Primeiros sinais do problema podem ser percebidos a partir dos três anos
Por Minha Vida - publicado em 24/05/2012
Crianças nascidas por cesárea têm duas vezes mais chances de ter obesidade do que as que vieram ao mundo por parto normal, segundo uma pesquisa feita pelo Boston Children's Hospital, em Massachusetts (EUA). O artigo foi publicado no publicado online no Archives of Disease in Childhood.
O estudo acompanhou 1.255
mulheres com seus bebês entre os anos de 1999 e 2002. Os bebês foram
medidos e pesados ao nascer e quando atingiram três anos. Cerca de um
quarto havia nascido por cesárea e o restante por parto normal.
Analisando a relação entre massa corporal, espessura da pele e a forma
como a criança nasceu, os autores da pesquisa descobriram que, quando as
crianças atingem os três anos, o nível de obesidade é duas vezes maior entre aquelas que nasceram por cesariana.
Segundo a equipe, como não
ocorre o contato do bebê com a flora vaginal materna no parto cesariana,
a flora intestinal do recém-nascido pode ficar comprometida, provocando
alterações no modo com o alimento é digerido. Os especialistas afirmam
que há várias diferenças na composição da flora bacteriana dos bebês de
parto normal e dos bebês de cesárea. Eles também descobriram que as
mulheres que fizeram cesárea tendiam a pesar mais que as que tiveram
parto normal - uma característica que poderia influenciar a tendência à
obesidade em seus bebês.
Os pesquisadores afirmam que são
necessários estudos mais profundos para chegar a qualquer conclusão
mais precisa. Eles dizem, ainda, que seria necessário replicar os
resultados em um grupo maior de mulheres para efetivar a relação de
causa e efeito.
Proteja o seu filho da obesidade infantil durante a gestação
Já na gestação, a mulher pode
promover uma programação pré-natal da criança. A endocrinologista
Alessandra Rascovski, especialista no Minha Vida, explica que alguns
fatores durante a gestação podem acarretar anormalidades estruturais e
funcionais que influenciarão o peso e o metabolismo do feto:
Desnutrição
Pesquisas comprovam que a chance
de o bebê desenvolver obesidade na vida adulta é 94% maior em caso de
grávidas com desnutrição do que em mulheres que não sofreram com o
problema na gravidez.
Alimentação da mãe
"Engordar muito durante a
gestação pode ser pior para o bebê do que já ser uma mulher obesa que
inicia uma gestação", explica a endocrinologista Alessandra. Segundo a
especialista, isso acontece porque a mulher que ganha muito peso durante
a gestação passa algum tipo de mensagem neurológica para o feto,
sinalizando que ele deve armazenar mais gordura.
Diabetes
Mulheres com diabetes também são
um fator de risco para obesidade infantil e para o desenvolvimento de
diabetes na idade adulta. A hipoglicemia da mãe pode estimular muito o
pâncreas da criança a secretar maiores quantidades de insulina, o que
promove maior formação de células adiposas.
Tabagismo
Apesar de ser bastante divulgado
que o tabagismo na gestação pode aumentar a chance do parto prematuro e
o nascimento de bebês com baixo peso, vários estudos mostraram que
crianças cujas mães fumavam na gestação tinham um aumento de
aproximadamente 50% do risco para obesidade, quando comparadas com
crianças de mães não tabagistas. "Portanto, a melhor maneira de cuidar
do seu bebê
é cuidando de sua própria saúde", diz Alessandra Rascovski.
FONTE: http://www.minhavida.com.br/familia/materias/15189-risco-de-obesidade-pode-ser-dobrado-em-criancas-nascidas-por-cesariana-diz-estudo
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