mantêm estes comportamentos saudáveis ”.
Passadas cerca de três semanas desde a final do concurso, a equipa do proto-departamento de Desporto e Saúde vai voltar a avaliar a composição corporal e a percentagem de massa gorda, a alteração de produção de força dos membros inferiores, o equilíbrio, bem como fazer testes de consumo de oxigénio com o objetivo de perceber se os concorrentes estão ou não   com melhor composição corporal e condição  física, repetindo os procedimentos  realizados  no início  do programa , em Setembro de 2011, quando o grupo esteve na Universidade de Évora pela primeira vez.
Sara Baptista conquistou o 2.º lugar do concurso, após ter perdido 41,1Kg. Entrou para o “Peso Pesado” com 109kg e hoje acredita que tudo na sua vida mudou. “A nova alimentação já é um estilo de vida, e não uma dieta, e é impensável não treinar. O nosso vício agora é o ginásio.” A ex-concorrente considera que somos animais de hábitos e ter uma vida mais saudável é algo a que se habituou. “Treino todos dias, 2 a 4 horas”. Apesar de não trabalhar, acredita que, quando trabalhar, dá para conciliar com o ginásio. ”Há sempre horários disponíveis e também não precisamos de um ginásio para treinar”.
A monitorização feita pela equipa de investigadores da Universidade de Évora é, segundo Sara Baptista, uma ajuda para mostrar que os conselhos dados foram bem aplicados e mostra-se preocupada com o problema da obesidade. “Precisamos de perceber o porquê de Portugal estar com uma taxa crescente de excesso de peso e de encarar o problema de frente”.
Num projeto paralelo do ICAAM (Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas),  investigadores da Universidade de Évora recolheram também, junto dos concorrentes, amostras de saliva. Trata-se de um estudo integrado no projeto pós-doc da investigadora do ICAAM, Elsa Lamy, que tem como objetivo estudar a relação entre a composição proteica da saliva e o índice de massa corporal, que no futuro pode ajudar a compreender as preferências alimentares. “Surgiu a oportunidade de termos uma população que era obesa mas ia perdendo peso e achámos interessante ver se algo mudava na saliva, se as proteínas salivares voltavam a níveis de controlo depois da perda de peso, ou seja o que é que acontece na cavidade oral que possa servir de bio-marcador ou possa explicar as preferências gustativas.”
As amostras, recolhidas antes e após a perda de peso, serão comparadas com indivíduos com a mesma idade e com peso normal para tentar perceber o que há de diferente. No futuro, e com outros estudos, a ideia é encontrar bio-marcadores de predisposição para a obesidade.
Sofia Ascenso | UELINE
Publicado em 26.01.2012 
FONTE: http://www.ueline.uevora.pt/Canais/%28canal%29/1/%28item%29/1714

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