José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: O que é obesidade? Entenda o problema que deixa o planeta mais e mais redondo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que é obesidade? Entenda o problema que deixa o planeta mais e mais redondo

Por Regina Célia Pereira / Ilustrações Erika Onodera
Basta contemplar pinturas do período renascentista (XIV e XVI) para concluir que antigamente as formas mais rechonchudas, especialmente das mulheres, eram valorizadas, simbolizavam fertilidade e remetiam a hábitos saudáveis. Quem diria! Passados séculos e séculos e, graças a uma porção de estudos, hoje, o excesso de quilos e a barriga proeminente denunciam um risco aumentando para uma série de encrencas. Não à toa, o espantoso aumento da obesidade ao redor do globo é tratado como uma verdadeira epidemia. "No Brasil, o caráter epidêmico do problema já vem das últimas décadas do século XX e persiste de maneira alarmante", ressalta o endocrinologista Márcio Mancini, do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Por que a situação é tão preocupante?
Calcule o seu IMC
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A definição
Para começar, vale esmiuçar o significado da palavra cada vez mais pronunciada nos consultórios e no noticiário sobre saúde. "A obesidade é o acúmulo de tecido gorduroso capaz de trazer danos à saúde", define a endocrinologista Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, a Abeso. Além de um minucioso exame clínico, os especialistas se baseiam em alguns parâmetros para diferenciar quem já corre riscos de fato daqueles que ainda não são considerados pesos pesados. O professor Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas, na capital paulista, afirma que, por enquanto, o cálculo de índice de massa corporal, o IMC, é o método mais utilizado para definir se o paciente é obeso ou não. Márcio Mancini conta que a equação foi criada pelo astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quételet (1796-1874) e corresponde ao peso (em kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros).

Veja agora como são classificados os graus de obesidade, de acordo com informações da endocrinologista Rosana Radominski:
IMC (kg/m2)Classificação
<18,5Baixo peso
18,5 a 24,9Normal
25 a 29,9Sobrepeso
30 a 34,9Obeso (classe I)
35 a 39,9Obeso (classe II)
>40Obesidade (classe III)
 
De olho na cintura
Embora o IMC ainda reine, os especialistas têm lançado mão de outros métodos para investigar os perigos relacionados ao excesso de peso. "Medir a circunferência abdominal está mais popular", comenta Halpern. O cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo, explica que o tamanho da cintura é importante porque denuncia propensão para males cardiovasculares. Lopes enfatiza que as pesquisas e todo o conhecimento em torno da barriga avantajada ajudaram a diferenciar os perfis. "Muitas vezes um indivíduo com sobrepeso, mas com gordura abdominal, tem mais problemas do que o portador de obesidade periférica", avalia. Por obesidade periférica, leia-se os famigerados pneuzinhos. Os indiscretos, que teimam em escapar da calça, são denominados pelos especialistas como um tipo de gordura subcutânea e parecem ser menos nocivos. Isso, claro, até que se prove o contrário. Por outro lado, a chamada gordura visceral, aquela da popular "barriga de chope", hoje é considerada como um tecido endócrino. Ela é capaz de fabricar diversas substâncias. "Algumas, inclusive, têm ação pró-inflamatória. Aliás, é por essa razão que a obesidade é classificada como uma doença inflamatória", diz Lopes.

O que a fita métrica revela
Eis os limites para a circunferência da cintura:

Nas mulheres, a medida começa a preocupar quando passa de 80 centímetros e o perigo é eminente se ultrapassa 88.
Para a ala masculina, o ideal é apresentar de 90 a 102 centímetros.

Futuras mamães O grupo das grávidas, obviamente, foge dessas variáveis. Mas isso não é sinal livre para comer por dois. Um bom acompanhamento durante os noves meses é essencial para manter a linha. "Passados os primeiros três meses, é natural ocorrer um aumento do apetite", afirma o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo. Outros fatores que contribuem para a obesidade na gestação são a retenção líquida e a redução da prática de atividade física. "O Ministério da Saúde recomenda o ganho de 12 a 14 quilos na gestação", revela Fisberg. Manter-se dentro dessa faixa colabora para que o bebê nasça com um peso saudável. A mulher que engorda além da conta fica mais suscetível a sofrer males como a hipertensão e o diabete gestacional. No final das contas, esse combo de problemas favorece partos prematuros.

E para os menores?
Para eles, outros padrões são levados em conta. "Existem tabelas distintas para a turma que vai do 0 aos 5 anos e para os maiores de 5 até 19", diz Fisberg. A elaboração dos parâmetros infantis e adolescentes foi feita por meio da análise de diversas populações do mundo e, aqui, a idade e o sexo são pontos essenciais para determinar a obesidade. É importante que os pais conversem com o médico se houver qualquer suspeita de que o filho está com o peso inadequado, visto que atualmente a meninada anda mais fofa. Diferentemente dos anos de 1970, quando as vovós festejavam o enorme tamanho das bochechas, hoje, quanto mais redondinho o bebê, maior a propensão para uma série de doenças — elas inclusive podem dar as caras até mesmo na infância. "Há crianças com alterações nos teores de insulina e nos níveis de colesterol", lamenta Fisberg.

Por quê?
Infelizmente, a molecada dos dias atuais não é atraída pelas brincadeiras do passado. Muitos preferem passar horas diante do computador a empinar pipas ou brincar na quadra. Soma-se a essa predileção pelo sedentarismo uma grande oferta de comida calórica. "O ambiente atual é ‘obesogênico’", diz Rosana Radomiski. Traduzindo: favorece bastante o ganho de vários quilos extras. A falta de atividade física e os excessos alimentares não devem carregar toda a culpa sozinhos. Segundo o professor Marcello Bronstein, endocrinologista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, quando se fala em obesidade, há que se considerar até mesmo uma parcela de responsabilidade de nossos ancestrais, lá do tempo das cavernas. "Eles nos deixaram alguns genes que são capazes, entre outras coisas, de aumentar a estocagem de gordura no corpo", explica. A tireoide é outra que tem sido injustiçada. É que muitas vezes essa glândula não tem qualquer relação com o ganho de peso. No entanto, tem muita gente por aí que a acusa sem as devidas provas. "É preciso avaliar corretamente, por meio de exames, antes de qualquer julgamento", completa Bronstein.

Em paz com a balança Por falar em exames, para a obesidade, assim como para todas as doenças, o diagnóstico precoce é a chave para afastar muitos males. Embora soe batido, adotar o quanto antes uma alimentação saudável, rica em hortaliças, frutas e grãos integrais, além da prática de exercícios é o melhor caminho para manter a linha.

Confira no slideshow abaixo as principais consequências do excesso de peso.


FONTE: http://saude.abril.com.br/emagrece-brasil/o-que-e-obesidade-excesso-peso.shtml

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