José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Da obesidade à anorexia após cirurgia de redução de estômago

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Da obesidade à anorexia após cirurgia de redução de estômago



Eu não poderia deixar de comentar sobre esta matéria, que certamente deixou estarrecido quem a assistiu.

É preocupante o estado de saúde físico e emocional desta moça, que foi da obesidade mórbida à anorexia, e caso não receba atendimento adequado urgentemente, perderá a sua vida.

Para quem não viu a reportagem dela, aqui está o vídeo:




Nesses anos de atendimentos a pacientes que realizam a cirurgia de redução de estômago, tenho visto que muitos não fazem ideia da importância do suporte psicológico deste processo todo. Inclusive esta mesma maioria demonstra estar  interessada em fazer apenas a avaliação psicológica, que, diga-se de passagem é obrigatoriamente um dos requisitos para que se opere, pois acredito que se não fosse assim , nem se submeteriam à avaliação, além de não retornarem para fazer o acompanhamento psicológico no pós-operatório.

 Infelizmente, tenho visto muitos se concentrarem apenas em emagrecer, depositando suas expectativas na cirurgia, acreditando que a mesma não lhe deixará mais com fome, que pelo estômago estar menor não caberá tanta quantidade de alimento, e que os esforços não serão mais necessários...

Acreditem, muitos não se preocupam com a saúde, nem física e nem emocional, revelam que imaginam, que após a cirurgia serão mais felizes, que se amarão mais, e que não haverá mais problemas na vida...

Até certo ponto, também considero a possibilidade de se sentirem mais felizes consigo mesmos, mas isso não significa que a satisfação pessoal tenha que estar limitada ao corpo magro e à beleza, visto que os problemas também continuarão existindo, como existe para todo ser humano, magro ou não.

Por isso, a importância das orientações e acompanhamento psicológico, seja no pré e pós-operatório. Toda situação nova gera estresse, mesmo que estejamos buscando coisas boas nesta situação. Até que a pessoa esteja adaptada ao novo estilo de vida, ela passará por momentos de estresse que é o modo como nosso organismo reage para poder sobreviver e enfrentar a vida.

A mudança após a cirurgia é realmente radical, e é necessário que a pessoa esteja ajustada psicológicamente para lidar com o que virá pela frente.

O acompanhamento psicológico, além de proporcionar conscientização de que a cirurgia é uma das ferramentas que ele dispõe para melhorar não só a saúde, como emagrecer, mas que ela não fará tudo pela pessoa, tem o objetivo de desmistificar crenças irrealistas sobre todo o processo, salientando que nada será útil se ela não mudar pensamentos e atitudes em relação à comida e a si mesmo. A terapia lhe ajudará gradativamente a se adaptar ao novo estilo de vida, bem como a lidar com sua nova imagem corporal, pois algumas pessoas entram em conflito diante desta nova identidade e passam apresentar diversos transtornos por conta disso e pela nova rotina alimentar.

Deixo meu recado de sempre: "EMAGRECER envolve aprender a se alimentar adequadamente, mas também é fazer uma faxina psicológica... Só mudamos comportamento quando alteramos algo em nossa mente, por isso que muitos emagrecem, mas não mantém a perda de peso a longo prazo, porque apenas restringiram a alimentação e não alteraram nada interiormente" (Carla Presutti)
Grande abraço e convido a todos a fazerem parte da minha nova página: http://carlapresutti.blogspot.com.br
FONTE: http://emagrecendocomacabeca.blogspot.com.br/2012/06/da-obesidade-anorexia-apos-cirurgia-de.html#.T-3UsJGWnQw

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