José Carlos de Almeida - Projeto Criança em Movimento Obesidade Infantil em Maracaju: Fila desanima quem espera por cirurgia de redução de estômago

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fila desanima quem espera por cirurgia de redução de estômago

Os pacientes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HC) que aguardam na fila de cirurgia de redução de estômago estão desistindo do tratamento pela falta de perspectiva de data para a realização da operação. Com 80 pacientes aptos a serem operados e mais 80 em preparação, o hospital tem uma fila de espera no setor de dois anos e o grande número fez com que o atendimento de casos novos no ambulatório da cirurgia fosse suspenso por tempo indeterminado.
O coordenador do Centro de Cirurgia Bariátrica do HC, Reginaldo Ceneviva, diz que em tempos normais o hospital realizava duas cirurgias por semana de redução de estômago e uma plástica para o pós- -operatório.
"Com a greve [dos médicos-assistentes] e depois o problema de falta de anestesistas, nós fizemos apenas três cirurgias em nove meses, que foram casos de urgência, além de duas cirurgias semana passada em Américo Brasiliense", explica Ceneviva.
Segundo o coordenador, a situação deve se normalizar no próximo mês. Porém, os pacientes que estão esperando há mais de um ano para passar pelo procedimento começam a desistir das consultas e relaxar no tratamento.
No ambulatório da última quarta-feira, dos 35 pacientes marcados apenas 17 apareceram. "Atendi um paciente que já tinha perdido 25 quilos, estava bom para operar, mas com a espera eles vão perdendo a motivação e voltando a engordar", diz Ceneviva.
O objetivo é contar com a ajuda do hospital de Américo Brasiliense para conseguir voltar a fazer oito cirurgias por mês.
Na espera
O administrador Leandro Vieira, 36 anos, começou a fazer o pré-operatório no Hospital das Clínicas há mais de um ano e conta que tem perdido a motivação para continuar o tratamento, já que os médicos não dão uma estimativa de quando ele deve ser operado. "Emagreci 28 quilos. Eles exigem que você emagreça 10% do seu peso e perdi quase 20%. Isso dá um desânimo, porque tenho problema com hipertensão, má circulação além da dificuldade de mobilidade e até agora não dizem nada para a gente", explica Vieira.
Ele deu início ao tratamento contra obesidade no HC em 2005, mas só em 2011 foi considerado apto para passar pelo processo pré-operatório. "Eu tenho ido às reuniões com o grupo de psicólogos, mas essa falta de informação para gente é frustrante", afirma.
Ambulatório de nutrologia segue preparação
Mesmo com o atendimento dos casos novos no ambulatório de cirurgia suspensos por tempo indeterminado, o ambulatório de nutrologia continua atendendo casos novos.
Antes de ficar apto a uma cirurgia de redução do estômago, o paciente passa por todo um preparo para que ele adquira um novo estilo de vida, com atividade física e dieta correta. Essa mudança precisa ser constante, segundo alerta o coordenador do ambulatório de cirurgia bariátrica, Reginaldo Ceneviva.
"O tratamento contra a obesidade não termina quando a cirurgia é feita, ele precisa continuar para o resto da vida do paciente."
No processo pré-operatório, para o qual são encaminhados pacientes que têm análise psicológica positiva para passar pela cirurgia, eles reduzem o peso em 10%, além da melhora cardíaca e pulmonar.
Greve e falta de anestesistas atrapalharam
A grande fila de pacientes que esperam uma cirurgia bariátrica [redução de estômago] é um dos problemas que ainda afetam o Hospital das Clínicas por conta da greve dos médicos-assistentes que começou no ano passado e só teve fim oficial no início de 2012, após sete meses de paralisação.
Além disso, o hospital chegou a ter 19 anestesistas a menos, o que também atrapalhou a realização de várias cirurgias.
Por conta dos problemas, a fila de espera em todo o HC chegou a 3 mil procedimentos, segundo dados do hospital fornecidos em fevereiro.
No ano passado, o Ministério Público entrou com uma ação contra o hospital pedindo uma multa de mais de R$ 2,7 mil para cada cirurgia atrasada pela falta de anestesistas (Da reportagem).

FONTE: http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2012/05/19/fila-desanima-quem-espera-por-cirurgia-de-reducao-de-estomago.html

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