Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese, divulgada na semana passada pela Secretaria Estadual da Saúde, trouxe um dado alarmante: a obesidade entre jovens paulistas triplicou em 30 anos. 03/06/2012 | A- / A+ |
Obesidade abre caminho para outras doenças, como diabetes e também hipertensão |
O
levantamento envolveu 2,54 milhões de homens em início da vida adulta,
alistados no serviço militar obrigatório entre os anos de 1978 e 2008.
“Não há estudo epidemiológico que avalie a situação de Marília, mas não
há nenhum motivo para acreditarmos que a situação aqui seja distinta da
observada neste estudo. Este é um fenômeno global que acomete
principalmente países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil. Nos
países desenvolvidos este “boom” já ocorreu na última década. Agora
presenciamos o aumento da prevalência da obesidade e par e passo do
diabetes nos países em desenvolvimento. Entre as razões possíveis,
poderíamos incluir aumento do sedentarismo, mudança de hábitos e
costumes, incorporação do estilo americano de vida (fast-foods,
refrigerantes, lanches) e redução da atividade física involuntária”,
analisou o endocrinologista José Sgarbi, professor universitário e
pesquisador.
De acordo com o Instituto Dante Pazzanese, no final dos anos 1970,
apenas 0,9% dos alistados no Exército que fizeram a primeira medição
eram classificados como obesos. Em 2008 a taxa dos jovens na faixa de
obesidade subiu para 2,8%. Conforme observou o médico da Divisão de
Nutrição Clínica do Pazzanese, Daniel Magnoni, um dos coordenadores da
pesquisa, entre os fatores que justificam o aumento da obesidade no
universo masculino está o estímulo do aleitamento artificial em
detrimento do aleitamento materno. Na avaliação de Sgarbi, o fim da
atividade física involuntária está associada com o ritmo da
pós-modernidade. “Grande parte da população produtiva tem automóveis,
diminuem as caminhadas involuntárias do cotidiano e o esforço físico
para desempenhar as atividades do cotidiano. Um exemplo: paramos o nosso
carro em frente ao trabalho, voltamos para casa de carro e, neste
trajeto, o esforço é mínimo inclusive para abaixar o vidro de um carro
ou até mesmo para mudar o canal de TV, já que temos controle remoto para
tudo. A vida do cotidiano é muito mais fácil, basta comparar a energia
que se gastava para limpar uma casa há 30 anos e hoje. Há 30 anos não
tínhamos computador e celulares. Há estudos que mostram que um telefone
celular faz com que uma pessoa deixe de andar mais de uma dezena de
quilômetros num ano e somente isto pode causar ganho de mais de um quilo
de peso”, contextualizou o médico.
A obesidade, segundo alertou Sgarbi, é a principal responsável pelo
aumento da prevalência do diabetes tipo dois. “Além disso, outras
complicações associadas à obesidade são a dislipidemia (aumento do
colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, infarto agudo do
miocárdio, apnéia do sono, problemas articulares (principalmente na
coluna, joelhos e tornozelos) e alguns tipos de tumores. A calculose
biliar também se associa com a obesidade. Com todas essas morbidades, é
lógico supor que a obesidade diminui a expectativa de vida,
constituindo-se em importante fator de risco para a mortalidade”,
analisou o endocrinologista, que é docente da Famema.
FONTE: http://www.correiomariliense.com.br/materia.php?materia=26119
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