Quando escrevi o post Você Precisa Mesmo Emagrecer
falei, dentre outras coisas, que acho válida a ideia de querer
emagrecer se isso incomoda, limita ou machuca, mas que não via
justificativa para emagrecer se essa necessidade estivesse atrelada a
necessidade de aceitação, de corresponder às expectativas alheias.
Depois do post recebi um e-mail da Grazy, uma seguidora aqui do Patricinha Esperta,
explicando que não era bem assim que a coisa funcionava, já que ela se
aceita obesa, o marido dela, que também é obeso, a aceita, mas que é
muito doloroso o “massacre” por parte dos “amigos”, da “família” e da
sociedade em geral.
No fim do e-mail ela escreveu assim: “só tenho vontade de emagrecer para deixar de ser anormal para os outros, só quero passar desapercebida”.
Essa frase ficou dias me atormentando e
eu tive que parar pra pensar MUITO no que responder, já que,
esquentadinha que sou, a tendência é que eu falasse do quanto as pessoas
são idiotas, pequenas e mesquinhas.
Eu até acho isso, em parte, mas, olhando o outro lado, é preciso analisar as motivações.
Se for, por parte da família e dos
amigos, preocupação com a saúde e com a qualidade de vida, essa cobrança
é justificável. Eu disse justificável, mas não aceitável, porque,
afinal, cada um que cuide da sua vida, embora seja óbvio que a gente se
preocupe com quem ama.
Quanto aos desconhecidos, existem várias possibilidades.
Primeiro que o que é diferente chama mesmo a atenção, não tem jeito.
Querem exemplos? Se chegar por aqui uma
russa bem branquinha e de cabelos vermelhos todo mundo vai virar e
olhar, porque o diferente desperta curiosidade. Se, em um lugar que só
tem índios (os que nunca tiveram contato com a “civilização”), um de nós
chegarmos, seremos alvo de curiosidade.
Essa curiosidade é normal, justificável e aceitável.
O que não me parece normal é soltar
piadinhas, risadinhas ou coisas similares, como se ali não estivesse uma
pessoa exatamente como cada um de nós. Uma pessoa que sente, de longe,
pelos olhares maldosos e risadinhas de canto de boca, o desprezo e a
humilhação gratuitas.
Isso sim, pra mim, é doentio e feio.
É preciso ter respeito pelas pessoas.
É preciso, antes de apontar o dedo e cair na risada, se colocar no
lugar dessas pessoas, imaginar que poderia ser você naquela situação,
que poderia ser alguém que você ama. Ainda assim você daria risada?
Obesidade é doença,
assim como câncer, HIV, Alzheimer… Você ri de um portador de Alzheimer?
Você ri de um paciente de câncer? Você ri de um deficiente? O
RACIOCÍNIO É O MESMO!
Se a pessoa se aceita como é, quem somos nós pra julgarmos isso? O que nos dá o direito de apontar o dedo? Cadê o diacho do bom senso?
Já que somos “seres humanos”, o mínimo que podemos ser é HUMANOS, porque humanidade, respeito e bom senso nunca são demais!
FONTE: http://www.patricinhaesperta.com.br/papogg/obesidade-x-invisibilidade

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