Em tempos em que quase metade dos brasileiros está acima do peso, as
doenças relacionadas com a obesidade passam a se tornar mais comuns e
graves, como é o caso da diabetes
Conforme pesquisa divulgada pelo
Ministério da Saúde, o número de pessoas acima do peso no país avançou
de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011, sendo que o percentual de obesos
subiu de 11,4% para 15,8%. Junto com esses percentuais aumenta também o
número e a gravidade de doenças relacionadas com o excesso de peso,
dentre elas, a diabetes. Além desse, há outros fatores de risco tais
como a hereditariedade. A seguir, o endocrinologista, Dr. Pércio Ramon
Stobbe, explica um pouco mais sobre a doença e a importância da
prevenção e do diagnóstico precoce.
Diário da Manhã - Quais são as causas da doença?
Stobbe - A maioria dos pacientes com diabetes tem como causa o somatório de vários fatores, entre eles a hereditariedade, principalmente no grande grupo de diabéticos que é o do DM-2. Sem dúvida, a cada dia, tem se mostrado que os hábitos alimentares (alimentos mais calóricos, ricos em carboidratos e gorduras) têm influência no desenvolvimento do diabetes, ou seja, mesmo que se tenha uma hereditariedade, tem-se também um ambiente favorável para o aparecimento da doença.
Diário da Manhã - A diabetes tem relação com a obesidade?
Stobbe - A obesidade é um fator de risco independente para o desenvolvimento do diabetes, sendo inclusive um dos motivos da grande epidemia de diabetes pelo mundo todo, ou seja, conforme aumenta a prevalência de obesidade em uma população, aumenta o aparecimento do diabetes. Assim, quanto maior o índice de massa corporal, maior a chance de ter diabetes no futuro.

Diário da Manhã - Quais são as causas da doença?
Stobbe - A maioria dos pacientes com diabetes tem como causa o somatório de vários fatores, entre eles a hereditariedade, principalmente no grande grupo de diabéticos que é o do DM-2. Sem dúvida, a cada dia, tem se mostrado que os hábitos alimentares (alimentos mais calóricos, ricos em carboidratos e gorduras) têm influência no desenvolvimento do diabetes, ou seja, mesmo que se tenha uma hereditariedade, tem-se também um ambiente favorável para o aparecimento da doença.
Diário da Manhã - A diabetes tem relação com a obesidade?
Stobbe - A obesidade é um fator de risco independente para o desenvolvimento do diabetes, sendo inclusive um dos motivos da grande epidemia de diabetes pelo mundo todo, ou seja, conforme aumenta a prevalência de obesidade em uma população, aumenta o aparecimento do diabetes. Assim, quanto maior o índice de massa corporal, maior a chance de ter diabetes no futuro.

(A prática de exercícios aliada a outros hábitos saudáveis ajuda a prevenir a doença / FOTO DIVULGAÇÃO)
Diário da Manhã - Quais são os sintomas?
Stobbe - Os sintomas do diabetes são inicialmente silenciosos, ou seja, você pode estar com diabetes e não sentir absolutamente nada, até que o seu nível de glicose atinja um determinado valor. A partir daí, começam os sintomas clássicos, como ter mais sede, urinar bastante (inclusive com necessidade de levantar várias vezes a noite para ir ao banheiro), aumento do apetite, cansaço fácil, fraqueza, câimbras, borramento visual, emagrecimento sem motivo.
Diário da Manhã - Há tipos diferentes de diabetes? Quais tipos e qual o grau de gravidade da diabetes?
Stobbe - Há quatro grandes grupos de diabetes (tipo 1, tipo 2, gestacional e secundário). O grande grupo de pacientes (aproximadamente 90%) está no grupo do diabete tipo 2. Cada grupo específico tem as suas particularidades. Se considerarmos que o diabete tipo 1 tem início na infância e no adulto jovem, o tempo que essas pessoas ficarão expostas aos efeitos da hiperglicemia, elas terão mais comprometimentos crônicos (lesão renal, oftalmológica, vasculopatias). Por outro lado, os pacientes com DM-2, são um grupo de pacientes que tem outras patologias associadas, com o mesmo grau de complicação cardiovascular. O diabetes gestacional, como é uma situação que tem, teoricamente, pouco tempo para ser tratada e compensada, tem risco por poder trazer complicações para o feto e a mãe.
Diário da Manhã - Quais consequências a doença pode causar no organismo?
Stobbe - Existem dois grandes grupos de complicações: as chamadas complicações agudas, que são graves e com risco de mortalidade se não corrigidas, como o caso da cetoacidose diabética e do estado hiperosmolar (que se devem ao quadro de glicose alta e falta de insulina) - que são situações em que os pacientes serão manejados em ambiente hospitalar; e as complicações crônicas, que são as alterações da retina (levando a perda visual e até cegueira), perda da função dos rins (sendo uma causa importante de insuficiência renal e diálise) e neuropatia periférica (que pode levar a sintomas dolorosos importantes e lesões traumáticas, com risco de amputações).
Diário da Manhã - Qual exame aponta a presença da doença?
Stobbe - O exame que aponta a diabetes é a medida no sangue da glicemia em jejum (normal é estar abaixo de 100 mg/dl). Acima de 126 mg/dl, em duas medidas, é diagnóstico de diabetes. Entre 100-126 mg/dl a situação é chamada de glicemia de jejum alterada, ou para facilitar o entendimento, de pré-diabetes, sendo essa situação de grande importância para o médico e o paciente. Naquelas situações em que a glicemia não ficou esclarecida, ou em quem é de risco para desenvolver diabetes, deve-se fazer um teste de tolerância a glicose (exame este feito também em laboratório, medindo a glicose 2 horas após a ingestão de uma quantidade de glicose padrão, fornecida no momento do exame). Outro exame, também útil no dia a dia, é a medida da média da glicose dos últimos meses, chamado de hemoglobina glicada.

