Um novo estudo lança luz sobre a
relação entre a obesidade, problemas de sono e desregulação metabólica.
Pesquisadores belgas mostraram que a perda de peso melhora tanto os
parâmetros metabólicos quanto os distúrbios respiratórios do sono (DRS)
em crianças obesas.
"Os
DRS são muito prevalentes na obesidade infantil, e podem ser um fator
de risco para a síndrome metabólica. Em nossa população de 224 crianças e
adolescentes obesos, 30% tinham DRS, que têm uma relação significativa
com os parâmetros metabólicos, incluindo os níveis das enzimas hepáticas
aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) e de
HDL, o colesterol ruim", disse Stijn Verhulst, coordenador do
laboratório pediátrico de sono no Hospital Universitário de Antuérpia,
na Bélgica. Após a perda de peso, todos os parâmetros melhoraram, e
apenas 24% do grupo de estudo tinha DRS residuais.
Os
resultados serão apresentados em evento internacional de especialistas
em São Francisco, nos Estados Unidos. A idade média dos participantes do
estudo era de 15,5 anos. Eles foram submetidos a uma triagem inicial e
quem tinha DRS diagnosticados passaram por mais uma etapa de análise de
sono de quatro a seis meses após o tratamento de perda de peso.
A
média do IMC no início do estudo era de 36,4. Após um programa de
emagrecimento de seis semanas que incluiu dieta, aumento da prática de
atividade física e apoio psicológico, a média do IMC caiu para 29,2. A
AST melhorou após a perda de peso em paralelo com um aumento da
saturação do oxigênio durante o sono, enquanto os níveis de HDL
melhoraram.
"A
associação entre DRS e os parâmetros metabólicos em crianças continua
controversa", disse Verhulst. Este estudo confirmou o efeito
independente da diminuição das taxas de oxigênio à noite nos níveis de
HDL e de enzimas hepáticas em adolescentes com obesidade mórbida com
DRS. Tanto a perda de peso quanto a consequente melhora dos DRS impactam
os parâmetros da desregulação metabólica.
Fonte: O Globo
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