O secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, participou da
série de debates Encontros O Globo – Saúde e Bem-Estar, na , na Casa do
Saber, na Lagoa, Zona Sul do Rio.
Com o tema obesidade em pauta, Côrtes falou ao lado dos médicos
Cláudio Domenico e Amélio Godoy, da Nutricionista Virgínia Barroso e da
psicóloga Mônica Duchesne.
- O Rio é a segunda capital mais gordinha do país. Os
principais fatores de doenças cardiovasculares estão associados à
obesidade. Isso sem falar de diabetes e problemas renais, entre outros. O
problema atinge, sobretudo, as classes C e D pelo acesso fácil de
alimentos de má qualidade e pela dificuldade de armazenamento de frutas,
legumes e verduras. A maior intervenção que temos que fazer é na
educação - ponderou o secretário.
Esta não é a primeira vez que a Secretaria de Estado de Saúde
participa do evento. No dia 18 de abril, o diretor do Instituto Estadual
de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac) esteve no debate sobre
"Atividades Físicas: benefícios, dicas e riscos do sedentarismo". As
palestras são gratuitas, abertas ao público e abordam temas do cotidiano
da população, sempre relacionados à saúde.
Metade da população do Rio está acima do peso – No país, esta
proporção avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011, segundo estudo
recente do Ministério da Saúde. No mesmo período, o percentual de
obesos subiu de 11,4% para 15,8% em todo país. A taxa de sobrepeso na
população da cidade do Rio de Janeiro é ainda maior que a média
nacional, chegando a 49,6%. Na capital fluminense, 16,5% da população
sofre de obesidade.
Programa Estadual de Obesidade
Atenta a esse comportamento da população e à evolução da
doença, a Secretaria de Estado de Saúde implantou em dezembro de 2010 o
Programa Estadual de Obesidade. Ele funciona no Hospital Estadual Carlos
Chagas (HECC), sob a coordenação do médico Cid Pitombo, mestre e doutor
em cirurgia e membro do Comitê de Educação Continuada da Sociedade
Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e também membro titular do
Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Videoendoscópica.
Tropa de Elite da Saúde
Até hoje, foram atendidas 600 pessoas dentro do projeto e quase
298 tiveram suas vidas completamente alteradas por conta da cirurgia
bariátrica. A meta para 2012 era chegar às 300 cirurgias, mas como essa
marca deve ser batida nos próximos dias, o resultado de todo o ano será
um recorde. O Rio de Janeiro é o único estado do país a possuir uma
unidade de saúde com tomógrafo computadorizado para obesos. O
equipamento está instalado no Hospital Estadual Carlos chagas (HECC), em
Marechal Hermes, Zona Oeste do Rio.
O cirurgião Cid Pitombo é considerado um dos integrantes do
grupo de médicos reconhecidos nacional e internacionalmente e que hoje
fazem parte do grupo de profissionais que atua na rede pública estadual
de saúde. Há exatos 20 anos, ao sair da faculdade, Pitombo foi para os
Estados Unidos se especializar em cirurgia laparoscópica. Voltou ao
Brasil cinco anos depois para aprender sobre cirurgias da obesidade e,
ao final do mestrado e doutorado, passou por grandes centros de cirurgia
bariátrica nos EUA. Logo percebeu que os conhecimentos sobre
laparoscopia e obesidade eram uma área a ser explorada.
Até chegar ao Hospital Carlos Chagas, a vivência de Pitombo na
rede pública foi curta. “Tinha acabado de voltar dos Estados Unidos e
foi um choque encarar as deficiências que havia na época. A saúde
pública há 15 anos estava completamente abandonada”, conta. Em paralelo
ao Carlos Chagas, ele continua operando na rede privada, aonde uma
cirurgia chega a custar R$ 100 mil.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro tem o primeiro programa
com a totalidade das cirurgias bariátricas feitas exclusivamente por
vídeolaparoscopia. A utilização da técnica apresenta diversas vantagens
na comparação com as técnicas convencionais: reduz o tempo de cirurgia e
anestesia; menor incidência de complicações imediatas ou no
pós-operatório; retorno mais rápido às atividades cotidianas e ao
trabalho e resultado estético superior aos das técnicas convencionais.
Além disso, a técnica - feita através de pequenos furos, nos quais são
introduzidos uma microcâmera e micropinças - apresenta menos de 1% de
mortalidade em grupos operados.
FONTE: http://diariodemocratico.com.br/saude-e-ciencia/4/6212
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