Aumenta perigosamente, no Brasil, o
número de pessoas muito acima do peso, como se pode observar em qualquer
local de maior aglomeração. Nas ruas, nos estádios, nos shoppings, por
toda parte é fácil constatar que poucos conseguem se manter no peso
ideal, ou perto do ideal. A grande maioria está acima e, pior, cresce o
contingente daqueles que já são considerados obesos. Dados iniciais de
uma pesquisa do Instituto Dante Pazzanese com base no alistamento
militar de 1978 a 2008, em São Paulo. Conclusão: em três décadas
triplicou o número de jovens paulistas, na faixa dos 18 anos,
classificados como obesos.
Essa revelação
confirma o que se vê até mesmo em clubes esportivos, onde deixou de ser
raridade o tipo exageradamente pesado. Chega a ser um caso de saúde
pública, que já preocupa as autoridades do setor. São vários os motivos
de preocupação, como as doenças cardíacas, pulmonares, ortopédicas,
psicológicas.
Asseguram os médicos que a cura
de qualquer doença é mais demorada e difícil, quando lidam com pacientes
excessivamente gordos. O período de internação hospitalar é sempre mais
longo para quem está acima do peso. Parece inevitável que União,
estados e municípios vão gastar cada vez mais com doenças relacionadas
com a obesidade.
O Brasil não está sozinho
nesse capítulo. Faz já alguns anos que os Estados Unidos encaram a
obesidade como um grave problema nacional. Situação semelhante acontece
no Japão e em vários países europeus. Existe uma tendência mundial,
nesse sentido. Aqui, uma das primeiras informações oficiais, com base em
pesquisa séria, foi trazida pela divisão de nutrição clínica do
Instituto Dante Pazzanese: no alistamento de 1978, apenas 0,9% dos
alistados eram classificados como obesos; em 2008, eles já representavam
quase 3% (precisamente, 2,8%) dos jovens que se apresentaram para o
serviço militar.
Esse crescimento vertiginoso
em três décadas permite observar que temos aqui mais um caso de
desatenção do governo em relação às consequências do crescimento.
Aumenta
a frota de veículos, mas faltam os investimentos em infraestrutura
rodoviária – e o resultado é o trânsito congestionado nas cidades, assim
como crescem os casos de longos congestionamentos nas estradas nas
férias e feriadões.
Aumentam os clientes de
passagens aéreas, mas faltam os investimentos em no sistema
aeroportuário – e o resultado é o caos que se observa em praticamente
todos os aeroportos nacionais.
Com a
estabilização da moeda, a partir de 1994, e a criação da Bolsa Família, a
partir de 2003, subiu o poder aquisitivo da população, mas faltou
orientação, faltou informação. O resultado é que as pessoas passaram a
comer em exagero, vindo daí a obesidade que tende a se tornar um sério
problema de saúde pública.
FONTE: http://www.redebomdia.com.br/blog/detalhe/8503/O+problema+da+obesidade
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