José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Nova técnica no combate da obesidade é alternativa à cirurgia bariátrica

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nova técnica no combate da obesidade é alternativa à cirurgia bariátrica


Nova técnica no combate da obesidade é alternativa à cirurgia bariátrica

Uma nova técnica para o tratamento da obesidade  em indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) maior do que 27 tem sido adotada no país (calcule o seu IMC clicando aqui). É a técnica do balão intragástrico, uma prótese de silicone inserida no estômago por endoscopia e que tem como objetivo servir de alternativa para outros tratamentos como o medicamentoso e a cirurgia bariátrica.
Mas, afinal, o que essa técnica oferece de diferente em relação aos outros tratamentos? Para explicar mais detalhes, convidamos o Dr. José Afonso Sallet, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade (IFSO).

O que é a técnica do balão intragástrico para o tratamento da obesidade e por que ele é recomendado para pessoas com IMC acima de 27?
O Balão Intragástrico é uma prótese de silicone inserida no estômago por um procedimento endoscópico simples (não é cirurgia) e que tem por finalidade promover a saciedade precoce, permitindo ao paciente comer menos e, consequentemente, a perda de peso.
O objetivo desse tratamento é muito mais do que simplesmente estético, pois visa prevenir que essas pessoas evoluam para a obesidade e doenças associadas, cujo tratamento final, em 50% dos casos, pode se fazer necessário: a cirurgia bariátrica, com seus riscos e efeitos colaterais inerentes ao procedimento.
O que essa técnica oferece de diferente em relação a tratamentos medicamentosos e cirurgia?
Em relação ao tratamento medicamentoso, atualmente existe uma limitação muito grande devido à proibição pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da utilização dos derivados de anfetamina e os possíveis efeitos colaterais cardiológicos relacionados ao uso da sibutramina. Já o derivado GLP1 sintético, de utilização recente, é indicado para pacientes que estejam acima do peso e sejam portadores de diabetes tipo 2. O uso dessa medicação para pacientes obesos e sem diabetes é questionável do ponto de vista científico.
As intervenções cirúrgicas estão indicadas para os seguintes pacientes:
• IMC entre 35 e 40, com doenças associadas à obesidade (hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, osteoartrose, apneia do sono ou outras);
• IMC > 40 sem a necessidade de doenças associadas.
Nos Centros de Excelência em cirurgia bariátrica os índices de complicações maiores variam de 1% a 5% e a mortalidade entre 0,2% e 1%, portanto, não são procedimentos inócuos.

Como é o processo de inserção do balão no corpo? A pessoa passa por algum tipo de anestesia?
A colocação e a retirada deste balão são feitas em ambulatório, através de procedimento endoscópico que é realizado apenas sob leve sedação e monitorização anestésica (sempre com a presença de anestesiologistas), e esse processo dura, em média, 15 minutos.

Existem contraindicações e efeitos colaterais para esse tipo de tratamento? Quais são eles?
As principais contraindicações são cirurgias prévias no estômago, dentre elas, as fundoplicaturas para tratar doenças do refluxo gastroesofágico, pacientes portadores de cirrose hepática e varizes de esôfago e fundo gástrico, uso crônico de anticoagulantes e outras doenças que sejam exacerbadas pelo silicone utilizado para confecção do balão.
Os efeitos colaterais são cólicas, náuseas e vômitos, que chegam a atingir até 60% dos pacientes tratados com balão, principalmente, nos primeiros três dias da colocação da prótese. Esses efeitos variam de intensidade e de paciente para paciente, podendo ser minimizados com o uso de medicações adequadas.
Atualmente, menos de 1% dos pacientes que se submetem à colocação do balão necessitam retirar a prótese por intolerância precoce.
Assim como na cirurgia, o tratamento com o balão intragástrico deve vir acompanhado de uma reeducação alimentar e da prática de atividades físicas?
É fundamental que a equipe médica e a equipe interdisciplinar (Nutricionista, Psicólogo e Educador Físico), bem como o paciente, tenham a consciência de que o tratamento do Balão Intragástrico permite o emagrecimento a partir de uma mudança comportamental no que diz respeito a uma reeducação alimentar e à prática de atividades físicas três vezes por semana, durante o período de uma hora.

O tratamento é permanente ou é encerrado após a perda de peso? Os resultados costumam ser rápidos?
O tratamento com o balão tem a durabilidade de seis meses. Nesse período, além da perda de peso, é muito importante que o paciente adquira hábitos comportamentais distintos do antigo e, após a retirada do balão, tenha a ciência de que deve continuar o acompanhamento com equipe interdisciplinar, visando a manutenção por maior e melhor tempo possível. Um dos fatores que mais estimulam essas mudanças é decorrente dos rápidos resultados iniciais em termos de perda de peso, pois nos primeiros dois meses os pacientes apresentam uma saciedade intensa e aderem a uma dieta hipocalórica, o que os incentiva a manter essa mudança durante todo o período do tratamento.


Dr. José Afonso Sallet é MD em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Unicamp - SP, especialista em Cirurgia Laparoscópica pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e membro da Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade (IFSO). Também é coordenador do Protocolo de Balão Intragástrico pelo Ministério da Saúde, membro da Sociedade Americana de Cirurgia e Endoscopia (SAGES) e diretor do Instituto de Medicina Sallet (Departamento de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).
FONTE: http://idmed.com.br/emagrecimento/nova-tecnica-no-combate-da-obesidade-e-alternativa-a-cirurgia-bariatrica/cuidados-pos-cirurgia.html

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