CONTRA
A CRESCENTE OBESIDADE DA POPULAÇÃO, AUTORIDADES AMERICANAS DEFLAGRAM
ATAQUE A REFRIGERANTES AÇUCARADOS – E A COCA-COLA EM ESPECIAL; IMPOSTOS
AUMENTAM EM 33 ESTADOS; DEPOIS DO TABACO, BEBIDAS ADOCICADAS ESTÃO NO
ALVO DE GENTE COMO O PREFEITO DE NOVA YORK, MICHAEL BLOOMBERG, E PODEM
FICAR MENORES
Os Estados Unidos começaram uma nova
guerra. Desta vez, não em terras distantes e contra inimigos humanos,
mas em seu próprio território e contra seu maior ícone de consumo e
seguidores: a Coca-Cola e todos os refrigerantes gaseificados e
açucarados.
Autoridades públicas, pesquisadores e
cientistas americanos se reuniram na quinta-feira 7 em Washington, a
capital do país, para expor projeções que comparam as bebidas ‘cola’ ao
tabaco e seus males para saúde. Assim como o cigarro passou a ser
associado ao câncer, com todas as decorrências de processos milionários
contra a indústria, movidos pelos consumidores, acredita-se agora que
dentro de dez anos as fábricas de refrigerantes irão ocupar esse papel.
“O que acontece em relação à indústria
do tabaco hoje, se verá ocorrer em relação à indústria de bebidas
açucaradas em dez anos”, vaticinou Kelly Brownell, diretor do Centro
Rudd de Política Alimentar e Obesidade da Universidade Yale. “E o mesmo
sucesso que os advogados estão conseguindo agora frente a indústria do
fumo poderá se repetir no setor de refrigerantes”.
Ninguém menos que o prefeito de Nova
York, Michael Bloomberg, tomou a frente desta nova guerra. Ele tem sido
visto na televisão defendendo a redução em 16 onças da quantidade de
açúcar utilizada nos refrigerantes. Apoiado em pareceres de
especialistas, Bloomberg mostra os torrões de açucar contidos em cada
embalagem de refrigerante, posicionando-se pelo corte drástico. “A
redução no tamanho tem o sentido de levar a população a pensar no
assunto”, justificou o prefeito. “Quem quiser mais, pode comprar mais”.
As primeiras pesquisas de opinião mostram que a população, em maioria, é
contra a redução, mas entidades médicas gostaram da proposta.
O prefeito da Philladelphia, cidade da Pensilvânia, Michael Nutter, é
uma das autoridades que vai olhando com atenção a campanha de Bloomberg.
“É, sem dúvida, uma estratégia muito ousada”, reconheceu, fazendo um
declaração de apoio crítico à iniciativa de reduzir os tamanhos dos
copos oferecidos ao público, para que ofereçam menos açúcar. “Faço um
apelo às autoridades da área de saúde para que investiguem a fundo a
relação entre bebidas açucaradas e obesidade, em moldes semelhantes ao
relatório ‘Fumo e Saúde’, de 1964, feito pelo Cirurgião Geral”,
solicitou. “Chegou a hora para um estudo abrangente sobre o efeito do
açúcar sobre nossos corpos”.
O governador do Colorado, John
Hickenlooper, igualmente não embarca totalmente na campanha de
Bloomberg, mas reconhece que algo deve ser feito pelas autoridades
frente à indústria de refrigerantes. “Os custos da saúde pública com a
obesidade estão altos demais para ignorarmos uma possível relação entre
os super-refrigerantes e a gordura da população”. Pelo menos 33 Estados
americanos já aumentaram os impostos dos refrigerantes, como forma de
inibir o consumo. As alíquotas variam de 1,5% a 7%. A guerra está em
campo.
Fonte: Brasil 247*FONTE: http://www.blogdomarcone.com.br/tag/obesidade/
Nenhum comentário:
Postar um comentário