Segundo o estudo feito com ratos, bactérias que vivem no intestino são as
responsáveis por esta ação
Fonte: Thinkstock
Um novo estudo, divulgado em fevereiro de 2012 e realizado pela Universidade de Yale,
nos Estados Unidos, revelou que a obesidade e a doença hepática crônica
podem ser desencadeadas por uma família de proteínas, que alteram as
populações de micróbios no sistema digestivo.
O estudo deu
continuidade a uma pesquisa anterior que mostrou como os desequilíbrios
microbianos semelhantes, causados pela mesma família de proteínas,
aumenta o risco de doenças intestinais, tais como colite.
Segundo
os pesquisadores, esses micróbios, alojados mais precisamente no
intestino, podem criar um ambiente infeccioso e transmissível. A
conclusão foi feita através de testes realizados em ratos.
Os
cientistas disseram que o ambiente alterado intestinal, que levou à
obesidade e à doença hepática, era contagioso entre a comunidade de
ratos. "Quando os animais saudáveis foram colocados com aqueles que
tinham o intestino com micróbios alterados, os ratos saudáveis também
desenvolveram uma suscetibilidade para a doença hepática e a obesidade",
disse Richard Flavell, professor de Imunobiologia da Escola de Medicina
da Universidade de Yale.
As proteínas responsáveis por essa ação
são as inflammasomes. Elas são responsáveis pelo lançamento da resposta
inflamatória do sistema imunológico, atuando como sensores e reguladores
do ambiente microbiano dos intestinos.
Fonte: Thinkstock
De
acordo com os cientistas, é uma deficiência nos componentes dessas
proteínas que resulta no desenvolvimento de uma colônia bacteriana, como
as dos filos Bacteroidetes e Firmicutes, e consequentemente determina a
predisposição de obesidade.
Em ratos obesos, a quantidade dessas
bactérias é mil vezes maior do que o normal e quando um “gordinho” é
colocado com um camundongo magro, o último tende a engordar. "Nós
conseguimos engordar um rato simplesmente colocando-o na mesma gaiola
que o outro", conta o professor Richard Flavell. O contágio, porém, não é
feito pela saliva, e sim pelo contato com as fezes do animal.
Segundo
os pesquisadores, ainda não há uma explicação muito concreta sobre
isso, mas eles presumem que a infecção atrapalha o processamento da
insulina pelo organismo, aumentando o nível médio de glicose no sangue,
que seria a ação responsável pelo ganho de peso.
FONTE: http://www.technologyreview.com.br/read_article.aspx?id=40424
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