A pedagoga Tita Belliboni* tira as suas dúvidas.
Você também pode participar ao mandar a sua história sobre a educação e o
comportamento infantis. Escreva para a gente!
Alimentação também é educação. Então, para que corrigir um mau hábito
com a tal reeducação alimentar se podemos começar do jeito certo? E o
que é o jeito certo? Para mim é o equilíbrio, aquilo que pode
proporcionar um desenvolvimento sadio e permitir algumas estripulias.
Não sou a favor de nada completamente radical, sou a favor do cuidado e
da atenção. Cuidado para não exagerar, para não fazer da hora da comida
uma guerra, para não compensar bom comportamento com guloseimas, para
não sobrecarregar, para proporcionar outros prazeres que não sejam
somente a comida e para que os maus costumes alimentares não se tornem
rotina.
É preciso manter a atenção nas causas antes que as consequências se
tornem problemas. Criança gorda é problema? Pode ser, sim, já que os
quilos extras desencadeiam uma série de sensações negativas, como
prostração, cansaço, desânimo, além de comprometer o desempenho físico,
atrapalhar na hora das brincadeiras até favorecer o isolamento social.
Um dos maiores problemas nas escolas é o bullying e a criança gorda é
uma das vítimas mais comuns.
Temos como evitar tudo isso, criando uma rotina coerente com a idade,
um cardápio saudável e regrinhas que ajudem a fazer dos salgadinhos e
refrigerantes companheiros de algumas horinhas especiais e não de todas.
Devemos apresentar a comida de maneira tranquila e convidativa, nos
policiando para dar bons exemplos e criando um vínculo entre a
alimentação e o bem-estar.
Na minha família, sempre se diz que a mesa é sagrada. E é! Na hora da
refeição, temos um tempo juntos que deve ser cultivado e lembrado como
uma hora gostosa da família toda. Acredito que exista uma ligação imensa
entre o amor e a comida.Talvez por esta razão tenhamos tanta
preocupação e tanta vontade que as crianças comam “tudo”.Temos a
impressão de que, quando alimentamos alguém, estamos cumprindo com uma
tarefa de amor. Mas tudo tem uma dose certa, até o próprio amor!
Se a criança é gordinha mas está saudável, cumpre com suas atividades,
está feliz, não é necessário nem recomendado induzir uma neurose pela
magreza. Cada um tem seu biotipo e o bonito é ter saúde. Nada de
torturas infinitas com os magrinhos. Cuide para que se mantenham fortes e
não para que fiquem gordos.
O tema obesidade infantil vem tomando conta das revistas e palestras e
os números são alarmantes no mundo todo. É importante que se leia sobre o
assunto, que se adote um cotidiano com atividades físicas, que se
regule um pouco mais a televisão e o vídeo-game, que as crianças tenham
mais tempo para brincar e para correr ao ar livre e que possam aprender,
assim, a encontrar o equilíbrio. Se esses bons hábitos forem adotados
desde cedo, farão parte do comportamento para que o pequeno possa
saborear a vida de maneira mais leve e divertida agora e quando se
tornar adulto. Se essa regra for respeitada, vale a pizza do domingo e o
brigadeiro na casa da vovó porque, com certezaa infância também tem que
ser doce!
FONTE: http://bebe.abril.com.br/materia/e-cedo-para-se-preocupar-com-a-obesidade-infantil
Nenhum comentário:
Postar um comentário