José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Obesidade

terça-feira, 26 de junho de 2012

Obesidade

Dr. Paulo César Silva, endocrinologista pediátrico, levou ao EBEP dois casos clínicos de obesidade mórbida para discutir com os participantes que conduta tomar. O especialista destacou que não é tão simples prescrever um tratamento, principalmente para crianças, que precisam de uma alimentação adequada para o desenvolvimento e não podem usar medicamentos para tratar a obesidade.
O especialista lembrou que os pequenos pacientes devem ser analisados de acordo com a faixa etária: bebês só comem o que os pais permitem; crianças pequenas já começam a optar pelo que comer; adolescentes ganham mesada e ficam algum tempo longe dos pais, tendo acesso a uma gama de comidas gordurosas e hipercalóricas.
Outro ponto levantado por Dr. Paulo é que obesidade não se trata apenas de restringir calorias e colocar o paciente para praticar atividade física. “Existe todo um processo bioquímico envolvido. Discordo de frases como ‘é gordo porque é preguiçoso, só é gordo porque quer’. Ninguém opta por ter uma doença”, declara.
Em entrevista para o site do Departamento de Endocrinologia Pediátrica da SBEM, o especialista alertou: devemos cuidar de nossas crianças.
Redação Endoped: Que crianças precisam de acompanhamento em relação ao peso? Apenas as que estão acima do peso ou é preciso ter atenção com as crianças magras?
Dr. Paulo: Todas as crianças precisam de cuidados dos pais. Nada impede que o magrinho de hoje se torne obeso no futuro. Merecem acompanhamento clínico especial todos os pequenos filhos de pais obesos (mesmo que sejam magros), obviamente aqueles com excesso de peso e provenientes de famílias com histórico de doença cardíaca (especialmente enfarto antes dos 55 anos, devido a colesterol alto), hipertensão, dislipidemia.

Redação Endoped: Além do excesso de peso, que outros riscos correm as crianças que não recebem acompanhamento?
Dr. Paulo: Ainda na infância, podem ter “doenças de adulto”, como diabetes tipo 2, hipertensão, triglicérides alto (o que é bastante perigoso), colesterol alto. Muitos pais pensam apenas na questão estética e medo de o filho sofrer discriminação na escola, mas poucos pensam que obesidade pode causar até mesmo problemas ortopédicos e de sono. Outra questão é que os pais devem pedir que o pediatra meça a pressão do filho, seja magro, seja gordo.  Crianças podem ter hipertensão sim e muitas vezes, não apresentam sintomas.

Redação Endoped: O que você recomenda para que os pais evitem ou tratem o excesso de peso nos filhos?
Dr. Paulo: Pensar nas compras que fazem. Bebês e crianças pequenas só têm acesso aos alimentos que os adultos oferecem. Se acostumados desde pequenos a comer saudavelmente, há grande chance de levarem esse hábito por toda a vida. É preciso lembrar que a obesidade não é uma doença apenas ‘cosmética’: os números estão alarmantes, vêm crescendo e a doença já está a um passo de se tornar um problema de saúde pública.

FONTE: http://www.endoped-sbem.org.br/obesidade/

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