O Projeto Criança em Movimento teve seu inicio na teoria em 2004 com a elaboração do projeto escrito, em 2008 teve inicio a pratica das atividades na Caldance Academia.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Obesidade não pode ser pré-requisito
"A compulsão alimentar é a grande vilã das dietas!"
Engordamos quando somos gulosos. É o pecado da gula que controla a
relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à
balança. Para emagrecer é preciso “fazer as pazes” com a dita cuja,
visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta, vivendo de
forma mais justa consigo mesmo, sentindo-se com um corpo mais
equilibrado, mais leve e podendo usufruir mais dos balanços positivos da
vida.
O grande aliado do processo de emagrecimento é aprender a
se relacionar com o limite. Aceitar os limites, colocá-los pra dentro,
como se pudesse “engolí-los”, absorvê-los. Em vez de comer sem limite,
limitar o comer!
Obesidade não pode ser pré-requisito para nada Não
é divertido ser gordo! Gordura já foi sinônimo de formosura, mas
jamais, em tempos atuais, poderia ser exigência de qualquer ordem que
alguém precise assumir a identidade de “obeso mórbido” para ser eleito
Rei Momo, o símbolo de uma festa em que os corpos magros, malhados e
emagrecidos são expostos como trunfo de um vasto investimento anual no
corpo.
Muitos obesos relatam não ter de si a visão de um corpo
excessivamente gordo. É através de fotos e dos olhares alheios que se
dão conta de sua forma. Alguns não conseguem abrir mão de sua forma e
muito menos dos benefícios que a "capa" de gordura fornece enquanto
defesa. Entretanto outros conseguem emagrecer com qualidade, sem perder
sua identidade porque sempre se perceberam para além de sua aparência.
O olhar de outra pessoa sobre o seu corpo é pior do que a deformidade corporal A
“reaprendizagem alimentar” promove uma melhor relação com a nutrição,
gerando também mudanças favoráveis no entorno social. Temos que olhar
para o alimento como uma forma de afeto! Muda-se a forma de comer, mudam
os hábitos afetivos e sociais, dando visibilidade à transformação
qualitativa das escolhas dessas pessoas que se empenham num saudável
processo de emagrecimento. O olhar alheio é mais cruel do que qualquer
deformidade corporal. É ele que mina a autoimagem, e que nos constitui
como feios, inadequados ou “fora de moda”. O corpo é o mediador da
presença humana no mundo.
Nossa cultura lipofóbica muito
contribui para essa distorção da imagem corporal, gerando gordos que se
veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que
todos se sentem ou se veem “distorcidos”. Mas o importante é sempre
lembrar que para o obeso: “A perda de peso é um ganho de saúde!”
Dirce de Sá FreireDoutora em Psicologia Clínica pela PUC-RJ (2002) Mestrado em História pela Université de Paris VII - Jussieu, França (1979). Especializada
em Transtornos Alimentares, coordenadora e professora do curso sobre
Transtornos Alimentares – obesidade, anorexia e bulimia, na CCE-PUC/RJ. Integrante de equipe de cirurgia bariátrica. Autora dos livros: Guia do Gordo e do Magro - aprenda a conviver com a balança, Editora Campus Elsevier, 2007; "Com açúcar sem afeto" in Del Priore, M. & Amantino, M. (org.) - História do Corpo no Brasil, Editora Unesp, 2011.
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