O número de pessoas acima do peso, no Estado do Rio de Janeiro, é
maior do que na maior parte do país, segundo estudo detalhado, nesta
quarta-feira, pela secretaria estadual de Saúde. A taxa de sobrepeso na
população da cidade do Rio de Janeiro, segundo estudo similar do
Ministério da Saúde, é maior do que a média nacional, chegando a 49,6%.
Na capital fluminense, 16,5% da população sofrem de obesidade.
Atenta a esse comportamento da população e a evolução da doença, a
Secretaria de Estado de Saúde implantou em dezembro de 2010 o Programa
Estadual de Obesidade. Ele funciona no Hospital Estadual Carlos
Chagas, sob a coordenação do médico Cid Pitombo, mestre e doutor em
cirurgia e membro do Comitê de Educação Continuada da Sociedade
Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e também membro titular do
Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Videoendoscópica.
Até hoje, foram atendidas 600 pessoas dentro do projeto e 270 fizeram
a cirurgia bariátrica. A meta do governo para este ano é chega a 300
cirurgias bariátricas. O Rio de Janeiro é o único estado do país a
possuir uma unidade de saúde com tomógrafo computadorizado para obesos. O
equipamento está instalado no Hospital Estadual Carlos Chagas, em
Marechal Hermes, Zona Oeste do Rio.
- Antes, pacientes com obesidade faziam a tomografia em
aparelhos veterinários. Decidimos instalar o tomógrafo no Carlos Chagas,
porque possui o maior projeto de cirurgia bariátrica do Brasil, e assim
dar dignidade a estes pacientes. Nossa meta é ampliar esse programa,
levando a operação para pessoas do interior – anunciou o secretário de
Estado de Saúde, Sérgio Côrtes.
A utilização da técnica apresenta diversas vantagens na comparação
com as técnicas convencionais: reduz o tempo de cirurgia e anestesia;
menor incidência de complicações imediatas ou no pós-operatório; retorno
mais rápido às atividades cotidianas e ao trabalho e resultado estético
superior aos das técnicas convencionais. Além disso, a técnica – feita
através de pequenos furos, nos quais são introduzidos uma microcâmera e
micropinças – apresenta menos de 1% de mortalidade em grupos operados.
Cirurgia sem fila de espera
Para se candidatar a uma cirurgia
bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um
atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico
faça uma primeira avaliação se a cirurgia é necessária ou não. Se a
operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a
Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o
pedido de forma online ao Hospital Estadual Carlos Chagas. O paciente é
contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há
fila de espera.
O paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado
(maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de
co-morbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham
os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves
associadas são avaliados, preparados e operados. A equipe do médico Cid
Pitombo também acompanha todo o pós-operatório especializado, com
orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica pelo
cirurgião.
O mecânico Sérgio Luis de Souza, de 51 anos, e seu filho Rafael, de 21, são um desses pacientes. Juntos já perderam quase 70kg.
- Eu perdi 50 kg em oito meses e estimulei o meu pai a fazer a
cirurgia. Em duas semanas, ele ficou 11 kg mais magro. Estamos muito
mais felizes e saudáveis. É legal saber que estão se preocupando com o
conforto e a saúde da população obesa, que cresceu muito nos últimos
anos – contou o hoje sorridente Rafael.
Quarenta e sete quilos mais magro, o supervisor Cleubecyr Oliveira,
de 24 anos, não esperava ver os resultados da cirurgia de redução de
estômago que fez em agosto tão rápido. O jovem, que pesava 150 kg antes
da operação, encontrou no programa do Governo do Estado a chance de
recuperar a sua saúde. Se tivesse que pagar pela cirurgia, o jovem
gastaria entre R$ 60 e R$ 100 mil.
- Fiquei impressionado com os benefícios rápidos. Meu irmão já tinha
feito a cirurgia em dezembro e eu vi de perto o resultado: em poucos
dias, ele perdeu muitos quilos. Comigo não foi diferente. Em uma semana,
deixei para trás 12 kg e problemas de saúde como varizes e trombose,
além da hipertensão. Agora, faço acompanhamento na unidade – afirmou
Cleubecyr.
Uma das primeiras pacientes a ser operada no Hospital Carlos Chagas, a
administradora Fernanda Wanick, de 33 anos, comemora os resultados da
cirurgia bariátrica. Além da estética, a jovem recuperou a autoestima
depois de perder 42 dos 119 quilos que tinha antes da operação. Para
Fernanda, o dia 6 de dezembro de 2010, data da cirurgia, marcou o início
de uma nova vida.
- Me sinto outra pessoa, mais feliz e confiante. Tentei de tudo para
emagrecer, e estava perdendo as esperanças até que soube do programa de
cirurgia do Carlos Chagas, que ainda ia começar. Fui a segunda do
primeiro grupo de operados. Hoje, voltei a ter os prazeres que tinha
deixado para trás, como fazer compras e ir para à praia – disse.
FONTE http://correiodobrasil.com.br/numero-de-gordos-no-rio-e-maior-do-que-na-maior-parte-do-pais/428964/
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