Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada entre 2008/2009
pelo IBGE, mostrou que o excesso de peso e a obesidade na população
brasileira quase triplicaram em pessoas de 20 anos ou mais.
O número de homens com excesso de peso subiu de 18,5% em 1974-75 para
50,1% em 2008-09. Em mulheres esse aumento foi de 28,7% para 48%. A
obesidade cresceu mais de quatro vezes entre homens - de 2,8% para 12,4%
- e mais de duas vezes entre as mulheres - de 8% para 16,9% -, uma
ocorrência que está presente em todas as regiões brasileiras.
Em julho de 2004 foi criado no Hospital das Clínicas do Acre (HC) o
Programa “Obesidade: Qualidade de Vida”, que, diante das estatísticas,
possibilita um espaço para reflexão e troca de experiências entre os
participantes, atuando como estratégia terapêutica de apoio para o
serviço de cirurgia bariátrica, que reduz o tamanho do estômago,
proporcionando a perda de 40% do peso total.
Sob a responsabilidade das psicólogas Valeska Menezes, criadora do
programa, e Silvana Armani, pacientes e familiares participam, no
auditório do HC, de grupos terapêuticos e palestras socioeducativas e
de autoajuda em obesidade. Recebem acompanhamento psicológico,
informações sobre reeducação alimentar e são encaminhados, se
necessário, para consultas com equipe multidisciplinar (clínica,
nutricional, cardiológica, endocrinológica, vascular, psicológica e
cirurgia bariátrica).
O trabalho, que é aberto a todos os interessados, possui três linhas
de atuação, atendendo pessoas que buscam o emagrecimento mediante a
mudança de hábitos alimentares, além dos que apenas querem manter o
peso e, ainda, os super obesos, que se preparam para o procedimento
cirúrgico. A cirurgia bariátrica é realizada no serviço público do Acre
desde 2007 e já alcançou 100 pacientes super obesos.
Na última quarta-feira de cada mês, ocorre uma palestra com os
cirurgiões responsáveis, Nilton Giotti e Thadeu Moura, sobre como se dá
o procedimento: os pré-requisitos, riscos, precauções e contra
indicações. “A cirurgia é uma ferramenta a mais para tratar a
obesidade, uma solução possível que mantém a perda de peso prolongada,
desde que o paciente seja disciplinado, fazendo exercícios físicos,
dieta e esteja psicologicamente livre das compulsões”, explica o médico
Giotti.
Apoio da Família
A cirurgia bariátrica só é realizada quando o paciente cumpre os
pré-requisitos estabelecidos pelo programa e as psicólogas que fazem o
acompanhamento percebem que ele está em condições psicológicas para
essa mudança. A família precisa estar totalmente envolvida nisso, pois o
paciente pós-bariátrico tem sua rotina completamente modificada.
Segundo a psicóloga Valeska Menezes o apoio da família é
indispensável no tratamento da doença da obesidade, pois o paciente
começa um processo de reeducação no modo de pensar. “A família não pode
fazer de conta que está dando assistência, pois o paciente precisa se
sentir seguro e receber motivação para continuar o processo de
emagrecimento. Muitas vezes, a família tem até que entrar na dieta
juntamente”, completou.
A vendedora Roseana Neri Albuquerque, 42, foi submetida à cirurgia
bariátrica há quase quatro anos e diz que sem o apoio da família não
teria conseguido. “Eu tive apoio total, recebi todo carinho e atenção
das minhas filhas, que além de filhas foram minhas melhores amigas. Se a
família não colaborar, o processo não pode dar certo”, disse.
Ela conta que após a cirurgia sua rotina mudou. Antes tinha
dificuldades até para fazer pequenas caminhadas. “Para ir ao trabalho,
tinha que parar em média duas vezes, sentia muitas dores nas pernas.
Com a cirurgia eu nasci de novo”, finalizou Roseana Neri.
Horários das reuniões:
Segundas-feiras: grupo fechado para pacientes pré-bariátricos às 9h
Terças-feiras: grupo fechado para pacientes pós-bariátricos às 9h
Quartas-feiras: grupo aberto a todos acima de 18 anos de idade às 9h e às 19h
Sábados: grupo aberto a todos acima de 18 anos de idade às 9h e às 13h30
FONTE: http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/saude/18986-hospital-das-clinicas-investe-na-luta-contra-a-obesidade.html
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