José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Com obesidade triplicada, especialista alerta para o surgimento do diabetes

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Com obesidade triplicada, especialista alerta para o surgimento do diabetes


Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese, divulgada na semana passada pela Secretaria Estadual da Saúde, trouxe um dado alarmante: a obesidade entre jovens paulistas triplicou em 30 anos. 03/06/2012 A- / A+
Obesidade abre caminho para outras doenças, como diabetes e também hipertensão
O levantamento envolveu 2,54 milhões de homens em início da vida adulta, alistados no serviço militar obrigatório entre os anos de 1978 e 2008. “Não há estudo epidemiológico que avalie a situação de Marília, mas não há nenhum motivo para acreditarmos que a situação aqui seja distinta da observada neste estudo. Este é um fenômeno global que acomete principalmente países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil. Nos países desenvolvidos este “boom” já ocorreu na última década. Agora presenciamos o aumento da prevalência da obesidade e par e passo do diabetes nos países em desenvolvimento. Entre as razões possíveis, poderíamos incluir aumento do sedentarismo, mudança de hábitos e costumes, incorporação do estilo americano de vida (fast-foods, refrigerantes, lanches) e redução da atividade física involuntária”, analisou o endocrinologista José Sgarbi, professor universitário e pesquisador.
De acordo com o Instituto Dante Pazzanese, no final dos anos 1970, apenas 0,9% dos alistados no Exército que fizeram a primeira medição eram classificados como obesos. Em 2008 a taxa dos jovens na faixa de obesidade subiu para 2,8%. Conforme observou o médico da Divisão de Nutrição Clínica do Pazzanese, Daniel Magnoni, um dos coordenadores da pesquisa, entre os fatores que justificam o aumento da obesidade no universo masculino está o estímulo do aleitamento artificial em detrimento do aleitamento materno. Na avaliação de Sgarbi, o fim da atividade física involuntária está associada com o ritmo da pós-modernidade. “Grande parte da população produtiva tem automóveis, diminuem as caminhadas involuntárias do cotidiano e o esforço físico para desempenhar as atividades do cotidiano. Um exemplo: paramos o nosso carro em frente ao trabalho, voltamos para casa de carro e, neste trajeto, o esforço é mínimo inclusive para abaixar o vidro de um carro ou até mesmo para mudar o canal de TV, já que temos controle remoto para tudo. A vida do cotidiano é muito mais fácil, basta comparar a energia que se gastava para limpar uma casa há 30 anos e hoje. Há 30 anos não tínhamos computador e celulares. Há estudos que mostram que um telefone celular faz com que uma pessoa deixe de andar mais de uma dezena de quilômetros num ano e somente isto pode causar ganho de mais de um quilo de peso”, contextualizou o médico.
A obesidade, segundo alertou Sgarbi, é a principal responsável pelo aumento da prevalência do diabetes tipo dois. “Além disso, outras complicações associadas à obesidade são a dislipidemia (aumento do colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, apnéia do sono, problemas articulares (principalmente na coluna, joelhos e tornozelos) e alguns tipos de tumores. A calculose biliar também se associa com a obesidade. Com todas essas morbidades, é lógico supor que a obesidade diminui a expectativa de vida, constituindo-se em importante fator de risco para a mortalidade”, analisou o endocrinologista, que é docente da Famema.
 
FONTE: http://www.correiomariliense.com.br/materia.php?materia=26119

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