(Obesidade é um fator de risco independente para a doença / FOTO DIVULGAÇÃO)
Diário da Manhã - A partir de qual idade é importante fazer o exame?
Stobbe - A American Task Force recomenda que a primeira dosagem de glicemia ocorra em conjunto da primeira dosagem do colesterol e triglicerídeos, ou seja, aos 25 anos. Sendo normais, deverão ser repetidas a cada 5 anos até os 45 anos. A partir desta idade, a dosagem da glicose se torna obrigatória, anualmente. Claro que existem situações em que estes protocolos não são seguidos, como por exemplo, na gestação, em alguns pré-operatórios, em paciente com fatores de risco (obesos, pessoas com história familiar, mães de crianças que nasceram com mais de 4 kg) e toda vez que o seu médico julgar necessário. A frequência destes controles dependerá, dentre outras razões, dos resultados e tratamentos estabelecidos.
Diário da Manhã – Qual a importância do diagnóstico precoce?
Stobbe - A importância do diagnóstico consiste na busca precoce por níveis glicêmicos adequados, ou seja, deixar o diabetes bem tratado e compensado, objetivando evitar as complicações crônicas (alterações de retina, renais, neurológicas e cardiovasculares). No entanto, não adianta fazer o diagnóstico precocemente, saber que se está com diabetes e não tratá-lo. Ou, como é muito comum, achar que aquela glicose é normal para a idade, ou que não é interessante tomar medicação pois quando começa é para a vida inteira. O grande segredo para evitar problemas é encarar o diabetes logo cedo, mudar os hábitos, fazer exercícios e tomar medicações que cabem ao médico orientar a melhor ou a mais indicada para aquela situação.
Diário da Manhã - O diabético pode ter uma vida normal?
Stobbe - Uma vida normal, sim, no sentido de suas atividades de vida diária (trabalho, lazer, estudo, família etc); no entanto, não no sentido de uma vida não saudável (cigarro, etilismo, dieta hipercalórica). Algumas pessoas entendem como vida normal uma dieta não saudável, sedentária. Neste sentido, o diabético vai ter que mudar a forma de pensar e de agir.
Diário da Manhã - É possível prevenir?
Stobbe - Sem dúvida. A prevenção do diabetes consiste numa combinação simples de hábitos saudáveis, ou seja, uma dieta equilibrada associada à prática de exercícios físicos regulares e o tratamento da obesidade, que podem prevenir em até 70% aquelas pessoas que estão com uma alteração glicêmica classificada como pré-diabetes ou aquelas que sejam de alto risco para desenvolverem diabetes (pelo histórico familiar ou pela obesidade, por exemplo).

Stobbe - A maioria dos casos de pacientes na infância se deve ao DM-1, que tem como causa principal alterações autoimunes. No entanto, como a prevalência de obesidade nesta faixa etária tem aumentado bastante nos últimos tempos, também temos visto casos de DM-2 na infância, sem dúvida a causa está em maus hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade destas crianças.
Auto Monitorização
A auto-monitorização glicêmica, é a prática do paciente diabético medir regularmente a sua própria glicemia através de fitas e/ou aparelhos de uso doméstico (glicosimetros). Medir frequentemente a glicemia é uma das melhores maneiras de saber se a glicemia está sendo mantida o mais próximo do normal possível.
Os exames de laboratório solicitados regularmente pelo médico (glicemia venosa, hemoglobina glicada etc.) fornecem uma estimativa da qualidade do controle glicêmico, mas apenas a monitorização domiciliar da glicemia pode permitir ao paciente o ajuste fino do plano de tratamento, conforme a variação do diabetes de um dia para o outro e com as diferentes situações do cotidiano.
FONTE: http://www.diariodamanha.com/noticias.asp?a=view&id=31483
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