Fotografia: Kindala Manuel
Entre
as causas que concorrem para os maus hábitos alimentares, a correria da
sociedade actual e o recorrente pretexto da falta de tempo estão entre
as mais comuns. As consequências do não cumprimento de uma alimentação
equilibrada não se fazem esperar. A obesidade, o stress e a gastrite são
apenas três entre um vasto leque de doenças que, nos últimos tempos,
têm vindo a aumentar os problemas de saúde dos angolanos.
O volume de tarefas em casa e na empresa de consultoria onde trabalha levou Noémia Sucato a deixar de cumprir o horário das refeições. Aos 29 anos, admite que por vezes ficava várias horas sem comer nada. Além disso, passou a adoptar a comida rápida, vulgarmente conhecida por “fast food”.
Vezes sem conta a história repetia-se e nem a dor no estômago, que posteriormente passou a sentir como indício de que o seu aparelho digestivo apresentava problemas, a fez mudar de comportamento. Para Noémia Sucato, os afazeres diários falavam mais alto.
“Por vezes, sentia um mal-estar que se prolongava por vários dias, mas depois voltava tudo à normalidade”, lembra.
Com o passar do tempo, não demorou muito até os problemas de saúde se agravarem e, com a indisposição a aumentar, foi obrigada a procurar ajuda médica. Foram dias de muita angústia e de muitas dúvidas, dissipadas pelos resultados solicitados pelo médico assistente.
Noémia Sucato padece de uma gastrite aguda. Convencida da sua culpa pela enfermidade, passou a cumprir com rigor as recomendações médicas e confessa-se arrependida pelos descuidos alimentares do passado.
O gastrenterologista Manuel Feliciano diz que tem vindo a aumentar o número de pessoas com esta enfermidade e explica que o seu aparecimento é consequência da adopção, muitas vezes por negligência, de um estilo de vida pouco saudável.
O volume de tarefas em casa e na empresa de consultoria onde trabalha levou Noémia Sucato a deixar de cumprir o horário das refeições. Aos 29 anos, admite que por vezes ficava várias horas sem comer nada. Além disso, passou a adoptar a comida rápida, vulgarmente conhecida por “fast food”.
Vezes sem conta a história repetia-se e nem a dor no estômago, que posteriormente passou a sentir como indício de que o seu aparelho digestivo apresentava problemas, a fez mudar de comportamento. Para Noémia Sucato, os afazeres diários falavam mais alto.
“Por vezes, sentia um mal-estar que se prolongava por vários dias, mas depois voltava tudo à normalidade”, lembra.
Com o passar do tempo, não demorou muito até os problemas de saúde se agravarem e, com a indisposição a aumentar, foi obrigada a procurar ajuda médica. Foram dias de muita angústia e de muitas dúvidas, dissipadas pelos resultados solicitados pelo médico assistente.
Noémia Sucato padece de uma gastrite aguda. Convencida da sua culpa pela enfermidade, passou a cumprir com rigor as recomendações médicas e confessa-se arrependida pelos descuidos alimentares do passado.
O gastrenterologista Manuel Feliciano diz que tem vindo a aumentar o número de pessoas com esta enfermidade e explica que o seu aparecimento é consequência da adopção, muitas vezes por negligência, de um estilo de vida pouco saudável.
Entre
as causas, inclui o stress, a má alimentação, a realização de poucas
refeições ao longo do dia, com grande volume de alimentos e com grandes
intervalos entre cada refeição, e a infecção por via oral,
principalmente em regiões ou comunidades com deficientes condições
sanitárias.
Além desses aspectos, Manuel Feliciano inclui como factores para o aparecimento da gastrite alguns tipos de vírus, bebidas alcoólicas e ácido gástrico em excesso, vómitos crónicos e o uso de medicamentos irritantes, especialmente anti-inflamatórios.
“Consumo de doces muito carregados e alimentos muito condimentados também podem favorecer o surgimento da gastrite”, revela o especialista.
À semelhança de Noémia Sucato, muitas outras pessoas, por vários motivos, acabam por recorrer às unidades de saúde em busca de cura para os problemas causados pela má alimentação ou alimentação desregrada.
Sérgio Cordeiro faz parte desse grupo. Não padece de gastrite, mas de obesidade, doença que lhe tem provocado dificuldades de locomoção. A ela junta-se também a diabetes e a hipertensão.
Ele conta que por razões hereditárias sempre foi propenso a sofrer de obesidade e admite que o seu descontrolo alimentar e a falta de exercício físico contribuíram para que chegasse ao estado em que se encontra. Jovem de estatura baixa, Sérgio Cordeiro pesa pouco mais de 104 quilos.
“Se soubesse dos problemas que a obesidade provoca tinha cuidado mais de mim. Tenho exercitado o corpo desde há perto de oitos meses e, infelizmente, os resultados tardam em aparecer”, lamentou.
