O que é melhor: um magro sedentário ou um gordinho que se exercita? E
qual deles tem maior chance de ter problemas de saúde? A resposta não é
difícil: o excesso de peso traz (muitas) complicações na imensa maioria
dos casos durante o passar dos anos. Que emagrecer traz benefícios
óbvios à saúde é sabido há décadas, mas a boa notícia é que gordinhos
fisicamente ativos também têm boas chances de evitar os problemas
cardiovasculares normalmente associados ao sobrepeso. A questão era
saber até que ponto um estilo de vida ativo é capaz de proteger alguém
dos problemas de saúde ligados à obesidade.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos (de novo, sempre lá) e publicada no Journal of the American College of Cardiology,
acompanhou três mil pessoas acima do peso, com idade média de 40 anos.
Se os dados levantados no estudo estiverem corretos, eles ajudarão a
esclarecer uma dúvida que ainda divide os especialistas.
A controvérsia: alguns trabalhos indicam que o exercício pode
praticamente eliminar esses riscos, enquanto outros dizem que o excesso
de peso é o fator preponderante, mesmo se a pessoa se esforça para não
ser sedentária. Parte da dúvida parece estar ligada ao fato de que a
maioria desses estudos levava em conta a saúde cardiovascular dos
pacientes em um único ponto do tempo. Ficava difícil saber como os
efeitos do exercício e do peso afetavam o organismo das pessoas a longo
prazo.
Nesse
levantamento, os pacientes faziam check-ups numa clínica localizada uma
cidade do Texas, com intervalos de dois ou três anos entre cada
avaliação médica. Na maior parte dos casos, os pesquisadores conseguiram
avaliar o estado de saúde dos pacientes ao longo de três check-ups
consecutivos. O objetivo era verificar como e quando os membros do grupo
desenvolviam a chamada síndrome metabólica, um conjunto de
características (como pressão alta e triglicérides em nível elevado)
diretamente ligado ao surgimento de doenças do coração e diabetes, por
exemplo. Foi verificado que pouco mudava do primeiro check-up para o
segundo. A maioria dos pacientes ganhou peso, mas nenhum desenvolveu a
temida síndrome metabólica.
Do segundo para o terceiro check-up, o problema apareceu no grupo
testado. Quem tinha se exercitado menos e ganhado peso, obviamente,
tinha risco aumentado (71%) de ter a síndrome. Contudo, quem engordava
mas continuava fisicamente ativo corria risco 22% menor do que o grupo
dos gordinhos que não estavam fazendo nada de atividade física. E não
era preciso melhorar o condicionamento físico nesse período. Bastava
mantê-lo para ter alguma proteção.
A conclusão seria mais ou menos a seguinte: manter-se ativo é quase
tão importante quanto perder peso. Deste modo, mesmo que o objetivo
principal seja emagrecer, a manutenção de uma atividade física rotineira
mostra-se como sendo fundamental para evitar futuros problemas
cardiovasculares para aqueles que estão com sobrepeso. E isso acontece
mesmo que o objetivo principal – perder peso - não seja alcançado. Então
mesmo que pareça que o dinheiro investido na academia ou as horas
passadas nas caminhadas durante a semana não estejam rendendo “uma
conversa amigável com a balança”, a manutenção desse programa de
atividades terá um grande valor ao final de alguns anos sobre a saúde do
seu coração. O importante é não desanimar e colocar a atividade física
como parte da rotina. Não desanime. Nunca. Mesmo que a balança insista
em – como a minha - não te dar uma boa notícia...
FONTE: http://bandab.pron.com.br/blogs/emerson-zanoni/malhar-reduz-riscos-cardiacos-mesmo-para-os-gordinhos-5126/
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