José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Nutrição: Obesidade em Cães e Gatos

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Nutrição: Obesidade em Cães e Gatos


A boa alimentação está intimamente ligada a uma vida saudável. Uma nutrição adequada é um importante pré-requisito para a saúde e o bem estar dos animais. A alimentação dos animais domésticos tem como principais objetivos a manutenção da saúde, a obtenção de uma taxa normal de crescimento, apoio em fases específicas como, por exemplo, gestação e lactação e, em alguns casos, contribuição para um rendimento de alta qualidade.
Há muita variação entre as exigências energéticas de cães e gatos. Alguns necessitam de 20% a mais ou a menos das quantidades recomendadas pelos fabricantes de alimentos para animais. Para os cães as recomendações diárias dependem do tamanho, do peso, das condições ambientais, da atividade, do estado fisiológico e dos níveis de disponibilidade dos distintos nutrientes na dieta.
Obesidade é o nome dado a condição patológica decorrente de um acúmulo de gordura maior que o necessário para o bom funcionamento do organismo, tal acúmulo é suficiente para a deterioração das funções do corpo e prejudicial à saúde e bem estar do animal. Atualmente a obesidade é um problema frequente e preocupante na rotina clínica veterinária. No Brasil, estima-se que 30% dos cães e 25% dos gatos sejam obesos.
Chamamos de sobrepeso quando se tem até 15% acima do peso normal e de obesidade quando esse excesso ultrapassa esse valor.  Animais obesos não necessariamente comem demais, mas a obesidade pode resultar de uma ingestão de energia maior que o seu gasto. Em cães a incidência de obesidade varia de 15 a 50%, nos gatos varia de 6 a 48%.
Ao falarmos de obesidade implicitamente nos remetemos ao conceito de um transtorno prejudicial à saúde do indivíduo, sendo este capaz de elevar a incidência de algumas enfermidades. Não há sinais clínicos específicos que indiquem a obesidade, mas alguns podem ser indicativos de que o animal está com este problema como redução de atividade, cansaço fácil, perda rápida de fôlego, caminhar com dificuldade e alterações na silhueta (acumulo de gordura nas costas, ao redor do pescoço e nos ombros).
Dois tipos de obesidade são considerados: a hipertrófica e a hiperplásica. Na obesidade hipertrófica há o aumento de tamanho das células de gorduras (adipócitos), já na obesidade hiperplásica há um aumento no número de adipócitos.
A principal causa da obesidade é o desequilíbrio existente entre a ingestão e o gasto energético, de modo que a energia ingerida em excesso é armazenada na forma de gordura, entretanto diversos fatores podem contribuir para o aparecimento desta condição tais como: idade, predisposição genética, sexo, problemas endócrinos, castração, influências externas no consumo de alimentos, composição da dieta e palatabilidade, nível de atividade voluntária, medicamentos, estilo de vida e fatores ambientais.
O método mais prático para diagnosticar esta condição é a realização de um exame clínico, mediante inspeção e palpação. Além dos anteriormente citados, existe um método promissor para diagnóstico da obesidade denominado absormetria de raios X de energia dupla (DEXA). Tal método permite a observação do corpo em três divisões: tecido ósseo, tecido gordo e tecido magro.
A obesidade possibilita o surgimento ou o agravamento de inúmeros problemas de saúde nos cães e gatos como intolerância a glicose, risco aumentado e agravamento da diabete mellitus; lipidose hepática em gatos, aparecimento de lesões articulares e locomotores, dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, aumento de problemas de pele, prejuízos na eficiência reprodutiva, aumento no risco de câncer, implicações anestésicas, aumento do risco cirúrgico, alteração na farmacocinética de fármacos, recuperação prolongada, pancreatite, diminuição da resistência física, alterações endócrinas, agravamento das funções gastrointestinais, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, aumento da constipação e flatulência, baixa resistência aos agentes infecciosos e interferência em procedimentos diagnósticos.
Na maioria das vezes o tratamento é bem simples, apenas com correções no manejo do cão ou gato.  Para que o programa de redução de peso tenha êxito é imprescindível a cooperação do proprietário.
O consumo de alimento pode ser controlado através do jejum (método raramente utilizado, apenas em último caso) ou a utilização de dietas com baixas calorias (hipocalóricas). A utilização de dietas hipocalóricas fornece ao animal uma nutrição completa, equilibrada e consistente. O uso destas dietas é conveniente para o proprietário e tem boa aceitação pelos animais, além disso, atualmente são comercializadas rações específicas para animais obesos. Exercícios físicos quando associados à terapia dietética promovem a perda de gordura e auxiliam na preservação do tecido magro.
É extremamente importante ressaltar que a prevenção desta condição é essencial. Desta forma, os animais domésticos devem sempre ser alimentados visando à manutenção de uma faixa de peso ideal. Para evitar a obesidade é importante fornecer a quantidade exata de alimento ao animal de acordo com sua espécie, faixa etária, estado fisiológico e raça; reduzir a oferta de petiscos e incentivar a prática de exercícios (passeios e brincadeiras). O ideal seria que a obesidade fosse revertida antes do aparecimento de suas consequências, mas na maioria das vezes os proprietários levam seus animais ao veterinário quando já existe algum problema.
Por Mariana Castelhano Diniz, Médica Veterinária e Assistente Técnica da Ourofino Saúde Animal.
FONTE:  http://blogpet.ourofino.com/caes/2012/04/16/nutricao-obesidade-em-caes-e-gatos/

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