Deficiência alimentar
A maioria das doenças tidas como desastrosas têm como causas a deficiência alimentar e o excesso de alimento.
A nutricionista Marlene Neto considera que muitas pessoas sofrem as consequências da indisciplina alimentar, exactamente pela forma incorrecta de ingerir os alimentos.
“Vale a pena referir que uma das formas de garantir boa saúde é através de frequentes e bons hábitos alimentares, só que, infelizmente, a informação não chega a todos e por vezes quando chega as pessoas ignoram-na”, lamenta.
A especialista desaconselha o consumo de comidas industrializadas, fritos em excesso e, particularmente, dos cubos de caldo concentrado, um condimento que considera prejudicial para a saúde. As refeições cuja venda, ultimamente, se tornaram frequentes nas ruas de Luanda receberam críticas. É o caso das famosas “motorolas”, um tipo de sanduíche com elevado índice de colesterol, que é vendida em péssimas condições de higiene, mas muita consumida pela população.
Marlene Neto, que manifestou a sua satisfação devido à procura com maior frequência dos serviços de nutrição, realça que nunca se deve descurar as horas normais das refeições, a favor dos afazeres do quotidiano.
Nas situações em que o organismo manifesta alguma irregularidade, verifica-se de imediato uma preocupação em seleccionar melhor os alimentos.
Martins Miguel, de 35 anos, é bem o exemplo de quem, salvo algumas excepções, quer mudar de atitude alimentar. Recentemente, teve conhecimento que o seu organismo registou um aumento elevado do colesterol no sangue.
Por sugestão médica, passou a ter cautelas no consumo de alimentos de origem animal, como por exemplo a manteiga.
Consequências da comida rápida
De acordo com especialistas em nutrição, a composição de determinados alimentos reduz o conteúdo calórico, como é o caso de um hambúrguer, alimento que se enquadra na categoria de fast food e tem menos calorias do que um prato de massa.
O chefe de cozinha Carlos Jaka explica que a grande diferença reside nas gorduras usadas, que são do tipo saturado. O uso destas gorduras devia ser reduzido, uma vez que estão associadas ao risco de enfarte e de tumores malignos.
“A dieta que inclui uma refeição fast food mais de uma vez por semana pode ser reequilibrada, de forma a não ultrapassar os limites aconselhados”, refere.
Carlos Jaka considera que as verdadeiras contra-indicações deste tipo de alimentação são o consumo deficiente de vegetais e o fornecimento excessivo de carne.
Os vegetais constituem a única fonte de vitaminas fornecidas através da dieta e o seu consumo regular é essencial para uma alimentação equilibrada.
O chefe de cozinha diz que é conveniente que o fast food não represente mais do que duas ou três refeições por semana e que, em relação às restantes refeições, a dieta se componha de alimentos ricos em fibras e vitaminas.
“Quando se come fast food é boa regra limitá-la aos alimentos mais simples. Não é um problema, de qualquer das formas, se duas ou três vezes por mês nos concedemos um hambúrguer ou uma sandes mais rica de sabor”, disse.
Conselhos práticos
Uma dieta à base de verduras e hidrocarbonetos, actividade física e uso reduzido de sal contribuem para que se consiga obter uma alimentação equilibrada. O conselho é da nutricionista Marlene Neto, para quem também se deve evitar comer depressa demais ou não mastigar adequadamente, com o propósito de evitar a má digestão, azia e gases.
“Evitar os alimentos e situações que possam causar indigestão, ter um diário para anotar quando sente a má digestão e o que comeu pode ser uma boa estratégia para identificar os alimentos que nos fazem mal”, disse.
Marlene Neto aconselha também o consumo de carnes brancas e aponta o stress como sendo um factor que contribui para a má digestão. Além disso, deixa uma receita para os fumadores.
“Podem resolver ou melhorar os problemas de indigestão se pararem de fumar ou, pelo menos, se não fumarem antes da refeição”, disse.
Quanto ao consumo de água durante as refeições, recomenda que se beba um copo antes ou dez minutos depois.
Além desses aspectos, Manuel Feliciano inclui como factores para o aparecimento da gastrite alguns tipos de vírus, bebidas alcoólicas e ácido gástrico em excesso, vómitos crónicos e o uso de medicamentos irritantes, especialmente anti-inflamatórios.
“Consumo de doces muito carregados e alimentos muito condimentados também podem favorecer o surgimento da gastrite”, revela o especialista.
À semelhança de Noémia Sucato, muitas outras pessoas, por vários motivos, acabam por recorrer às unidades de saúde em busca de cura para os problemas causados pela má alimentação ou alimentação desregrada.
