José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Alterações músculo-esqueléticas nos obesos e limitações para atividade física

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Alterações músculo-esqueléticas nos obesos e limitações para atividade física


alterações musculos esqueléticas
Sabe-se que, para perder peso, é necessária a associação de certa restrição alimentar e, sobretudo, de reeducação nos hábitos alimentares com a prática regular de atividade física programada.
Quando o indivíduo é obeso, uma série de fatores limita a realização de exercícios físicos e contribuem para que se mantenha numa situação de sedentarismo: a rápida exaustão física, aliada a um alto gasto metabólico, além de força e resistência muscular prejudicadas e sobrecarga mecânica. A dor e o próprio receio do movimento como fator desencadeante de dor, bem como fatores psicológicos também interferem na limitação da prática de atividade física, gerando, dessa forma, um círculo vicioso difícil de ser quebrado.
A postura
O excesso de peso geralmente promove alterações do alinhamento postural, que, associadas à sobrecarga mecânica, sobretudo em estruturas de sustentação, como coluna vertebral, joelhos e pés, podem levar o indivíduo à dor. Na maioria das vezes, essas regiões são apontadas em grande parte das queixas álgicas nesses indivíduos, podendo também tornarem-se crônicas.
À medida que o indivíduo ganha peso, a tendência é do seu corpo se projetar para frente, pelo aumento da gordura abdominal. No entanto, para manter-se em equilíbrio, sua postura pode se alterar e piorar ainda mais a sobrecarga mecânica. São frequentes os achados de aumento da cifose torácica, anteriorização da cabeça, aumento da lordose lombar, anteroversão da pelve, rotação medial dos quadris, joelhos valgos, pés planos e da consequente alteração da marcha, com redução de sua efetividade, através da diminuição de sua cadência, velocidade e amplitude de movimento.
Essas disfunções podem gerar desgastes articulares, como artrose de coluna e joelho, hérnias discais, lombalgia e esporão de calcâneo. Não é raro também serem observados síndrome do túnel do carpo, como consequência da compressão do nervo mediano pelo tecido adiposo (causando dormência e formigamento nos braços) e tendinite do manguito rotador (grupo muscular localizado no ombro), pela maior solicitação na realização de movimentos que tornam-se mais dificultosos, como levantar e sentar da cadeira.
Cirurgia Bariátrica e perda de peso
Quando submetidos à cirurgia bariátrica (Cirurgia de redução do estômago), esses indivíduos podem apresentar queixas álgicas no pós-operatório, pelo posicionamento durante o procedimento cirúrgico e pela menor mobilidade no pós-operatório. Esse quadro doloroso se acentua pela presença prévia dessas patologias, principalmente as que acometem a coluna cervical e lombar e ombros.
Sabe-se que, com a perda de peso, a tendência é de melhora da dor e regressão das disfunções, no entanto, se a perda de massa magra não for minimizada, o indivíduo pode  voltar a sofrer dores ou experimentar um quadro álgico, sobretudo na região lombar. Tal evento pode ocorrer pela falta de estabilização da musculatura abdominal, tanto em decorrência da fraqueza muscular quanto pela perda de integridade muscular que ocorre nas cirurgias via laparotomia (abertas).
Exercícios físicos
Os exercícios físicos devem ser iniciados o mais precocemente possível, mas com leve intensidade e preferencialmente sem impacto. Tal indicação também é válida aos indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica, desde que se atente à minimização da pressão intra-abdominal no primeiro momento e ao respeito da intensidade do exercício de acordo com a fase de pós-operatório. É necessário lembrar que tais indivíduos estarão em processo de recuperação cicatricial e com ingestão calórica bastante reduzida. Além disso, muitos obesos apresentam outras doenças associadas, como hipertensão e diabetes, sendo necessário redobrar a atenção quanto à prescrição dos exercícios nessa população.
Portanto é muito importante o acompanhamento de um Fisioterapeuta para minimizar tais disfunções, viabilizando a integração desses indivíduos em um programa de exercícios, que supervisionado por um profissional de Educação Física, proporciona a perda e a manutenção ponderal, incrementando, com segurança, a qualidade de vida dessa população.
Fisioterapeuta – Maura Rigoldi Simões da Rocha
Especialista em Terapia Intensiva (UNICAMP) e em Obesidade e Emagrecimento (Gama Filho), fisioterapeuta responsável pelo grupo de obesos diabéticos da Cirurgia Bariátrica (UNICAMP).

FONTE: http://blogs.viaeptv.com/blogs/atividadecorporal/tag/alteracoes-musculo-esqueletica-obesidade/

Nenhum comentário:

Postar um comentário