José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Os perigos de ser um atleta de final de semana

terça-feira, 24 de abril de 2012

Os perigos de ser um atleta de final de semana


João Marcos Coelho
Bairral diz que a prática de esportes sem uma preparação e revisão prévias pode causar problemas

Alerta: Bairral diz que a prática de esportes sem uma preparação e revisão prévias pode causar problemas

Arlindo Novais
Volta Redonda
Ao longo da semana, uma alimentação rica em gorduras, fast foods, chopinho com os amigos, falta de exercícios físicos, muito trabalho, sedentarismo e peso acima do normal. No final de semana, em uma ou duas horas do dia, correr e se esforçar para compensar tudo o que não fez durante os outros dias pode ser um perigo. A famosa "peladinha de domingo" - ou uma simples caminhada - pode até parecer muito inocente, mas podem se transformar em verdadeiras vilãs do bem estar.
De acordo com especialistas, é perigoso ser um atleta de fim de semana. Uma vida sedentária e uma alimentação inadequada, acompanhada de uma prática esportiva intensa e sem periodicidade, pode ocasionar sérios problemas de saúde, principalmente para o coração.
Quando se é jovem, raramente os efeitos são sentidos, mas depois dos 40 anos a situação muda de figura - e os esportistas ocasionais correm ainda mais riscos, afirma o cardiologista Leniel Bairral Dias.
Luís Henrique Júnior, 23 anos, joga futebol com os amigos nas quartas-feiras e sábados. Na hora do bate-bola, corre para um lado, para outro e, segundo ele, até se destaca entre os colegas. Luis disse que até chegou a marcar um exame para uma avaliação física, mas acabou não fazendo por falta de tempo.
- Eu cheguei a marcar um exame cardíaco semana passada, mas não deu para eu ir e nem remarquei - relatou.
Ele comenta que a preocupação partiu por conta do histórico familiar.
- Sou novo e até hoje não aconteceu nada, mas, como minha família tem um histórico de problemas do coração, é sempre bom ficar alerta - afirma.
Já o comerciante Valdir Silva é um bom exemplo para os mais velhos. Aos 55 anos, joga futebol duas vezes por semana e ainda tem disposição para fazer uma caminhada de pelo menos uma hora diariamente. Quando começa a pelada, mantém o pique e a disposição.
- Tem muita gente na minha idade que não aguenta o meu ritmo, correr só no domingo fica difícil. Eu estou sempre me movimentando para cuidar da saúde e me sentir bem - disse ele.
E o comerciante está certo, de acordo com o médico Leniel Bairral:
- Atividades físicas não frequentes representam um sério risco de ataque cardíaco, já que elas "forçam" o coração a trabalhar além do que está acostumado.
Prática deve ser feita em todas as idades
Ainda segundo o especialista, a recomendação é que adultos e crianças pratiquem exercícios físicos regularmente, pelo menos, de duas a três vezes por semana, por uma hora - e, se possível, sempre com acompanhamento de um profissional de educação física.
- Praticar uma atividade física, um esporte, é sempre bom e recomendado pelos médicos, mas antes de começar é preciso realizar uma bateria de exames, principalmente uma análise cardiológica e um teste de esteira - afirma Bairral, que ainda reforça: - O melhor é dar início de forma moderada, não forçando os limites do corpo. Uma caminhada leve, pedalar em uma bicicleta ergométrica, por exemplo, são as ideias.
Atletas profissionais também são vítimas do coração
Nem mesmo as pessoas que têm o corpo e o metabolismo voltado para o esporte estão imunes às doenças. Nos dois últimos meses, alguns casos envolvendo atletas profissionais de futebol com problemas de coração vêm chamando a atenção. Na Inglaterra, no dia 17 de março, o jogador congolês Fabrice Muamba, de 24 anos, que atua pelo Bolton, sofreu uma parada cardíaca quando disputava uma partida do campeonato inglês, e seu coração chegou a ficar sem bater por mais de uma hora. Depois do susto, Muamba passa bem e já recebeu alta, na última segunda-feira, de um hospital em Londres.
O caso mais recente foi último dia 14, quando o meia italiano Piermario Morosini sofreu uma parada cardíaca em campo e chegou a ser atendido no gramado e levado ao Hospital Civil Santo Spirito de Pescara, na Itália, mas não resistiu.
No Brasil, alguns atletas já tiveram diagnosticados problemas cardíacos. O agora ex-jogador Washington, quando atuava, teve que passar por um cateterismo, em 2003, depois de ter sido diagnosticado com uma lesão no coração. O mais novo caso é o do meio-campista do Flamengo, Renato Abreu, de 33 anos, que passou por uma cirurgia há menos de um mês, depois de ter sido descoberta uma arritmia cardíaca na parte inferior do coração. Ele já voltou às atividades normais.
A arritmia(quando o coração bate fora do ritmo normal, seja em acelerado ou mais lento), por exemplo, é uma das causas mais comuns de mal súbito, explica Leniel. Outro fator determinante para um ataque do coração são as doenças coronarianas, adquiridas pelos maus hábitos. Obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e histórico familiar são alguns dos fatores que aumentam os riscos.
Por isso, o cardiologista avisa:
- Se até os atletas profissionais não estão imunes aos problemas de coração, imagine uma pessoa sedentária ou aquela chamada de "atleta de fim de semana" - encerrou.

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