Sérgio Cordeiro faz parte desse grupo. Não padece de gastrite, mas de obesidade, doença que lhe tem provocado dificuldades de locomoção. A ela junta-se também a diabetes e a hipertensão.
Ele conta que por razões hereditárias sempre foi propenso a sofrer de obesidade e admite que o seu descontrolo alimentar e a falta de exercício físico contribuíram para que chegasse ao estado em que se encontra. Jovem de estatura baixa, Sérgio Cordeiro pesa pouco mais de 104 quilos.
“Se soubesse dos problemas que a obesidade provoca tinha cuidado mais de mim. Tenho exercitado o corpo desde há perto de oitos meses e, infelizmente, os resultados tardam em aparecer”, lamentou.
Deficiência alimentar
A maioria das doenças tidas como desastrosas têm como causas a deficiência alimentar e o excesso de alimento.
A nutricionista Marlene Neto considera que muitas pessoas sofrem as consequências da indisciplina alimentar, exactamente pela forma incorrecta de ingerir os alimentos.
“Vale a pena referir que uma das formas de garantir boa saúde é através de frequentes e bons hábitos alimentares, só que, infelizmente, a informação não chega a todos e por vezes quando chega as pessoas ignoram-na”, lamenta.
A especialista desaconselha o consumo de comidas industrializadas, fritos em excesso e, particularmente, dos cubos de caldo concentrado, um condimento que considera prejudicial para a saúde. As refeições cuja venda, ultimamente, se tornaram frequentes nas ruas de Luanda receberam críticas. É o caso das famosas “motorolas”, um tipo de sanduíche com elevado índice de colesterol, que é vendida em péssimas condições de higiene, mas muita consumida pela população.
Marlene Neto, que manifestou a sua satisfação devido à procura com maior frequência dos serviços de nutrição, realça que nunca se deve descurar as horas normais das refeições, a favor dos afazeres do quotidiano.
Nas situações em que o organismo manifesta alguma irregularidade, verifica-se de imediato uma preocupação em seleccionar melhor os alimentos.
Martins Miguel, de 35 anos, é bem o exemplo de quem, salvo algumas excepções, quer mudar de atitude alimentar. Recentemente, teve conhecimento que o seu organismo registou um aumento elevado do colesterol no sangue.
Por sugestão médica, passou a ter cautelas no consumo de alimentos de origem animal, como por exemplo a manteiga.
Consequências da comida rápida
De acordo com especialistas em nutrição, a composição de determinados alimentos reduz o conteúdo calórico, como é o caso de um hambúrguer, alimento que se enquadra na categoria de fast food e tem menos calorias do que um prato de massa.
O chefe de cozinha Carlos Jaka explica que a grande diferença reside nas gorduras usadas, que são do tipo saturado. O uso destas gorduras devia ser reduzido, uma vez que estão associadas ao risco de enfarte e de tumores malignos.
“A dieta que inclui uma refeição fast food mais de uma vez por semana pode ser reequilibrada, de forma a não ultrapassar os limites aconselhados”, refere.
Carlos Jaka considera que as verdadeiras contra-indicações deste tipo de alimentação são o consumo deficiente de vegetais e o fornecimento excessivo de carne.
Os vegetais constituem a única fonte de vitaminas fornecidas através da dieta e o seu consumo regular é essencial para uma alimentação equilibrada.
O chefe de cozinha diz que é conveniente que o fast food não represente mais do que duas ou três refeições por semana e que, em relação às restantes refeições, a dieta se componha de alimentos ricos em fibras e vitaminas.
“Quando se come fast food é boa regra limitá-la aos alimentos mais simples. Não é um problema, de qualquer das formas, se duas ou três vezes por mês nos concedemos um hambúrguer ou uma sandes mais rica de sabor”, disse.
Conselhos práticos
Uma dieta à base de verduras e hidrocarbonetos, actividade física e uso reduzido de sal contribuem para que se consiga obter uma alimentação equilibrada. O conselho é da nutricionista Marlene Neto, para quem também se deve evitar comer depressa demais ou não mastigar adequadamente, com o propósito de evitar a má digestão, azia e gases.
“Evitar os alimentos e situações que possam causar indigestão, ter um diário para anotar quando sente a má digestão e o que comeu pode ser uma boa estratégia para identificar os alimentos que nos fazem mal”, disse.
Marlene Neto aconselha também o consumo de carnes brancas e aponta o stress como sendo um factor que contribui para a má digestão. Além disso, deixa uma receita para os fumadores.
“Podem resolver ou melhorar os problemas de indigestão se pararem de fumar ou, pelo menos, se não fumarem antes da refeição”, disse.
Quanto ao consumo de água durante as refeições, recomenda que se beba um copo antes ou dez minutos depois.
FONTE: http://jornaldeangola.sapo.ao/25/0/indisciplina_alimentar_desastrosa_para_saude
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