José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Escolas terão manual de alimentação saudável

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Escolas terão manual de alimentação saudável

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A meta é que mais de 6,7 milhões de estudantes passem a ter acesso a comidas saudáveis
FOTO: FRANCISCO VIANA
Cerca de 40 mil colégios receberão manual com instruções para o funcionamento de suas cantinas
Brasília. O Ministério da Saúde e a Federação Nacional de Escolas Particulares firmaram ontem um acordo para tornar mais saudáveis os lanches vendidos em cantinas. A ideia é que, com a parceria, os colégios passem a seguir diretrizes que tratam das condições sanitárias dos espaços onde a comida é preparada e vendida às orientação sobre como montar um cardápio variado, com menos itens que levam sódio, gordura e açúcar.

"Não se trata de simplesmente abolir a coxinha", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A partir do acordo, a federação e o ministério passam a estudar mecanismos para reconhecer escolas que seguem as diretrizes propostas pelo governo. A cartilha já é seguida na rede pública de ensino do País.

A iniciativa pretende frear a tendência de aumento de casos de crianças com obesidade e sobrepeso no Brasil. Cerca de 525 mil crianças e 140 mil adolescentes tem obesidade mórbida. "Estamos convencidos de que hábitos alimentares são formados também na escola. Daí a necessidade desta iniciativa", disse o ministro Padilha.

Pesquisa de Orçamento Familiar feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 34,8% das crianças com idade entre 5 a 9 anos estão acima do peso. Na faixa entre 10 e 19 anos, o percentual é de 21,7%. Uma avaliação sobre saúde escolar mostrou que somente um terço dos alunos matriculados na rede particular consomem frutas e hortaliças em cinco dias ou mais na semana. Padilha acredita que a medida terá impacto também entre a população adulta. "A criança bem informada acaba sempre levando orientação para casa", disse.

A medida pretende levar alimentação saudável a mais de 6,7 milhões de alunos do ensino fundamental e médio de escolas particulares. De acordo com o ministro da Saúde, desde ontem, as escolas passaram a receber uma espécie de manual, denominado Cantinas Escolares Saudáveis, promovendo a alimentação saudável.

"Uma parte dos hábitos alimentares é construída na família, em casa, mas uma parte desses hábitos é construída dentro da escola. Combinar essas duas ações, esses dois espaços, é decisivo para reduzirmos a obesidade e o excesso de peso entre crianças e adolescentes", disse o ministro. Desenvolver hábitos alimentares saudáveis nessas faixas etárias, segundo Padilha, é uma medida importante na tentativa de prevenir uma geração futura de adultos obesos.

A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios, informou que 40 mil instituições privadas de ensino devem participar da parceria. A expectativa é que pelo menos a metade delas inicie as ações nos próximos meses.

"É muito inteligente começar essa prevenção contra a obesidade pelos mais jovens. Eles estão na escola para aprender", disse. "Se a criança incorpora uma alimentação saudável no seu dia a dia, isso vai acompanhá-la até a fase adulta e onde ela estiver - shoppings, estádios, festas", completou.

Ela lembrou que uma alimentação ruim oferecida pela escola pode ter reflexos no aprendizado dos estudantes, devido ao cansaço, à falta de estímulo em razão de uma digestão lenta, e a uma disposição menor para participar das atividades. Para Amábile, será preciso implantar também ações de reeducação voltadas para gestores e funcionários que trabalham nas cantinas escolares. "A vertente do projeto não é punitiva nem restritiva, é educativa. Acreditamos em criar um quadro de valores em que a criança possa fazer as suas opções".
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1123482

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