O equilíbrio é o fator que mais sofre com a ausência da atividade física durante a fase da terceira idade
Adriel Arvolea
A falta de atividades físicas na terceira idade afeta
diretamente nas reações metabólicas, neuromotoras e funcionais, segundo
estudo da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com o Celafiscs
(Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do
Sul). O levantamento acompanhou cerca de 300 mulheres, com idades a
partir dos 50 e acima de 70 anos, todas em fase sedentária. O equilíbrio
é o fator que mais sofre com a ausência da atividade física durante a
terceira idade.
Ao serem submetidas a um teste
com duração de 30 segundos, as participantes, na faixa etária entre 50 e
59 anos, conseguiram manter-se equilibradas por, aproximadamente, 24
segundos. Já as entrevistadas a partir de 70 anos realizaram o mesmo
exame em apenas 13,40 segundos, o que aponta uma queda de 78,8% na
capacidade de equilíbrio. O sedentarismo na terceira idade, também,
compromete a agilidade das pessoas. Ao serem expostas a um exercício de
locomoção, para andar um curto trajeto, as participantes com 50 e 59
anos realizaram o percurso em 2,5 segundos. Já as mulheres acima de 70
anos caminharam em 3,11 segundos, o que aponta aumento de 24% no grau de
dificuldade. O reflexo, também, é comprometido pela falta da atividade
física, com perda de força e de massa muscular por falta de exercício
físico.
Nayara Boer Manoel, especialista em Fisiologia do
Exercício e Treinamento Resistido na saúde, doença e envelhecimento,
pela Faculdade de Medicina da USP, explica que a mulher sofre várias
degenerações em seu organismo com o tempo, alterações posturais em
atividades do dia a dia, além da redução da densidade mineral óssea - o
que desencadeia a osteopenia e osteoporose, alterações hormonais, em
especial na menopausa, e várias outras patologias metabólicas e
musculoesqueléticas. Para uma rotina saudável, destaca a prática
de exercício físico, contínuo e acompanhado por um profissional
coerente, associado a uma alimentação saudável que respeite três
princípios básicos: variedade, equilíbrio e moderação. “A manutenção da
aptidão física como um todo abrange a coordenação, velocidade, força,
flexibilidade, potência e resistência. Os parâmetros de condição aeróbia
são determinantes no envelhecimento saudável e estimulado de formas
diferentes pelos diversos tipos de exercício físico”, orienta.
O treinamento de força, por exemplo - popular
musculação -, promove a saúde musculoesquelética, com ausência de dores e
uma boa capacidade funcional, oferecendo maior proteção a cartilagens,
ligamentos e tendões, além da manutenção da estrutura
óssea e muscular. “A prática desse exercício, em específico, ao longo
da vida, previne desencadeamento de doenças crônicas, tais como diabetes
tipo II, hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e até mesmo
depressão, doenças estas agravadas com o envelhecimento”, esclarece.
Dentre os malefícios do sedentarismo na terceira
idade, a profissional destaca que o idoso passa por diversas alterações
fisiológicas, dentre elas a redução da capacidade cardiovascular e a
significativa perda de massa muscular (até 30% de perda da musculatura
dos 50 aos 80 anos), resultando na diminuição de força, tornando-o,
muitas vezes, incapacitante e dependente de terceiros para realização de
suas próprias atividades diárias.
No entanto, a opção é individual de ser ativo e praticar demais hábitos
de vida saudáveis (como a alimentação), lembrando sempre que as
consequências de nosso estilo de vida, cedo ou tarde, se manifestarão,
de forma positiva ou negativa.
FONTE http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/dia-a-dia/saude/90035-Sedentarismo-reduz-em-quase-80-o-equilibrio-de-mulheres
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