Os benefícios da cirurgia de redução do estômagomuito além do emagrecimento
Após uma gravidez de risco e o diagnóstico de
diabetes, Luzia Francisca Santana tomou a decisão que, segundo ela,
mudaria a sua vida. Foi procurar um especialista para analisar viabilidade de uma cirurgia de redução de estômago. “Lutei a vida toda
contra a obesidade, mas só quando os problemas começaram a surgir e
tive que começar a tomar insulina é que tomei coragem para buscar mais
informações sobre a cirurgia”, conta. A cirurgia bariátrica foi
realizada no dia 18 de novembro no Hospital Marcelino Champagnat.
Imediatamente, Luzia largou a insulina e, após quatro meses, perdeu 31
quilos. Se antes a taxa de glicose no sangue chegava a 256 em jejum,
hoje não passa de 88. “Minha vida mudou totalmente”, diz.

Casos como o de Luzia são cada vez mais frequentes nos consultórios
médicos brasileiros. Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Bariátrica revelou que mais de 50% da população brasileira
apresenta sobrepeso, pouco mais de 9% apresenta obesidade leve e
moderada e 3% apresenta obesidade mórbida, o que equivale a cerca de 3,7
milhões de brasileiros.
A obesidade mórbida é caracterizada pelo Índice de
Massa Corpórea (IMC) acima de 40, ou acima de 35 quando há doenças
associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono,
artropatia e problemas psicossociais. O médico João Caetano
Marchesini, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Marcelino
Champagnat, ainda acrescenta que, além de acarretar todas essas doenças,
a obesidade mórbida aumenta em dez vezes o risco de falecimento por
morte súbita.
Segundo Marchesini, a obesidade está relacionada exclusivamente ao
comportamento alimentar, que muitas vezes está associado a uma
patologia, a compulsão alimentar. “É por isso que, no tratamento da
obesidade, a avaliação psicológica e psiquiátrica vem antes da
nutricional”, explica. O médico ainda esclarece que a cirurgia de
redução do estômago só é indicada para obesos mórbidos. Para outros
estágios de obesidade, o primeiro passo é procurar especialistas em
endocrinologia, nutrição e educação física. Caso o tratamento seja
ineficaz, o segundo passo é o balão intragástrico, que promove redução
de peso de 15 a 20 kg entre as mulheres e de 20 a 25 kg entre os homens.
Cirurgia bariátrica: A cirurgia de
redução do estômago começou a ser realizada na década de 50, evoluindo
até os dias atuais com o desenvolvimento de várias técnicas. “A mais
utilizada no mundo é o chamado bypass gástrico, em que o estômago é dividido em duas partes e a menor delas é ligada ao intestino”, explica Marchesini.
Alcides Branco Filho, cirurgião do aparelho digestivo
do Hospital Marcelino Champagnat, explica que, para realizar a cirurgia
bariátrica, é preciso passar por uma série de avaliações pelas
especialidades de psicologia, psiquiatria, nutrição, cardiologia,
endocrinologia, anestesiologia, entre outras. Segundo ele, o
acompanhamento médico é importante antes e após a cirurgia, pois cerca
de 20% das pessoas voltam a engordar. “O principal problema da obesidade
está na cabeça da pessoa, depois vem o estômago. Por isso, é
necessária toda uma estrutura para que a cirurgia dê o resultado
esperado”.
FONTE: http://www.hospitalmarcelino.com.br/obesidade.php
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